segunda-feira, 30 de setembro de 2013

JOÃO XXIII E JOÃO PAULO II, SANTOS EM 2014



João XXIII e João Paulo II serão santos em 27 de abril de 2014

Nesta segunda-feira, 30, Papa Francisco anunciou a data da canonização dos Papas João Paulo II e João XXIII: 27 de abril de 2014, II Domingo de Páscoa, da Divina Misericordia.

A decisão foi tomada durante o consistório ordinário público convocado especialmente para aprovar as causas de canonização dos dois pontífices. 

A celebração teve início às 10h (horário de Roma), e contou com a presença dos cardeais presentes em Roma. Dentre eles, dois brasileiros: Dom João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, e Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida.

A decisão de unir no mesmo dia a canonização dos seus dois predecessores foi explicada pelo Papa Francisco, em julho passado, como uma mensagem para a Igreja, porque os "dois são bons, são dois bons".

Karol Jozef Wojtyla foi eleito Papa no dia 16 de outubro de 1978. Nasceu em Wadowice (Polônia), em 18 de maio de 1920, e morreu no Vaticano, em 2 de abril de 2005.

Em quase 27 anos de pontificado, João Paulo II escreveu 14 Encíclicas, 15 Exortações Apostólicas, 11 Constituições Apostólicas e 45 Cartas Apostólicas.

Em seu pontificado, fortaleceu a fé da Igreja promulgando o Catecismo da Igreja Católica. Promoveu um intenso itinerário de vida espiritual com o Ano da Redenção, o Ano Mariano, o Ano da Eucaristia e o Jubileu do Ano 2000 e criou as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), aproximando a Igreja dos jovens. 

O primeiro milagre do Papa João Paulo II foi o da irmã francesa Marie Simon-Pierre, que ficou curada da doença de Parkinson. Com ele, teve início o processo de canonização de João Paulo II. O pontífice polonês foi proclamado beato pelo Papa emérito Bento XVI em 1º de maio de 2011, na Praça de São Pedro.

A Igreja Católica celebra a memória litúrgica de João Paulo II no dia 22 de outubro, data que assinala o dia de início de pontificado do Papa em 1978.

Angelo Giuseppe Roncalli, o Papa João XXIII, nasceu em 1881 na localidade de Sotto il Monte, Bergamo, onde foi pároco e professor no seminário, secretário do bispo e capelão do exército durante a I Guerra Mundial.

João XXIII iniciou a sua carreira diplomática como visitador apostólico na Bulgária, de 1925 a 1935; foi depois delegado apostólico na Grécia e Turquia, de 1935 a 1944, e Núncio Apostólico na França, de 1944 a 1953.

Em 1953, Angelo Roncalli foi nomeado Patriarca de Veneza e no dia 28 de outubro de 1958 foi eleito Papa, sucedendo a Pio XII. Aos 77 anos, em 1962, João XXIII, resolveu “arejar” a Igreja e inaugurou o Concílio Vaticano II. Morreu um ano depois. 

“O Papa bom” foi declarado beato por João Paulo II no dia 3 de setembro de 2000. Seu processo de canonização tem uma particularidade considerada rara na história da Igreja: ficou isento do reconhecimento de um segundo milagre - condição necessária para que um beato seja elevado a santo. 

sábado, 28 de setembro de 2013

É para a liberdade que Cristo nos libertou CF-2014




Disponível material para a CF 2014

Os subsídios da Campanha da Fraternidade 2014 já estão disponíveis nas Edições CNBB. São diversos materiais como o manual, texto base, via sacra, celebrações ecumênicas, folhetos quaresmais, CD e DVD, banner, cartaz, entre outros. Com o objetivo de trabalhar os conteúdos da campanha nas escolas, foram produzidos também subsídios de formação voltados aos jovens do ensino fundamental e médio, além de encontros catequéticos para crianças e adolescentes.

O cartaz da CF 2014, que se encontra disponível para download, traz o tema “Fraternidade e Tráfico Humano” e lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1).

Entenda o significado do cartaz:

1- O cartaz da Campanha da Fraternidade quer refletir a crueldade do tráfico humano. As mãos acorrentadas e estendidas simbolizam a situação de dominação e exploração dos irmãos e irmãs traficados e o seu sentimento de impotência perante os traficantes. A mão que sustenta as correntes representa a força coercitiva do tráfico, que explora vítimas que estão distantes de sua terra, de sua família e de sua gente.

2- Essa situação rompe com o projeto de vida na liberdade e na paz e viola a dignidade e os direitos do ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus. A sombra na parte superior do cartaz expressa as violações do tráfico humano, que ferem a fraternidade e a solidariedade, que empobrecem e desumanizam a sociedade.

3- As correntes rompidas e envoltas em luz revigoram a vida sofrida das pessoas dominadas por esse crime e apontam para a esperança de libertação do tráfico humano. Essa esperança se nutre da entrega total de Jesus Cristo na cruz para vencer as situações de morte e conceder a liberdade a todos. “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1), especialmente os que sofrem com injustiças, como as presentes nas modalidades do tráfico humano, representadas pelas mãos na parte inferior.

4- A maioria das pessoas traficadas é pobre ou está em situação de grande vulnerabilidade. As redes criminosas do tráfico valem-se dessa condição, que facilita o aliciamento com enganosas promessas de vida mais digna. Uma vez nas mãos dos traficantes, mulheres, homens e crianças, adolescentes e jovens são explorados em atividades contra a própria vontade e por meios violentos. (Fonte: CF 2014).

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

CAMINHO DA CATEQUESE




Qual é o caminho da catequese no Brasil?

O Congresso Internacional “O Catequista, testemunha da fé”, iniciado quinta-feira, 26, tem nesta sexta-feira uma de suas principais atividades, o encontro dos catequistas com o Papa Francisco, na Sala Paulo VI.

Neste Ano da Fé, convocado pelo Papa Emérito Bento XVI, o evento é ainda mais significativo porque “a peregrinação dos catequistas chama justamente a atenção para o fato que a catequese é a educação na fé”. Segundo o presidente da Comissão Episcopal Bíblico-Catequética da CNBB, Dom Jacinto Bergman, “a fé precisa ser educada e a catequese tem essa tarefa".

No Brasil, existem cerca de 800 mil catequistas, coordenados pela Comissão Nacional de Animação Bíblica Catequética, que anima o caminho alicerçada no Documento de Aparecida. Em entrevista, Dom Paulo Mendes Peixoto, bispo de Uberaba, membro da Comissão, oferece à RV uma visão da Catequese no Brasil.

Com sua simplicidade e seu modo de ser e estar no meio do povo, Papa Francisco tem dado testemunho de conversão, de mudança do coração. Para Dom Paulo, esta nova realidade trará muitos benefícios para a caminhada de nossa Igreja no mundo. Ouça Dom Paulo clicando acima.
(CM)

CRISTÃO NÃO EVITAM A CRUZ




Papa: "Cristãos não evitam a Cruz, mas enfrentam humilhações com alegria e paciência"

Os cristãos dão uma boa prova de si quando “sabem enfrentar humilhações com alegria e paciência”. Papa Francisco ressaltou este aspecto da vida de fé na missa celebrada na manhã desta sexta, 27, na Casa Santa Marta. O Papa alertou novamente para a “tentação do bem-estar espiritual”, que pode nos impedir “de amar plenamente Jesus Cristo”.
Francisco desenvolveu seu pensamento a partir do Evangelho de Lucas, no trecho em que Jesus pergunta aos discípulos o que as pessoas falam Dele e o que eles próprios pensam, até a resposta de Pedro: “O Cristo de Deus”. “Esta pergunta é dirigida também a nós”, disse o Pontífice.

“Foi o Espírito Santo que tocou o coração de Pedro para dizer quem é Jesus. Se é o Cristo, o Filho de Deus vivo, é um mistério... Quem o pode explicar? Se cada um de nós, na oração, disser ao Senhor: “Tu és Cristo, o Filho do Deus vivo”, Ele responderá “É verdade”.

"Jesus pede a Pedro que não revele sua resposta a ninguém e anuncia sua Paixão, morte e Ressurreição", disse o Papa, recordando a reação do chefe dos Apóstolos, descrita no Evangelho de São Mateus, que declara: “Isso não acontecerá jamais”. “Pedro – comentou ainda o Papa – se assusta, se escandaliza, como tantos cristãos que dizem: “Isto nunca vai acontecer!”. Este é o modo para “seguir Jesus, para conhecê-lo apenas até um certo ponto”:

“E esta é a tentação do bem-estar espiritual. Temos tudo: temos a Igreja, temos Jesus Cristo, os Sacramentos, a Virgem Maria, tudo, um bom trabalho para o Reino de Deus; somos bons, todos. Porque pelo menos temos que pensar isso, porque se pensar ao contrário é pecado! Mas não é o suficiente; com o bem-estar espiritual até um certo ponto. Como o jovem que era rico: ele queria ir com Jesus, mas até um certo ponto. Falta essa última unção do cristão, para ser um cristão realmente: a unção da cruz, a unção da humilhação. Ele se humilhou até à morte, morte de tudo. Esta é a pedra de comparação, a verificação da nossa realidade cristã: Eu sou um cristão de cultura do bem-estar? Eu sou um cristão que acompanha o Senhor até a cruz?

O sinal é a capacidade de suportar as humilhações”.
O escândalo da Cruz, no entanto, continua a bloquear muitos cristãos. Todos - constata Papa Francisco - querem ressurgir, mas “nem todos” pretendem fazê-lo pelo caminho da Cruz. E, ainda mais, se queixam das injustiças ou afrontas sofridas, comportando-se ao contrário do que Jesus fez e pede para imitar:

“A verificação se um cristão é um cristão realmente é a sua capacidade de suportar com alegria e paciência as humilhações, já que isso é algo que não gostamos... Há muitos cristãos que, olhando para o Senhor, pedem humilhações para se assemelhar a Ele. Esta é a escolha: o cristão do bem-estar - que vai para o Céu, certo de salvar-se! – ou o cristão próximo a Jesus, pela estrada de Jesus”.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

ROSÁRIO DE SÃO MIGUEL ARCANJO




COMO REZAR O ROSÁRIO DE SÃO MIGUEL ARCANJO.

O rosário é constituído de nove contas, com três cada e quatro no final.

Método para rezar:

Junto á medalha, reza-se:

Deus vinde em nosso auxilio 
Senhor socorrei-nos e salvai-nos.
Glória ao PAI ...

Primeira Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos SERAFINS, para que o Senhor Jesus nos torne dignos de sermos abrasados de uma perfeita caridade. Amém. 
Glória ao Pai... Pai Nosso... Três Ave-Marias... ao primeiro coro de Anjos

Segunda Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos QUEROBINS, para que o Senhor Jesus nos conceda a graça de fugirmos do pecado e procurarmos a perfeição cristã. Amém.
Glória ao Pai... Pai Nosso... Três Ave-Marias... ao segundo coro de Anjos

Terceira Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos TRONOS, para que Deus derrame em nossos corações o espírito de verdadeira e sincera humildade. Amém.
Glória ao Pai... Pai Nosso... Três Ave-Marias... ao terceiro coro de Anjos

Quarta Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste das DOMINAÇÕES, para que o Senhor nos conceda a graça de dominar nossos sentidos, e de nos corrigir das nossas más paixões.
Amém.
Glória ao Pai... Pai Nosso... Três Ave-Marias... ao quarto coro de Anjos

Quinta Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste das POTESTADES, para que o Senhor Jesus se digne de proteger nossas almas contra as ciladas e as tentações de Satanás e dos demônios. Amém.
Glória ao Pai... Pai Nosso... Três Ave-Marias... ao quinto coro de Anjos

Sexta Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro admirável das VIRTUDES, para que o Senhor não nos deixe cair em tentação, mas que nos livre de todo o mal. Amém.
Glória ao Pai... Pai Nosso... Três Ave-Marias... ao sexto coro de Anjos

Sétima Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos PRINCIPADOS, para que o Senhor encha nossas almas do espírito de uma verdadeira e sincera obediência. Amém.
Glória ao Pai... Pai Nosso... Três Ave-Marias... ao sétimo coro de Anjos

Oitava Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste dos ARCANJOS, para que o Senhor nos conceda o dom da perseverança na fé e nas boas obras, a fim de que possamos chegar a possuir a glória do Paraíso. Amém.
Glória ao Pai... Pai Nosso... Três Ave-Marias... ao oitavo coro de Anjos

Nona Saudação
Pela intercessão de São Miguel e do coro celeste de todos os ANJOS, para que sejamos guardados por eles nesta vida mortal, para sermos conduzidos por eles à glória eterna do Céu. Amém.
Glória ao Pai... Pai Nosso... Três Ave-Marias... ao nono coro de Anjos

Ao final, reza-se:
Um Pai Nosso em honra de São Miguel Arcanjo.
Um Pai Nosso em honra de São Gabriel.
Um Pai Nosso em honra de São Rafael.
Um Pai Nosso em honra de nosso Anjo da Guarda.
Um Pai Nosso em honra ao Anjo da Guarda das pessoas que nós ofendemos.


Antífona:
Gloriosíssimo São Miguel, chefe e príncipe dos exércitos celestes, fiel guardião das almas, vencedor dos espíritos rebeldes, amado da casa de Deus, nosso admirável guia depois de Cristo; vós, cuja excelência e virtudes são eminentíssimas, dignai-vos livrar-nos de todos os males, nós todos que recorremos a vós com confiança, e fazei pela vossa incomparável proteção, que adiantemos cada dia mais na fidelidade em servir a Deus. Amém.

V. Rogai por nós, ó bem-aventurado São Miguel, príncipe da Igreja de Cristo.
R. Para que sejamos dignos de suas promessas.


Oração:
Deus, todo poderoso e eterno, que por um prodígio de bondade e misericórdia para a salvação dos homens, escolhestes para príncipe de Vossa Igreja o gloriosíssimo Arcanjo São Miguel, tornai-nos dignos, nós vo-lo pedimos, de sermos preservados de todos os nossos inimigos, a fim de que na hora da nossa morte nenhum deles nos possa inquietar, mas que nos seja dado de sermos introduzidos por ele, São Miguel, na presença da Vossa Poderosa e Augusta Majestade, pelos merecimentos de Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amém


Oração a São Miguel.

“São Miguel Arcanjo, protegei-nos no combate, sede nosso auxilio contra a malícia e ciladas do demônio. Exerça Deus sobre ele império, como instantemente vos pedimos, e Vós, Príncipe da milícia celeste, pelo divino poder, precipitai no Inferno a Satanás e os outros espíritos malignos que vagueiam pelo mundo para perder as almas. Amém”.
CORAÇÃO SACRATÍSSIMO DE JESUS, TENDE PIEDADE DE NÓS (rezar 3 vezes)

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

CARTA DE BENTO XVI




BENTO XVI ESCREVE CARTA A MATEMÁTICO SOBRE QUESTÕES DA FÉ

O Papa emérito Bento XVI escreveu ao matemático e escritor italiano Piergiorgio Odifreddi, que em 2011 publicou a obra ‘Caro Papa, escrevo-te’, para responder a algumas das suas críticas e questões sobre Jesus e a Igreja.

A carta, parcialmente divulgada, nesta terça-feira, 24, pelo jornal italiano ‘La Reppublica’, assume uma crítica “dura”, mas franca, às posições de Odifreddi sobre a historicidade de Jesus e a relação entre a Teologia e o mundo científico.

“Aquilo que diz sobre a figura de Jesus não é digno do seu nível científico”, escreve Bento XVI, após o matemático italiano ter afirmado que sobre Cristo não se saberia nada, do ponto de vista histórico, recomendando ao seu interlocutor a leitura da obra de Martin Hengel (publicada em conjunto com Maria Schwemer), exegeta protestante.

Bento XVI, autor de uma trilogia sobre ‘Jesus de Nazaré, nega ter desvalorizado a exegese histórico-crítica dos evangelhos e diz nesta carta que a mesma é “necessária para uma fé que não propõe mitos com imagens históricas, mas reclama uma verdadeira historicidade”.

“Por isso, também não é correto que afirme que eu me teria apenas interessado pela meta-história: pelo contrário, todos os meus esforços têm o objetivo de mostrar que o Jesus descrito nos evangelhos é também o real Jesus histórico”, acrescenta o Papa emérito.

Bento XVI responde também às observações de Piergiorgio Odifreddi a respeito dos casos de abusos sexuais de menores por parte de sacerdotes, começando por mostrar “profunda consternação”.

“Eu procurei desmascarar estas coisas: que o poder do mal penetre até este ponto no mundo interior da fé é um sofrimento para nós”, sublinha, antes de frisar que a Igreja vai fazer “todos os possíveis para que tais casos não se repitam”.

Segundo o Papa emérito, que governou a Igreja entre abril de 2005 e fevereiro deste ano, não é “lícito” calar os problemas das comunidades católicas, mas isso não deve fazer esquecer “o grande rasto luminoso de bondade e pureza que a fé cristã deixou ao longo dos séculos”.

“Ainda hoje, a fé leva muitas pessoas ao amor desinteressado, ao serviço aos outros, à sinceridade e à justiça”, refere.

A resposta de Bento XVI chegou à casa do matemático italiano no dia 3 deste mês, escrita em 11 páginas com data de 30 de agosto.

A carta agradece pelo confronto “leal” de ideias e manifesta o “proveito” tirado de algumas das passagens do livro de Odifreddi, sem deixar de observar “uma certa agressividade e descuido na argumentação” do autor.

Joseph Ratzinger deixa críticas, em particular, ao que chama de “religião matemática” que deixaria de fora questões “fundamentais” da existência humana, como “a liberdade, o amor e o mal”.

“A sua religião matemática não tem qualquer informação sobre o mal. Uma religião que descura estas questões fundamentais fica vazia”, responde a Piergiorgio Odifreddi.

Neste contexto, Bento XVI destaca a necessidade de “manter a religião ligada à razão e a razão à religião”, pedindo que se reconheça que a Teologia produziu resultados “no âmbito histórico e no do pensamento filosófico”.

A carta refuta a acusação de que a Teologia seria apenas “ficção científica” e aponta o dedo às teorias sobre a origem do homem e do universo que apresentam “imaginações” com as quais se procura “aproximar-se da realidade”.

sábado, 21 de setembro de 2013

PAPA FRANCISCO PEDE CALOR PARA O ENCONTRO COM CRISTO



Aos comunicadores católicos, Francisco pede que transmitam calor e levem ao encontro com Cristo

O Papa Francisco recebeu na manhã deste sábado os participantes da Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais (PCCS), que se encerra hoje no Vaticano, sobre o tema “A rede e a Igreja”.

Em seu discurso, o Papa falou da importância da comunicação para a Igreja, recordando de modo especial os 50 anos da aprovação do Decreto Conciliar Inter mirifica. Nas últimas décadas, analisou, os meios de comunicação evoluíram muito, mas a solicitude permanece, assumindo novas sensibilidades e formas.

Pouco a pouco o panorama da comunicação foi-se tornando, para muitos, um «ambiente de vida», uma rede onde as pessoas comunicam, alargam as fronteiras dos seus conhecimento e das suas relações. Sublinho sobretudo estes aspectos positivos, apesar de todos estarmos cientes dos limites e fatores nocivos que também existem.

Neste contexto, independentemente das tecnologias, a comunicação na Igreja deve ter como objetivo inserir-se no diálogo com os homens e as mulheres de hoje, para compreender as suas expectativas, dúvidas, esperanças.

São homens e mulheres por vezes um pouco desiludidos por um Cristianismo que lhes parece estéril, com dificuldade precisamente em comunicar de forma incisiva o sentido profundo que a fé dá. Com efeito, analisou o Pontífice, assistimos hoje, na era da globalização, a um aumento da desorientação, da solidão, a dificuldade em tecer laços profundos. Assim, é importante saber dialogar, entrando, com discernimento, também nos ambientes criados pelas novas tecnologias, nas redes sociais, para fazer emergir uma presença que escuta, dialoga, encoraja.

“Não tenhais medo de ser esta presença, afirmando a vossa identidade cristã ao fazer-vos cidadãos deste ambiente. Uma Igreja companheira de estrada sabe pôr-se a caminho com todos!”, encorajou o Pontífice

Esta presença é necessária para levar ao encontro com Cristo. A Igreja é capaz disto?, questionou o Papa. “Também aqui no contexto da comunicação, é preciso uma Igreja que consiga levar calor, inflamar o coração. Temos um precioso tesouro para transmitir, um tesouro que gera luz e esperança. E há tanta necessidade disso!”, afirmou, alertando para uma cuidadosa e qualificada formação de sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos.

Queridos amigos, é importante a atenção e a presença da Igreja no mundo da comunicação, para dialogar com o homem de hoje e levá-lo ao encontro de Cristo, na certeza, porém, de que somos meios e que o problema fundamental não é a aquisição de tecnologias sofisticadas, embora necessárias para uma presença atual e válida. Esteja sempre bem claro em nós que o Deus em quem acreditamos, um Deus apaixonado pelo homem, quer manifestar-Se através dos nossos meios, ainda que pobres, porque é Ele que opera, é Ele que transforma, é Ele que salva a vida do homem.
(BF)

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

MARIA NOME ABENÇOADO




Aquela palavra meiga que é o nome abençoado de Maria

Por tradição, no dia 12 de Setembro a Igreja comemora o nome de Maria, dando continuidade a um motivo expressamente bíblico e histórico-salvífico. Na narração das Escrituras, o «nome» indica a pessoa e, em diversos casos, a «missão» que providencialmente Deus confia para o bem do povo.

Com efeito, a pessoa é inseparável da comunidade à qual pertence. Portanto, o «nome» representa um lugar de encontro entre o indivíduo, a família que o gerou, o povo ao qual esta família pertence. Neste sentido, o «nome» manifesta uma concepção da pessoas nos antípodes do individualismo ocidental moderno e pós-moderno: se aqui cada um vale porque «se fez a si mesmo», na fé bíblica cada um vale porque é o fruto de uma comunhão profunda na qual o passado é um dom a ser acolhido para viver com justiça e rectidão o futuro, não uma limitação irracional da liberdade de cada um.

Escolhendo chamar a própria filha Maria, os seus pais, Joaquim e Ana segundo o Evangelho apócrifo do «Protoevangelho de Joaquim» ou «Natividade de Maria», quiseram doar-lhe o maior tesouro da fé de Israel: a libertação do Egipto, realizada pelo Senhor. De facto, Maria era o nome da irmã de Moisés, a profetisa que conforme o livro do Êxodo guiou as mulheres para que louvassem a Deus pela passagem do Mar Vermelho (cf. Êxodo, 15, 19-21).

Rica do dom deste tesouro, expressado e concretizado pelo seu «nome», Maria de Nazaré pode descobrir-se e compreender-se como mulher chamada ao serviço e à profecia: ou seja, mulher chamada a encontrar o Deus vivente e a esperar dele o cumprimento do êxodo e da libertação definitivos, que adquirirão forma nos tempos messiânicos.

O «nome» recebido pelos seus pais é, por conseguinte, para Maria, uma verdadeira «vocação», porque compromete a viver do modo digno daquele Deus que «disse a Moisés: “Fala a toda a assembleia dos filhos de Israel e diz-lhes: sede santos, porque Eu sou santo”» (Levítico 19, 1-2); o mesmo Deus que tinha, sucessivamente, prometido a vinda do Emanuel, do rebento justo na casa de David (cf. Isaías 7, 14; Jeremias 33, 14-17).

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

TUÍTES DO PAPA FRANCISCO



Tuítes de Francisco vistos por 60 milhões

“Mais de 9 milhões e 300 mil seguidores e, graças aos retweets, pelo menos 60 milhões de pessoas alcançadas em smartphones e tablets pelos tweets do Santo Padre, sem falar nos 260 mil navegadores que nas várias línguas visitam as nossas páginas do portal www.news.va através do Facebook”. (n.d.r. - A página do Facebook do Programa Brasileiro tem recebido mais de 1 milhão de visitas semanais).

São as cifras recordes da presença do Papa Francisco nas redes sociais nos primeiros seis meses de Pontificado, um sucesso midiático que “poucos outros líderes a nível mundial podem atingir”, segundo afirmou o Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, Arcebispo Claudio Maria Celli. "Isto é evangelização, é proximidade, é partilha: isto que a Igreja quer ser", observou.

O prelado falou ao L’Osservatore Romano sobre o tema, às vésperas da Plenária do Dicastério que terá início em 19 de setembro e se concluirá no dia 21 com a Audiência com o Santo Padre.

"A partir de um estudo dos conteúdos, verificamos que as mensagens de maior sucesso são aquelas que apresentam o anúncio evangélico. O demonstram - acrescenta - também os comentários e interações com os visitantes do portal News.va, onde as páginas mais procuradas são aquelas que apresentam temas de espiritualidade, como por exemplo, aqueles pertinentes aos textos do Papa e dos Padres da Igreja. Neste sentido, eu diria que existe uma dimensão missionária no serviço que desenvolvemos, reconheceu Dom Celli. Neste setor, a nossa vocação de anúncio e as perspectivas da nossa comunicação se abrem ao mundo inteiro, com grande desejo de um diálogo respeitoso com todos, através uma mensagem válida e usando uma linguagem facilmente compreensível".

“Decidimos então analisar a ligação entre ‘a Rede e a Igreja’ – explicou Dom Celli – a propósito dos trabalhos da assembléia. Para compreender os motivos desta escolha é necessário dar um pequeno passo atrás, a Bento XVI, que na sua última mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais falou amplamente da rede num sentido positivo e desejando uma presença profundamente evangelizadora da Igreja na WEB”.

"A decisão de Bento XVI de usar o Twitter - acrescentou - foi profética, pois nos permite chegar a todos os cantos do mundo. A isto acrescenta-se a capacidade do Papa Francisco de comunicar através breves mensagens, que tornam-se pílulas de sabedoria, de luz, de verdade, pílulas de espiritualidade". (JE)

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

IGREJA SOMOS TODOS DIZ O PAPA




"A Igreja não está formada somente pelos padres, a Igreja somos todos", diz o Papa

O Papa Francisco retomou nesta manhã as catequeses sobre a Igreja neste Ano da Fé e, ante umas cinquenta mil pessoas presentes na Praça de São Pedro, explicou que a Igreja é mãe e que todos somos parte dela, não só os bispos "e os padres".

"Às vezes ouço: ‘Eu creio em Deus, mas não na Igreja… Ouvi que a Igreja diz… os padres dizem…’. Mas uma coisa são os padres, mas a Igreja não é formada somente de padres, a Igreja somos todos! E se você diz que crê em Deus e não crê na Igreja, está dizendo que não acredita em si mesmo; e isto é uma contradição".

O Papa Francisco disse que "a Igreja somos todos: da criança recentemente batizada aos Bispos, ao Papa; todos somos Igreja e todos somos iguais aos olhos de Deus! Todos somos chamados a colaborar ao nascimento à fé de novos cristãos, todos somos chamados a ser educadores na fé, a anunciar o Evangelho... Todos participamos da maternidade da Igreja, todos somos Igreja, a fim de que a luz de Cristo alcance os extremos confins da terra. E viva à santa mãe Igreja!".

O Santo Padre refletiu em torno da maternidade da Igreja, recordando que "entre as imagens que o Concílio Vaticano II escolheu para fazer-nos entender melhor a natureza da Igreja, há aquela da ‘mãe’: a Igreja é nossa mãe na fé, na vida sobrenatural".

"Para mim, é uma das imagens mais belas da Igreja: a Igreja mãe! Em que sentido e de que modo a Igreja é mãe? Partamos da realidade humana da maternidade: o que faz uma mãe?".

"Antes de tudo, uma mãe gera a vida, leva no seu ventre por nove meses o próprio filho e depois o abre à vida, gerando-o. Assim é a Igreja: nos gera na fé, por obra do Espírito Santo que a torna fecunda, como a Virgem Maria".

Certamente, prosseguiu o Santo Padre, "a fé é um ato pessoal... mas eu recebo a fé dos outros, em uma família, em uma comunidade que me ensina a dizer "eu creio", "nós cremos". Um cristão não é uma ilha! Nós nãos nos tornamos cristãos em laboratório, não nos tornamos cristãos sozinhos e com as nossas forças, mas a fé é um presente, é um dom de Deus que nos vem dado na Igreja e através da Igreja".

"E a Igreja nos doa a vida de fé no Batismo: aquele é o momento no qual nos faz nascer como filhos de Deus, o momento no qual nos dá a vida de Deus, nos gera como mãe... Isto nos faz entender uma coisa importante: o nosso fazer parte da Igreja não é um fato exterior e formal, não é preencher um cartão que nos deram, mas é um ato interior e vital; não se pertence? à Igreja como se pertence a uma sociedade, a um partido ou a qualquer outra organização. O vínculo é vital, como aquele que se tem com a própria mãe, porque, como afirma Santo Agostinho, a ‘Igreja é realmente mãe dos cristãos’".

O Papa ressaltou que "uma mãe não se limita a gerar a vida, mas com grande cuidado ajuda os seus filhos a crescer, dá a eles o leite, alimenta-os, ensina-lhes o caminho da vida, acompanha-os sempre com a sua atenção, com o seu afeto, com o seu amor, mesmo quando são grandes. E nisto sabe também corrigir, perdoar, compreender, sabe ser próxima na doença, no sofrimento. Em uma palavra, uma boa mãe ajuda os filhos a sair de si mesmos, a não permanecer comodamente debaixo das asas maternas".

"A Igreja, como boa mãe, faz a mesma coisa: acompanha o nosso crescimento transmitindo a Palavra de Deus, que é uma luz que nos indica o caminho da vida cristã; administrando os Sacramentos. Alimenta-nos com a Eucaristia, traz a nós o perdão de Deus através do Sacramento da Penitência, sustenta-nos no momento da doença com a Unção dos enfermos. A Igreja nos acompanha em toda a nossa vida de fé, em toda a nossa vida cristã".

Francisco assinalou que nos primeiros séculos da Igreja havia uma realidade muito clara: "a Igreja, enquanto é mãe dos cristãos, enquanto ‘forma’ os cristãos, é também ‘formada’ por eles. A Igreja não é algo diferente de nós mesmos, mas é vista como a totalidade dos crentes, como o "nós" dos cristãos: eu, você, todos nós somos parte da Igreja".

domingo, 8 de setembro de 2013

EVANGELHO DE LUCAS




Reflexão Evangelho São Lucas 6,1-5

Por que fazeis o que não é permitido em dia de sábado?

Num sábado, Jesus estava passando 
através de plantações de trigo. 
Seus discípulos arrancavam e comiam as espigas, 
debulhando-as com as mãos. 
Então alguns fariseus disseram: 
Por que fazeis 
o que não é permitido em dia de sábado?' 
Jesus respondeu-lhes: 
Acaso vós não lestes 
o que Davi e seus companheiros fizeram, 
quando estavam sentindo fome? 
Davi entrou na casa de Deus, 
pegou dos pães oferecidos a Deus e os comeu, 
e ainda por cima os deu a seus companheiros. 
No entanto, só os sacerdotes podem comer desses pães.' 
E Jesus acrescentou: 
O Filho do Homem é senhor também do sábado.

Palavra da Salvação. 

Reflexão

É muito fácil a gente ver o que as pessoas estão fazendo e, a partir da aparência dos seus atos e de princípios previamente estabelecidos, emitir os nossos juízos e opiniões. 
O Evangelho de hoje mostra para nós os erros que podemos incorrer com este tipo de comportamento. Podemos fazer com que Deus se torne o grande opressor da humanidade, porque é um grande ditador e está à espera para punir a todos os que lhe desobedecem e não um Pai amoroso e podemos também deixar de olhar a realidade das pessoas e as suas motivações, que podem modificar profundamente a nossa opinião a respeito delas.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

PARA CADA CRISTÃO, JESUS TEM UMA PROMESSA



Papa Francisco: para cada cristão, Jesus tem uma promessa e uma missão - Cidade do Vaticano (RV)

“Tenho medo da graça que passa sem que eu perceba.” Com esta citação de Santo Agostinho, o Papa Francisco iniciou a homilia da Missa da manhã desta quinta-feira, celebrada na Casa Santa Marta. O Papa refletiu sobre os modos com os quais Cristo se manifesta na vida de um cristão, comentando o trecho do Evangelho em que Jesus se mostra a Pedro, Tiago e João com o sinal da pesca milagrosa.

Desconcertado, Pedro é confortado por Jesus, que promete fazer dele “pescador de homens”. Depois o convida a deixar tudo para segui-lo e lhe confia uma missão. Ou seja, Deus se manifesta com três atitudes: através de uma promessa, de um pedido de generosidade e de uma missão a realizar.

No caso dos Apóstolos, observou o Papa, o Senhor passou na vida deles com um milagre. Nem sempre assim, contudo Ele está sempre presente:

“Quando o Senhor vem na nossa vida, quando passa no nosso coração, sempre diz uma palavra e uma promessa: ‘Avante... com coragem, sem medo, porque fará isso!’. Ou seja, é um convite à missão, um convite a segui-Lo. Quando ouvimos esta promessa, é porque há algo na nossa vida que devemos corrigir, e o fazemos para segui-Lo mais de perto.”

Todavia, garantiu Francisco, Jesus não pede para largar tudo por um fim obscuro. Ao contrário, o objetivo é imediatamente declarado e é um objetivo dinâmico:

“Jesus jamais diz ‘Siga-me!’, sem dizer a missão. Não! ‘Siga-me e farei isso. Siga-me por este motivo. Se quiser ser perfeito, deixe tudo e siga-me para ser perfeito’. Há sempre uma missão. Seguimos o caminho de Jesus para fazer algo, não é um show, mas para realizar uma missão.”

Promessa, pedido e missão, portanto, não dizem respeito somente à nossa vida ativa, mas também à oração. Não existe uma oração sem uma palavra de Jesus, não há oração em que Ele não nos inspire a fazer algo:

“Uma verdadeira oração cristã é ouvir o Senhor com a sua palavra de conforto, de paz e de promessa. Isso não quer dizer que não existem tentações. Há muitas! Pedro pecou gravemente, renegando Jesus, mas depois o Senhor o perdoou. Tiago e João pecaram de carreirismo, querendo ir mais alto, mas o Senhor os perdoou.”

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O MATERIALISMO E A FÉ



Desde o início, a fé‚ cristã tem-se confrontado com respostas diferentes da sua no que diz respeito à questão das origens. Assim, encontram-se nas religiões e nas culturas antigas numerosos mitos acerca das origens.
Certos filósofos afirmaram que tudo‚ é Deus, que o mundo é Deus, ou que o devir do mundo é o devir de Deus (panteísmo); outros afirmaram que o mundo é uma emanação necessária de Deus, emanação esta que deriva dessa fonte e volta a ela; outros ainda afirmaram a existência de dois princípios eternos, o Bem e o Mal, a Luz e as Trevas, em luta permanente entre si (dualismo, maniqueísmo); segundo algumas dessas concepções, o mundo (pelo menos o mundo material) seria mau, produto de uma queda, e portanto deve ser rejeitado ou superado (gnose); outros admitem que o mundo tenha sido feito por Deus, mas à maneira de um relojoeiro que, uma vez terminado o serviço, o teria abandonado a si mesmo (deísmo); outros, finalmente, não aceitam nenhuma origem transcendente do mundo, vendo neste o mero jogo de uma matéria que teria existido sempre (materialismo). Todas essas tentativas dão prova da permanência e da universalidade da questão das origens. Esta busca é própria do homem.

O termo ateísmo abrange fenômenos muito diversos. Uma forma freqüente é o materialismo prático, de quem limita suas necessidades e suas ambições ao espaço e ao tempo.
O humanismo ateu considera falsamente que o homem é "seu próprio fim e o único artífice e demiurgo de sua própria história".
Outra forma de ateísmo contemporâneo espera a libertação do homem pela via econômica e social, sendo que "a religião, por sua própria natureza, impediria esta libertação, na medida em que, ao estimular a esperança do homem numa quimérica vida futura, o desviaria da construção da cidade terrestre".

A MENTIRA


Condenação da mentira

Condenação da mentira

A mentira é condenável em sua natureza. E uma profanação da palavra que tem por finalidade comunicar a outros a verdade conhecida. O propósito deliberado de induzir o próximo em por palavras contrárias à verdade constitui uma falta à justiça e à caridade. A culpabilidade é maior quando a intenção de enganar acarreta o risco de conseqüências funestas para aqueles são desviados da verdade.

Definição e significação da mentira

 "A mentira consiste em dizer o que é falso com a intenção de enganar." O Senhor denuncia na mentira uma obra diabólica: "Vós sois do diabo, vosso pai, . . nele não há verdade: quando ele mente, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira" (Jo 8,44).

 Diabo pai da mentira 

A Escritura fala de um pecado desses anjos. Esta "queda" consiste na opção livre desses espíritos criados, que rejeitaram radical e irrevogavelmente a Deus e seu Reino. Temos um reflexo desta rebelião nas palavras do Tentador ditas a nossos primeiros pais: "E vós sereis como deuses" (Gn 3,5). O Diabo é "pecador desde o princípio" (1Jo 3,8), "pai da mentira" (Jo 8,44).

Discernimento da verdade e da mentira

A lei moral natural O homem participa da sabedoria e da bondade do Criador, que lhe confere o domínio de seus atos e a capacidade de se governar em vista da verdade e do bem. A lei natural exprime o sentido moral original, que permite ao homem discernir, pela razão, o que é o bem e o mal, a verdade e a mentira.

A lei natural se acha escrita e gravada na alma de todos e de cada um dos homens, porque ela é a razão humana ordenando fazer o bem e proibindo pecar. (...) Mas esta prescrição da razão não poderia ter força de lei se não fosse a voz e o intérprete de uma razão mais alta, à qual nosso espirito e nossa liberdade devem submeter-se.

O Espírito Santo nos faz discernir entre a provação, necessária ao crescimento do homem interior em vista de uma "virtude comprovada", e a tentação, que leva ao pecado e à morte. Devemos também discernir entre "ser tentado e consentir" na tentação. Por fim, o discernimento desmascara a mentira da tentação: aparentemente, seu objeto é "bom, sedutor para a vista, agradável" (Gn 3,6), ao passo que, na realidade, seu fruto é a morte.

Deus não quer impor o bem, ele quer seres livres... Para alguma coisa a tentação serve. Todos, com exceção de Deus, ignoram o que nossa alma recebeu de Deus, até nós mesmos. Mas a tentação o manifesta, para nos ensinar a conhecer-nos e, com isso, descobrir-nos nossa miséria e nos obrigar a dar graças pelos bens que a tentação nos manifestou.

Gravidade da mentira

A gravidade da mentira se mede segundo a natureza da verdade que ela deforma, de acordo com as circunstâncias, as intenções daquele que a comete, os prejuízos sofridos por aqueles que são suas vítimas. Embora a mentira, em si, não constitua senão um pecado venial, torna-se mortal quando fere gravemente as virtudes da justiça e da caridade.

 A mentira (por ser uma violação da virtude da veracidade) é uma verdadeira violência feita ao outro porque o fere em sua capacidade de conhecer, que é a condição de todo juízo e de decisão. Contém em germe a divisão dos espíritos e todos os males que ela suscita. A mentira é funesta para toda a sociedade; mina a confiança entre os homens e rompe o tecido das relações sociais.

Mentira do Tentador início do pecado

 "O princípio de tua palavra é a verdade, tuas normas são justiça para sempre" (Sl 19,160). "Sim, Senhor Deus, és tu que és Deus, tuas palavras são verdade" (2Sm 7,28); é por isso que as promessas de Deus sempre se realizam. Deus é a própria Verdade, suas palavras não podem enganar. É por isso que podemos entregar-nos com toda a confiança à verdade e à fidelidade de sua palavra em todas as coisas. O começo do pecado e da queda do homem foi uma mentira do tentador que induziu duvidar da palavra de Deus, de sua benevolência e fidelidade.

Mentira ofensa contra a verdade

A mentira é a ofensa mais direta à verdade. Mentir é falar ou agir contra a verdade para induzir em erro. Ferindo a relação do homem com a verdade e com o próximo, a mentira ofende a relação fundante do homem e de sua palavra com o Senhor.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

NUNCA MAIS A GUERRA



Nunca mais a guerra! Nunca mais a guerra!

Diante de Deus e diante da história

Retomando antes da oração do Angelus e depois twitando a invocação de Paulo VI diante das Nações unidas, o Papa Francisco fez-se intérprete de um grito que – quis recordar – se eleva «da única grande família que é a humanidade», sem distinções. É fácil e amarga a constatação de que nem todos no mundo querem e constroem a paz, mas certamente a aspiração pela paz está difundida em toda a parte, face aos conflitos muitas vezes esquecidos. Como agora, e cada vez mais, diante da tragédia que há mais de dois anos na Síria fez dezenas de milhares de vítimas, sobretudo civis, causando fluxos imponentes e crescentes de refugiados desesperados.

Por isso mais uma vez a voz do bispo de Roma – que se disse ferido por quanto está a acontecer e sobretudo «angustiado pelo dramático andamento que se perspectiva» - eleva-se com força para condenar o uso das armas, e «com particular firmeza» o emprego das armas químicas:

«Digo-vos que tenho ainda gravadas na mente e no coração as terríveis imagens dos dias passados!» exclamou o Papa Francisco, que logo a seguir pronunciou palavras severas, sobre as quais os responsáveis das nações têm o dever de refletir:

«Há um juízo de Deus e também um juízo da história sobre as nossas acções, aos quais não podemos escapar!».

Toda a intervenção do Pontífice foi dedicada à situação internacional, um cenário no qual há demasiado tempo e sem trégua se multiplicam os conflitos, mas que nestas semanas está cada vez mais marcado pelo exacerbar-se feroz da tragédia síria. Por conseguinte, num contexto muito preocupante e com desenvolvimentos imprevisíveis o Papa Francisco repete que é indispensável e urgente abandonar a cultura do confronto e do conflito: de facto, o que constrói a convivência nos povos e entre os povos é «a cultura do encontro, a cultura do diálogo; esta é o único caminho para a paz», que a Santa Sé indica e pelo qual a sua diplomacia está a trabalhar de todas as formas possíveis.

As palavras do bispo de Roma dirigem-se explicitamente às partes em conflito e à comunidade internacional, mas é ainda mais significativa a chamada às palavras de João XXIII sobre a paz, isto é, que «todos têm a tarefa de recompor as relações de convivência na justiça e no amor». O Papa Francisco pede portanto que o compromisso pela paz «una todos os homens e mulheres de boa vontade», católicos, cristãos, pertencentes a todas as religiões e também «os irmãos e irmãs que não crêem».
E precisamente por isso o Pontífice alarga a todos o convite para o dia de jejum e de oração pela paz na Síria, no Médio Oriente e no mundo, que convocou com uma iniciativa sem precedentes, suscitando interesse e adesões muito além da Igreja católica.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Bob Sinclar - Love Generation ESTE É PARA TODA EQUIPE GÊNESIS

A AMEAÇA DO MEXERICO




A língua, a tagarelice, o mexerico são armas que todos os dias insidiam a comunidade humana, semeando inveja, ciumes e ganância do poder. Com elas chega-se até a matar uma pessoa. Portanto, falar de paz significa também pensar em quanto mal se pode fazer com a língua.

Foi profunda a reflexão proposta pelo Papa Francisco na homilia da missa celebrada na capela da Domus Sanctae Marthae, costume que foi retomado na manhã de segunda-feira 2 de Setembro.

O Papa inspirou-se na narração do regresso de Jesus a Nazaré, proposto por Lucas (4, 16-30) num dos mais «dramáticos» trechos do Evangelho, no qual – afirmou o Pontífice - «é possível ver como a nossa alma é realmente» e como o vento pode fazê-la voar de um lado para o outro. Em Nazaré, explicou o Papa, «todos esperavam Jesus. Queriam encontrá-lo. E ele foi ao encontro do seu povo. Pela primeira vez regressava ao seu país. E esperavam por ele, porque ouviram falar sobre tudo o que Jesus tinha feito em Cafarnaum, os milagres. E quando iniciou a cerimónia, como de costume, pediram que o hóspede lesse o livro. Jesus leu o livro do profeta Isaías, que era em parte a profecia sobre ele e, por esta razão, conclui a leitura dizendo: «Hoje cumpre-se esta escritura que vós ouvistes».

A primeira reacção, explicou o Pontífice, foi muito boa, todos o apreciavam. Contudo, depois na alma de alguns começou a insinuar-se a inveja e pretendiam que ele fizesse um milagre. «Eles – esclareceu o Pontífice – queriam o espectáculo. Mas Jesus não é um artista».

Jesus não fez milagres em Nazaré. Aliás, realçou a pouca fé dos que pediam o «espectáculo». O que começara de forma jubilosa ameaçava de se concluir com um crime, o assassínio de Jesus «devido aos ciúmes, à inveja». Mas não se trata só de um evento de há dois mil anos, evidenciou o bispo de Roma. «Isso acontece todos os dias – afirmou ainda – no nosso coração, nas nossas comunidades» todas as vezes que se acolhe alguém falando, no primeiro dia, bem dele e, depois, cada vez menos até chegar ao mexerico, quase para «o destruir». Quem, numa comunidade, fala mal contra um irmão acaba por «querer matá-lo», frisou o Pontífice. «O apóstolo João – recordou o Santo Padre – na primeira carta, capítulo 3, versículo 15, disse-nos isto: quem odeia no seu coração o seu irmão é um homicida». E o Papa acrescentou imediatamente,: «nós estamos habituados ao mexerico, à tagarelice» e, muitas vezes, transformamos as nossas comunidades e também a nossa família num «inferno», onde se manifesta esta forma de criminalidade que leva a «matar o irmão e a irmã com a língua».

«A Bíblia – continuou o Papa – diz que o demónio entrou no mundo por inveja. Uma comunidade, uma família pode ser destruída por esta inveja que o maligno ensina no coração e faz com que uns falem mal dos outros».

E referindo-se a quanto aconteceu nestes dias, sublinhou que é necessário pensar também nas nossas armas diárias: «a língua, a tagarelice, o mexerico».

Portanto, pergunta o Papa: como é possível construir uma comunidade? Do modo «como é o céu» respondeu; do modo como anuncia a Palavra de Deus: «Vem a voz do arcanjo, ao som das trombetas de Deus, o dia da ressurreição. E em seguida diz: e deste modo estaremos para sempre com o Senhor». Portanto, «para termos paz numa comunidade, numa família, num país, no mundo, devemos começar a estar com o Senhor. E onde está o Senhor não existe a inveja, a criminalidade, os ciúmes. Há fraternidade. Peçamos isto ao Senhor: nunca matar o próximo com a nossa língua e estar com o Senhor como todos nós estaremos no céu»

domingo, 1 de setembro de 2013

Para o bem da Comunidade humana



Para o bem da comunidade humana Autoridade eclesiástica e poder civil «são chamados a colaborar para o bem integral da comunidade humana», escreveu o Papa na mensagem enviada ao cardeal Koch por ocasião do XIII simpósio intercristiano que se realizou em Milão de 28 a 30 de Agosto.



Ao Venerado Irmão
 Senhor Cardeal Kurt Koch
Presidente do Pontifício Conselho
para a Promoção da Unidade dos Cristãos

É com particular alegria que tomei conhecimento da iniciativa dos Simpósios intercristãos, organizados a cada dois anos pelo Instituto Franciscano de Espiritualidade da Pontifícia Universidade Antonianum e pelo Departamento de Teologia da Faculdade Teológica Ortodoxa da Universidade Aristóteles de Salonica, com a finalidade de aprofundar o conhecimento das tradições teológicas e espirituais do Oriente e do Ocidente e de cultivar relações fraternas de amizade e de estudo entre os membros das duas instituições académicas.
Portanto, desejo dirigir a minha saudação cordial aos organizadores, aos relatores e a todos os participantes na XIII edição da benemérita iniciativa, que este ano se realiza em Milão, com a colaboração da Universidade Católica do Sagrado Coração, sobre o tema «A vida dos cristãos e o poder civil. Questões históricas e perspectivas actuais no Oriente e no Ocidente». Este tema insere-se oportunamente no quadro das múltiplas iniciativas que pretendem comemorar o XVII centenário da promulgação do Édito constantiniano, iniciativas que em Milão tiveram momentos de particular relevo, como a visita do Patriarca Ecuménico Bartolomeu I à Igreja ambrosiana e à cidade.
A decisão histórica, com a qual foi decretada a liberdade religiosa para os cristãos, abriu caminhos novos para a difusão do Evangelho e contribuiu de maneira determinante para o nascimento da civilização europeia.  A memória daquele acontecimento  oferece a oportunidade, para o presente Simpósio, de reflectir sobre o desenvolvimento das modalidades com as quais o mundo cristão se relaciona com a sociedade civil e com a autoridade que a preside. Tais modalidades desenvolveram-se ao longo da história em contextos muito diferentes, conhecendo diversificações significativas no Oriente e no Ocidente. Ao mesmo tempo, conservaram alguns traços fundamentais comuns, como a convicção de que o poder civil encontra o seu limite diante da lei de Deus, a reivindicação do justo espaço de autonomia para a consciência, o conhecimento de que a autoridade eclesiástica e o poder civil são chamados a colaborar para o bem integral da comunidade humana.
Formulando votos a fim de que os trabalhos do Simpósio produzam frutos abundantes para o progresso da pesquisa histórica e do conhecimento recíproco entre as diversas tradições, garanto a minha lembrança na oração e de coração concedo a Bênção Apostólica a quantos contribuíram para a organização desse Congresso e a todos os seus participantes.
Vaticano, 19 de Agosto de 2013.