segunda-feira, 29 de abril de 2013

NULIDADE DE CASAMENTO



Causas de nulidade de casamento

NULIDADE
Há, segundo o Código de Direito Canônico da Igreja, dezenove motivos.
Muitas são as causas que podem tornar nulo o matrimônio sacramental. É preciso deixar claro que a Igreja não anula uniões sacramentais validamente contraídas e consumadas, mas pode, após processo do Tribunal Eclesiástico, reconhecer que nunca houve casamento, mesmo nos casos em que todos o tinham como válido.

Leva-se muito em conta as capacidades e limitações psíquicas dos noivos para contrair obrigações matrimoniais para sempre. Não basta analisar o comportamento externo de alguém para o conhecer; às vezes muitos atos das pessoas são irresponsáveis, assumidos sem consciência plena porque pode faltar o senso de responsabilidade, a maturidade ou a liberdade necessárias para que o ato tenha valor plenamente humano e jurídico.

Pode acontecer que o vínculo matrimonial nunca tenha existido, se ouvir um erro que torne o consentimento dos noivos inválido.

Quais os motivos pelos quais um casamento pode ser nulo?

Há, segundo o Código de Direito Canônico da Igreja, dezenove motivos:

A. Falhas de consentimento (cânones 1057 e 1095-1102)

1. Falta de capacidade para consentir (cânon 1095)

2. Ignorância (cânon 1096)

3. Erro (cânones 1097-1099)

4. Simulação (cânon 1101)

5. Violência ou medo (cânon 1103)

6. Condição não cumprida (cânon 1102)

B. Impedimentos dirimentes (cânones 1083-1094)

7. Idade (cânon 1083)

8. Impotência (cânon 1084)

9. Vínculo (cânon 1085)

10. Disparidade de culto (cânon 1086,- cf cânones 1124s)

11.. Ordem Sacra (cânon 1087)

12. Profissão Religiosa Perpétua (cânon 1088)

13. Rapto (cânon 1089)

14. Crime (cânon 1090)

15. Consangüinidade (cânon 1091)

16. Afinidade (cânon 1092)

17. Honestidade pública (cânon 1093)

18. Parentesco legal por adoção (cânon 1094)

C. 19. Falta de forma canônica na celebração do matrimônio (cânones 1108-1123)

Vamos colocar a seguir os Cânones do Código de Direito Canônico sobre cada item; um artigo explicativo de cada item pode ser lido em nosso livro “Família, Santuário da Vida” (Ed. Cléofas)

A. Falhas de consentimento (cânones 1057 e 1095-1102)

Cânon 1057 

1- 0 matrimônio é produzido pelo consentimento legitimamente manifestado entre pessoas juridicamente hábeis, e esse consentimento não pode ser suprido por nenhum poder humano.

2- 0 consentimento matrimonial é o ato de vontade pelo qual o homem e a mulher, por aliança irrevogável, se entregam e se recebem mutuamente para constituir matrimônio».

0 consentimento matrimonial assim exigido pode ser impedido ou impossibilitado por:

1. Falta de capacidade para consentir (cânon 1095)

«Cânon 1095 – “São incapazes de contrair matrimônio:

1- os que não têm suficiente uso da razão ;

2- os que têm grave falta de discrição de juízo a respeito dos direitos e obrigações essenciais do matrimônio, que se devem mutuamente dar e receber;

3- os que não são capazes de assumir as obrigações essenciais do matrimônio por causas de natureza psíquica».

2. Ignorância (cânon 1096)

Cânon 1096  

1- Para que possa haver consentimento matrimonial, é necessário que os contraentes não ignorem, pelo menos, que o matrimônio é um consórcio permanente entre homem e mulher, ordenado à procriação da prole por meio de alguma cooperação sexual.

2- Essa ignorância não se presume depois da puberdade».

3- Erro (cânones 1097 e 1099)

Cânon 1099 

0 erro a respeito da unidade, da indissolubilidade ou da dignidade sacramental do matrimônio, contanto que não determine a vontade, não vicia o consentimento matrimonial».

Para evitar o erro de direito e os problemas daí decorrentes, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil emitiu a seguinte norma:

«Cuidem os sacerdotes de verificar se os nubentes estão dispostos a assumir a vivência do matrimônio com todas as suas exigências, inclusive a de fidelidade total, nas várias circunstâncias e situações de sua vida conjugal e familiar. Tais disposições dos nubentes devem explicitar-se numa declaração de que aceitam o matrimônio tal como a lgreja o entende, incluindo a indissolubilidade» (Orientaçôes Pastorais sobre o Matrimônio, nº 2.15).

Cânon 1097

1- O erro de pessoa torna inválido o matrimônio».

O erro de qualidade da pessoa, embora seja causa do contrato, não torna nulo o matrimônio, salvo se essa qualidade for direta e principalmente visada» (cânon 1097 § 2º).

Cânon 1098

Quem contrai matrimônio, enganado por dolo perpetrado para obter o consentimento matrimonial, a respeito de alguma qualidade da outra parte, qualidade que, por sua natureza, possa perturbar gravemente o consórcio da vida conjugal, contrai-o indevidamente».

4. Simulação (cânon 1101)

Presume-se que o consentimento interno está em conformidade com as palavras ou os sinais empregados na celebração do matrimônio» (§ 1º).

Contudo, se uma das partes ou ambas, por ato positivo de vontade, excluem o próprio matrimônio, algum elemento essencial do matrimônio ou alguma propriedade essencial, contraem invalidamente» (§ 2º).

5. Violência ou medo (cânon 1103)

É inválido o matrimônio contraído por violência ou por medo grave proveniente de causa externa, ainda que não dirigido para extorquir o consentimento, e quando, para dele se livrar, alguém se veja obrigado a contrair o matrimônio».

6. Condição não cumprida (cânon 1102)

1. “Não se pode contrair validamente o matrimônio sob condição de futuro.

2. 0 matrimônio contraído sob condição de passado ou de presente é válido ou não, conforme exista ou não aquilo que é objeto da condição”.

B. Impedimentos dirimentes (Can. 1083-94)

7. A idade mínima para a validade de um casamento sacramental é 14 anos para as moças e 16 anos para os rapazes. Os Bispos podem dispensar dessa condição, mas rarissimamente o fazem. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil exige dois anos mais para os casamentos no Brasil, ou seja, 16 e 18 anos respectivamente; todavia esta exigência incide sobre a liceidade, não sobre a validade do casamento [4]. Cf. cânon 1083.

8. A impotência (ou incapacidade de praticar a cópula conjugal) anterior ao casamento e perpétua, absoluta ou relativa, é impedimento dirimente . Cf. cânon 1084.

9. O vínculo de um matrimônio validamente contraído, mesmo que não consumado. Cf. cânon 1085.

10. A disparidade do culto: é inválido o casamento entre um católico e uma pessoa não batizada, se a parte católica não pede dispensa do impedimento.

11. A ordenação diaconal, presbiteral ou episcopal. Cf. cânon 1087.

12. A profissão religiosa perpétua. Cf. cânon 1088.

13. Rapto; cf. cânon 1089. Uma mulher levada pela força não se pode casar validamente com quem a está violentando dessa maneira.

14. Crime; cf. cânon 1090. Os que matam seu ou sua consorte, para facilitar um casamento posterior estão impedidos de realizar validamente esse casamento. Da mesma forma, se um homem e uma mulher, de comum acordo, matam o esposo ou a esposa de um deles, não se podem casar validamente entre si.

15. Consangüinidade; cf. cânon 1091. Não há dispensa na linha vertical (pai com filha, avô com neta... ); na linha horizontal, o impedimento (dispensável) vai até o quarto grau, isto é, atinge tio e sobrinha e primos irmãos.

16. Afinidade na linha vertical; cf. cânon 1092. Não há matrimônio válido entre o marido e as consangüíneas da esposa e entre a esposa e os consangüíneos do marido, suposta a viuvez previamente ocorrida. (Nota do Autor: Por exemplo, um viúvo não pode casar-se com a mãe ou filha da ex-esposa). Na linha horizontal não há impedimento: um viúvo pode casar-se com uma irmã (solteira) de sua falecida esposa.

17. Honestidade pública; cf. cânon 1093. Quem vive uma união ilegítima, está impedido de se casar com os filhos ou os pais de seu (sua) companheiro (a).

18. Parentesco legal; cf. cânon 1094. Não é permitido o casamento entre o adotante e o adotado ou entre um destes e os parentes mais próximos do outro. Este impedimento, como outros desta lista, podem ser dispensados por dispensa emanada da autoridade diocesana.

19. Falta de forma Canônica na celebração (Can. 1108-23)

Forma canônica» é o conjunto de elementos exigidos para a celebração ritual do casamento. Requer-se, com efeito, que a cerimônia se realize perante o pároco do lugar e, pelo menos, duas testemunhas (padrinhos).

Cânon 1116 

Se não é possível, sem grave incômodo, ter o assistente competente de acordo com o direito, ou não sendo possível ir a ele, os que pretendem contrair verdadeiro matrimônio podem contrai-lo válida e licitamente só perante as testemunhas:

1- em perigo de morte ;

2- fora do perigo de morte, contanto que prudentemente se preveja que esse estado de coisas vai durar por um mês.

2. Em ambos os casos, se houver outro sacerdote ou diácono que possa estar presente, deve ser chamado, e ele deve estar presente à celebraçâo do matrimônio, juntamente com as testemunhas, salva a validade do matrimônio só perante as testemunhas».

Dissolução do matrimônio não consumado

Cânon 1142 

O matrimônio nâo consumado entre batizados ou entre uma parte batizada e outra não batizada pode ser dissolvido pelo Romano Pontífice por justa causa, a pedido de ambas as partes ou de uma delas, mesmo que a outra se oponha».


sábado, 27 de abril de 2013

O DIABO EXISTE




Quatro formas de ver o diabo

O diabo nunca pode amar o homem, menos ainda a Deus...
Existem quatro tipos de pessoas, que vêem de formas diferente o diabo.

- O tipo de que vê diabos em todo lugar. Mesmo para coisas mínimas: “Aí está o diabo!”

Encontramos esse modo de pensar em muitas pessoas, pois, se algo não está dando certo, o comercio vai mal, enfim há qualquer coisa errada, já pensa em feitiço, diz que o diabo está ao redor delas, que necessitam de exorcismo, etc. São evidentemente exageros.

- O tipo de pessoas para quais o diabo simplesmente não existe. O diabo é um produto cultural e nada mais, uma personificação do mal.

(OBS: Encontramos este tipo de gente entre os intelectuais em especial e até mesmo entre sacerdotes. Tais pessoas cospem na face de Jesus e o chamam de mentiroso, porque Ele nos Evangelhos, por 19 vezes mencionou o diabo, alertou contra seus malefícios e deixou bem claro que ele existe. Este tipo de pessoa é um dos maiores aliados do inferno, porque já cedeu ao pecado da rebeldia, o mesmo que fez o diabo, que era anjo, cair. Afinal a Doutrina da Igreja é bem clara e a existencia do inferno é dogma de fé.)

- O tipo que crê sim, na existência do diabo, mas somente em teoria. De fato elas o ignoraram totalmente, nunca falam dele, não atribuem a ele nenhuma iniciativa. Isso é muito cômodo para o diabo porque, quando ele é ignorado, ele pode agir muito mais facilmente e sem ser incomodado.

- O tipo das que acreditam de verdade na existência do diabo, que lutam contra ele, mas consideram o Cristo como o centro, seja da teologia como da vida.
Apesar do diabo ter sido vencido, ele esta fazendo de tudo para destruir o Reino de Cristo. A sua batalha não é, principalmente, contra nós, mas contra o Cristo. É contra nós enquanto somos filhos do Reino; atacando os filhos do Reino o diabo esta atacando o Reino de Cristo para enfraquece-lo. Isto é o que motiva o inimigo.

Para uma pessoa que está na caminhada da fé o diabo não deve dar medo. Ao contrário, é ele quem precisa ter medo de nós e isto por uma razão muito simples: porque ele vê que tudo que Jesus reservava para ele, no inicio da criação, Jesus agora deu para nós.

Toda aquela graça, aquela glória que era para Lúcifer, o anjo da luz, agora a vê em nós. E o diabo vê em nós pessoas fracas, por um lado, mas fortes por outro, por causa daquela armadura que nos protege e pelas armas que temos em mãos. Desta forma o diabo tem medo do filho de Deus e tem medo de forma especial do sacerdote, pelas armas que tem nas mãos, especialmente o Sacramento da Reconciliação.

Na celebração do Sacramento da Reconciliação, a pessoa passa de um lado para outro: renuncia à escolha que fez a favor do diabo e aceita novamente Cristo na sua vida. Este é o momento mais forte da derrota do diabo.

O diabo nunca pode amar o homem, nem os participantes de seitas satânicas, os seus adeptos; não pode ama-los! Os diabos entre si se odeiam, existe um grande ódio entre os diabos. Um pouco de amor no inferno, apagaria tudo aquilo que é o inferno, mas lá somente existe ódio, mesmo entre os demônios. Portanto, quando o diabo oferece ao homem alguma coisa que parece boa, por exemplo, uma cura, ela acaba em um desastre.

Devemos prestar atenção, desta forma, na fonte, e não no resultado aparente. Se a fonte é o inimigo, o inimigo é ódio, portanto, não pode nos oferecer nada por simpatia por nós. Podem ter certeza!



Fonte: Do livro Cura do Mal e libertação do maligno – de Frei Elias Vella

sexta-feira, 26 de abril de 2013

EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS




O que são os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola?

“Entende-se, por Exercícios Espirituais, qualquer modo de examinar a consciência, meditar, contemplar, orar vocal ou mentalmente e outras atividades espirituais” (Inácio de Loyola). Trata-se, pois, de uma metodologia de desenvolvimento espiritual, proposta por Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus (Ordem Religiosa dos Padres e Irmãos Jesuítas). A sua primeira redação, pelo próprio Inácio, se deu no ano de 1522, refletindo sua experiência espiritual. Mais tarde, foi enriquecida com sua experiência apostólica e sua formação intelectual (Paris, 1528-1535 e Veneza, 1536-1537).

2) Para que servem os Exercícios Espirituais?

A finalidade dos EEs pode ser resumida em três grandes metas:
- ser uma “escola de oração”, promovendo uma profunda união com Deus;
- desenvolver as condições humanas e espirituais para que o exercitante possa tomar uma decisão importante na sua vida;
- ser uma ajuda para a pessoa alcançar a liberdade de espírito, através da consciência do significado de sua existência, discernindo o que mais a conduz para a vida em plenitude.

3) O que significa “método de exercício espiritual”?

Significa que você, nos exercícios, não vai encontrar um tratado, uma teoria, nem mesmo, muito conteúdo. Mas, sim, um roteiro de exercícios. Como um roteiro de exercícios físicos, a matéria é desenvolvida pela própria pessoa, ao praticar os exercícios. Comparando-se a exercícios musicais, ou seja, um roteiro de exercícios para aprender a tocar um instrumento musical, a beleza da matéria está no resultado que a prática dos exercícios produzirem. Com o passar do tempo, a execução da música torna-se espontânea e resulta na beleza da música, na sua afinação e na sintonia com a orquestra toda.

4) Como praticar os Exercícios Espirituais?

Os EEs podem ser praticados na modalidade de um “RETIRO ESPIRITUAL”. Ou seja, afastando-se do seu local de vida e de atividades cotidianas, “retira-se” para um lugar mais propício à meditação. Para este fim, a Companhia de Jesus e outras congregações religiosas dispõem de casas de retiro espiritual (cf. endereços abaixo). Outra modalidade para a prática dos Exercícios Espirituais é a que se propõe neste site: “EXERCÍCIOS NA VIDA COTIDIANA” (EVC). Neste caso, sem se afastar de seus afazeres diários e se retirar a um lugar isolado, você poderá fazer os exercícios no dia-a-dia de sua vida.

5) Como praticar os Exercícios na Vida Cotidiana (EVC)?

Se você optar por fazer uma experiência espiritual seguindo a proposta dos EVC do presente site, observe o seguinte:
1º) Durante trinta dias, para cada dia, você seguirá um roteiro com proposta de meditação.
2º) Procure se ater somente ao conhecimento do roteiro a ser exercitado em seguida, pois, trata-se de um caminho a ser percorrido espiritualmente, em oração, e não apenas intelectualmente.
3º) Planeje sua caminhada espiritual: nestes trinta dias, dedique 30´ (trinta minutos) diários à meditação. Se possível, faça o exercício no início do dia, antes de iniciar os afazeres do dia, em ambiente silencioso que possibilite a concentração de todo o seu ser. No restante do dia você poderá retomar o Exercício, repetindo a frase ou palavra do texto bíblico que mais lhe marcou. Se você não puder dedicar esses trinta minutos exclusivos para o Exercício, você poderá fazê-lo até mesmo enquanto estiver em trânsito para o trabalho, ou em algum intervalo, durante o dia. Neste caso, você poderá fazer essa leitura antes de sair de casa ou imprimir a página do Exercício Diário ou memorizar uma frase ou uma palavra que mais te chamou atenção no texto. Quanto ao tempo de oração, Santo Inácio insiste na fidelidade diária e na pontualidade, pois essa “disciplina espiritual” é importante para você ir adquirindo um hábito espiritual.

6) Orientação / acompanhamento espiritual?

Se você tiver acesso facilitado, em sua Paróquia ou Comunidade, a alguém que já tenha feito os EEs completos, procure, preferencialmente no final de cada semana (ou após os trinta dias), um acompanhamento espiritual. Nesta orientação espiritual, você poderá narrar os momentos mais significativos de sua caminhada espiritual e receber ajuda para discernir os próximos passos. Se possível, procure participar de um grupo de partilha dos EVC, acompanhado por pessoa experiente em orientação espiritual. Para dúvidas práticas, você poderá acessar o contato deste site, conforme está abaixo e no final de cada semana de EEs.

7) O roteiro de EEs.

O que se apresenta neste site é uma proposta de um mês de exercícios diários, correspondente à iniciação dos EEs. É um roteiro com matérias específicas para cada uma das quatro semanas de oração. Após esta fase de iniciação, se você desejar um aprofundamento da experiência na prática dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola, sugerimos buscar orientação especializada em algum dos centros de espiritualidade inaciana (cf. endereços no abaixo). Contudo, você mesmo poderá formular um roteiro de caminhada espiritual. Para isso, o texto do Evangelho da Liturgia Diária é excelente (cf., neste site, “Evangelho do Dia” ou “Liturgia Diária”).

quarta-feira, 24 de abril de 2013

VOCAÇÃO



Respeito e ajuda à vocação dos filhos

Em nossos dias, num mundo que se tornou estranho e até hóstia à fé, as famílias cristãs são de importância primordial, como lares de fé viva e irradiante. Por isso, o Concílio Vaticano II chama a família, usando uma antiga expressão, de "Ecclesia domestica". E no seio da família que os pais são "para os filhos, pela palavra e pelo exemplo... os primeiros mestres da fé. E favoreçam a vocação própria a cada qual, especialmente a vocação sagrada".

A educação para a fé por parte dos pais deve começar desde a mais tenra infância. Ocorre já quando os membros da família se ajudam a crescer na fé pelo testemunho de uma vida cristã de acordo com o Evangelho. A catequese familiar precede, acompanha e enriquece as outras formas de ensinamento da fé. Os pais têm a missão de ensinar os filhos a orar e a descobrir sua vocação de filhos de Deus. A paróquia é a comunidade eucarística e o centro da vida litúrgica das famílias cristãs; ela é um lugar privilegiado da catequese dos filhos e dos pais.

A família e o Reino Embora os vínculos familiares sejam importantes, não são absolutos. Da mesma forma que a criança cresce para sua maturidade e autonomia humanas e espirituais, assim também sua vocação singular, que vem de Deus, se consolida com mais clareza e força. Os pais respeitarão este chamamento e favorecerão a resposta dos filhos em segui-lo. É preciso convencer-se de que a primeira vocação do cristão é a de seguir Jesus. "Aquele que ama pai ou mãe mais do que a mim não é digno de mim. E aquele que ama filho ou filha mais do que a mim não é digno de mim" (Mt 10,37).

Santidade e Evangelho vocação de todos os discípulos de Cristo

OS SACRAMENTOS DO SERVIÇO DA COMUNHÃO O batismo, a Confirmação e a Eucaristia são os sacramentos da iniciação cristã. São a base da vocação comum de todos os discípulos de Cristo, vocação à santidade e à missão de evangelizar o mundo. Conferem as graças necessárias à vida segundo Espírito nesta vida de peregrinos a caminho da Pátria.

A Lei Antiga é o primeiro estágio da Lei revelação. Suas prescrições morais estão resumidas nos Dez Mandamentos. Os preceitos do Decálogo assentam as bases da vocação do homem, feito à imagem de Deus; proíbem aquilo que é contrário ao amor de Deus e do próximo e prescrevem o que lhe é essencial. O Decálogo é uma luz oferecida à consciência de todo homem, para lhe manifestar o chamamento e os caminhos de Deus e protegê-lo do mal:

Deus escreveu nas tábuas da lei aquilo que os homens não conseguiam ler em seus corações.

Sociedade obrigada a permitir que cada um realize sua vocação

Supõe, em primeiro lugar, o respeito pela pessoa como tal. Em nome do bem comum, os poderes públicos são obrigados a respeitar os direitos fundamentais e inalienáveis da pessoa humana. A Sociedade é obrigada a Permitir que cada um de seus membros realize sua vocação. Em particular, o bem comum consiste nas condições para exercer as liberdades naturais indispensáveis ao desabrochar da vocação humana: "Tais são o direito de agir segundo a norma reta de sua consciência, o direito á proteção da vida particular e à justa liberdade, também em matéria religiosa".

O verdadeiro desenvolvimento abrange o homem inteiro. O que importa é fazer crescer a capacidade de cada pessoa de responder à sua vocação, portanto, ao chamamento de Deus.

Vocação da humanidade

 A COMUNIDADE HUMANA A vocação da humanidade consiste em manifestar a imagem de Deus e ser transformada à imagem do Filho único do Pai. Esta vocação implica uma dimensão pessoal, pois cada um é chamado a entrar na bem-aventurança divina, mas concerne também ao conjunto da comunidade humana.


segunda-feira, 22 de abril de 2013

A CELEBRAÇÃO DA CONFIRMAÇÃO




A CELEBRAÇÃO DA CONFIRMAÇÃO

Um momento importante que antecede a celebração da Confirmação, mas que, de certo modo, faz parte dela, é a consagração do santo crisma. É o Bispo que, na Quinta-feira Santa, durante a missa do crisma, consagra o santo crisma para toda a sua diocese. Nas Igrejas do Oriente, esta consagração é até reservada ao patriarca:

A liturgia de Antioquia exprime assim a epiclese da consagração do santo crisma (mýron): [Pai... enviai o vosso Espírito Santo] sobre nós e sobre este óleo que está diante de nós e consagrai-o, a fim de que seja para todos os que forem ungidos e marcados por ele: mýron santo, mýron sacerdotal, mýron régio, unção de alegria, a veste da luz, o manto da salvação, o dom espiritual, a santificação das almas e dos corpos, a felicidade imperecível, o selo indelével, o escudo da fé e o capacete terrível contra todas as obras do adversário.

Quando a Confirmação é celebrada em separado do Batismo, como ocorre no rito romano, a liturgia do sacramento começa com a renovação das promessas do Batismo e com a profissão de fé dos confirmandos. Assim aparece com clareza que a Confirmação se situa na seqüência do Batismo. Quando um adulto é batizado, recebe imediatamente a Confirmação e participa da Eucaristia [Cf CIC cânone 866].

No rito romano, o Bispo estende as mãos sobre o conjunto dos confirmandos, gesto que, desde o tempo dos Apóstolos, é o sinal do dom do Espírito. Cabe ao Bispo invocar a efusão do Espírito:

Deus Todo-Poderoso, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que pela água e pelo Espírito Santo fizestes renascer estes vossos servos, libertando-os do pecado, enviai-lhes o Espírito Santo Paráclito; dai-lhes, Senhor, o espírito de sabedoria e inteligência, o espírito de conselho e fortaleza, o espírito da ciência e piedade - e enchei-os do espírito de vosso temor. Por Cristo Nosso Senhor.

Segue-se o rito essencial do sacramento. No rito latino, "o sacramento da Confirmação é conferido pela unção do santo crisma na fronte, feita com a imposição da mão, e por estas palavras: 'Accipe signaculun doni Spitus Sancti, 'N, recebe, por este sinal, o selo do Espírito Santo, o dom de Deus.
Nas Igrejas orientais de rito bizantino, a unção do μύρσν faz-se depois de uma oraηγo de epiclese sobre as partes mais significativas do corpo: a fronte, os olhos, o nariz, os ouvidos, os lαbios, o peito, as costas, as mγos e os pιs, sendo cada unção acompanhada da fórmula: "Σφραγίς δωρεάς Пνεύματσς `Αγίου”, “Selo do dom do Espνrito Santo".

O ósculo da paz, que encerra o rito do sacramento, significa e manifesta a comunhão eclesial com o Bispo e com todos os fiéis.

sábado, 20 de abril de 2013

CONDENAÇÃO DO ÓDIO



O ÓDIO

Condenação do ódio

No Sermão da Montanha, o Senhor recorda o preceito: "Não matarás" (Mt 5,21), e acrescenta a proibição da cólera, do ódio e da vingança. Mais ainda, Cristo diz a seu discípulo que ofereça a outra face e ame seus inimigos. Ele mesmo não se defendeu e disse a Pedro que deixasse a espada na bainha.

A PAZ Ao lembrar o preceito "Tu não matarás" (Mt 5,21), Nosso Senhor pede a paz do coração e denuncia a imoralidade da cólera assassina e do ódio.

A cólera é um desejo de vingança. "Desejar a vingança para o mal daquele que é preciso punir é ilícito, mas é louvável impor uma reparação "para a correção dos vícios e a conservação da justiça". Se a cólera chega ao desejo deliberado de matar o próximo ou de feri-lo com gravidade, atenta gravemente contra a caridade, constituindo pecado mortal. O Senhor disse: "Todo aquele que se encolerizar contra seu irmão terá de responder no tribunal" (Mt 5,22).

O ódio voluntário é contrário à caridade. O ódio ao próximo é um pecado quando o homem quer deliberadamente seu mal. O ódio ao próximo é um pecado grave quando se lhe deseja deliberadamente um grave dano. "Eu, porém, vos digo: amai VOSSOS inimigos e orai pelos que vos perseguem; desse modo vos tornareis filhos de vosso Pai que esta nos céus..." (Mt 5 ,44-45).

Ódio de Jesus e de Deus

Pode-se pecar de diversas maneiras contra o amor de Deus: a indiferença negligencia ou recusa a consideração da caridade divina, menospreza a iniciativa (de Deus em nos amar) e nega sua força. A ingratidão omite ou se recusa a reconhecer a caridade divina e a pagar amor com amor. A tibieza é uma hesitação ou uma negligência em responder ao amor divino, podendo implicar a recusa de se entregar ao dinamismo da caridade. A acídia ou preguiça espiritual chega a recusar até a alegria que vem de Deus e a ter horror ao bem divino. O ódio a Deus vem do orgulho. Opõe-se ao amor de Deus, cuja bondade nega, e atreve-se a maldizê-lo como aquele que proíbe os pecados e inflige as penas.

A blasfêmia opõe-se diretamente ao segundo mandamento. Ela consiste em proferir contra Deus interior ou exteriormente - palavras de ódio, de ofensa, de desafio, em falar mal de Deus, faltar-lhe deliberadamente com o respeito ao abusar do nome de Deus. São Tiago reprova "os que blasfemam contra o nome sublime (de Jesus) que foi invocado sobre eles" (Tg 2,7). A proibição da blasfêmia se estende às palavras contra a Igreja de Cristo, os santos, as coisas sagradas. É também blasfemo recorrer ao nome de Deus para encobrir práticas criminosas, reduzir povos à servidão, torturar ou matar. O abuso do nome de Deus para cometer um crime provoca a rejeição da religião.

A blasfêmia é contrária ao respeito devido a Deus e a seu santo nome. E em si um pecado grave.

Ódio de Satanás

Contudo, o poder de Satanás não é infinito. Ele não passa de uma criatura, poderosa pelo fato de ser puro espírito, mas sempre criatura: não é capaz de impedir a edificação do Reino de Deus. Embora Satanás atue no mundo por ódio contra Deus e seu Reino em Jesus Cristo, e embora a sua ação cause graves danos - de natureza espiritual e, indiretamente, até de natureza física - para cada homem e para a sociedade, esta ação é permitida pela Divina Providência, que com vigor e doçura dirige a história do homem e do mundo. A permissão divina da atividade diabólica é um grande mistério, mas "nós sabemos que Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam" (Rm 8,28).

Ódio do irmão e homicídio

Não podemos estar unidos a Deus se não fizermos livremente a opção de amá-lo. Mas não podemos amar a Deus se pecamos gravemente contra Ele, contra nosso próximo ou contra nós mesmos: "Aquele que não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia seu irmão é homicida; e sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele" (1 Jo 3,14-15). Nosso Senhor adverte-nos de que seremos separados dele se deixarmos de ir ao encontro das necessidades graves dos pobres e dos pequenos que são seus irmãos morrer em pecado mortal sem ter-se arrependido dele e sem acolher o amor misericordioso de Deus significa ficar separado do Todo-Poderoso para sempre, por nossa própria opção livre. E é este estado de auto-exclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados que se designa com a palavra "inferno".

O.8.5 Ódio do mal e do inimigo

Este mesmo dever se estende àqueles que pensam ou agem diferentemente de nós. A doutrina de Cristo vai até o ponto de exigir o perdão das ofensas. Estende o mandamento do amor, que é o da nova lei, a todos os inimigos. A libertação no espírito do Evangelho é incompatível com o ódio ao inimigo, como pessoas mas não com o ódio ao mal que este pratica, como inimigo.

Origem do ódio

As paixões são numerosas. A paixão mais fundamental é o amor provocado pela atração do bem. O amor causa o desejo do bem ausente e a esperança de consegui-lo. Este movimento se completa no prazer e na alegria do bem possuído. A percepção do mal provoca ódio, aversão e medo do mal que está por chegar. Este movimento se completa na tristeza do mal presente ou na cólera que a ele se opõe.

A inveja é um vício capital. Designa a tristeza sentida diante do bem do outro e do desejo imoderado de sua apropriação, mesmo indevida. Quando deseja um grave mal ao próximo, é um pecado mortal:

Sto. Agostinho via na inveja "o pecado diabólico por excelência".

"Da inveja nascem o ódio, a maledicência, a calúnia, a alegria causada pela desgraça do próximo e o desprazer causado por sua prosperidade."

quarta-feira, 17 de abril de 2013

"A CRUZ NOS VISITA?"




Quando a "Cruz nos visita", a nossa reação é de "nos fecharmos em nossas lamentações"

 
"Eles lamentavam”. E por força das lamentações, a vida deles que, pouco  tempo antes, tinha sido iluminada pelo encontro com Jesus Cristo, mergulhava na amargura, na incerteza e no pesar.

O Papa Francisco aprofundou a história dos discípulos de Emaús, protagonistas do Evangelho (Lc 24,13-35).

Esses discípulos, particularmente abalados com a morte violenta do Mestre, “estavam com medo",  mais do que os outros. Não paravam de falar da tragédia apenas ocorrida, mas, não mais vendo perspectivas futuras, se lamentavam, e assim se fechavam cada vez mais em si mesmos.

"E cozinhavam a vida deles - por assim dizer - no caldo de suas lamentações, e assim continuavam caminhando”, disse o Santo Padre, comparando a atitude dos discípulos de Emaús à de muitos homens e cristãos de todos os tempos.

Na dificuldade, quando “a Cruz nos visita", o risco imediato que corremos é o de "nos fecharmos em nossas lamentações", disse o Papa. Embora, o Senhor esteja ao nosso lado e caminhando conosco, “não o reconhecemos".

E ainda, quando Jesus nos fala e nos transmite a beleza da sua vida e da sua ressurreição "dentro de nós, no fundo, continuamos com medo" e o lamento se torna um tipo de "segurança": a segurança da  “minha verdade, o fracasso ", a ausência de esperança.

No entanto, Jesus, mesmo diante do nosso desespero, manteve uma extraordinária "paciência", bem como para com os discípulos de Emaús, também conosco, nos ouve e, pouco a pouco, se revela. "Mesmo nos momentos mais sombrios:  Ele está sempre conosco, caminha conosco. E, no fim, nos faz ver a sua presença ", disse o Santo Padre.

As queixas, portanto, são "ruins", sempre estéreis, porque " tiram a esperança." Quando chega o momento da prova, não devemos cair na armadilha da lamentação. “Mas se algo não vai bem, refugiemo-nos no Senhor, confiemos Nele”.

Só Ele é capaz de nos fazer sair das paredes em que nos fecha a nossa amargura. "Confiemos no Senhor - insistiu o Papa -. Ele sempre nos acompanha em nosso caminho, mesmo nas horas mais sombrias”.

Concluindo, o Santo Padre disse ainda: "Não busquemos refúgio em nossas lamentações: fazem mal ao coração”.

Fonte: catolicismo romano 

segunda-feira, 15 de abril de 2013

SER CRISTÃO



Ser cristão não é cumprir mandamentos, mas é deixar que Cristo transforme nossa vida

“Este é o maior dom que recebemos do Mistério pascal de Jesus”, explicou. A ressurreição de Jesus é tão importante, que, «se Cristo não ressuscitou – escreve São Paulo –, é vã a nossa fé».

Na verdade, a nossa fé apoia-se sobre a morte e ressurreição de Cristo como uma casa está apoiada sobre os alicerces: se estes cedem, a casa cai. Na cruz, Jesus ofereceu-Se a Si mesmo, tomando sobre Si os nossos pecados.

Com a Ressurreição, algo de absolutamente novo acontece: somos libertados da escravidão do pecado e nos tornamos filhos de Deus. Ou seja, somos gerados a uma vida nova no Batismo.

E a nossa vida será nova se nos comportarmos como verdadeiros filhos, deixando que Cristo tome posse da nossa vida e a transforme.

“Deus nos trata como filhos, nos compreende, nos perdoa, nos abraça, nos ama mesmo quando erramos. Jamais devemos nos esquecer que Deus é fiel, sempre! Ser cristãos não se reduz a seguir mandamentos, mas quer dizer estar em Cristo, pensar como Ele, agir como Ele, amar como Ele. Cristo ressuscitado é a nossa esperança. Deus é a nossa força.”

Todavia, adverte o Pontífice, a tentação de deixar Deus de lado para colocar nós mesmos no centro está sempre à espreita. A experiência do pecado fere a nossa vida cristã, o nosso ser filhos de Deus. Por isso, devemos ter a coragem da fé, não nos deixando levar pela mentalidade que afirma: «Deus não é solução, não tem nada de importante para nós».

“A verdade é precisamente o contrário! Somente nos comportando como filhos de Deus, sem nos desencorajar pelas nossas caídas, sentindo-se amados por Ele, a nossa vida será nova, animada pela serenidade e pela alegria.”


Papa Francisco


quarta-feira, 10 de abril de 2013

CONFORTAR




O dom de confortar

Para que o nosso mundo seja mais feliz, bom, agradável e satisfatório deve estar mais equitativamente distribuído. É preciso que as pessoas carenciadas ou desconsideradas sejam mais beneficiadas, assistidas e promovidas.

Há muita dor, muito sofrimento, muita angústia, muita necessidade, muito esquecimento ou até desprezo. Não temos o direito de abusar
daqueles que sofrem.

À sociedade humana urge apresentar valores, potenciar valores,autenticar valores, que despertem a necessidade de possui-los, vivê-los e propagá-los,porque abunda grandemente a falta deles.

Infelizmente, no nosso tempo, exibem-se demasiados antivalores: egoísmo, hedonismo, ambição, ostentação, luxo, prazeres e vícios.
Consequentemente despertam-se invejas, desejos de possuir, perigos.
Há que apresentar e propor autênticos modelos humanos em favor da vida.

O voluntariado humano e social sintetiza esta determinação de fazer, até o que parece humanamente impossível, para preencher as
esperanças dos mais débeis, para dar sentido a esses anseios.
É necessário que sejamos cada vez mais contagiados pela luta a favor da vida.

Pela nossa fé, sabemos que a vida humana tem que ser um projecto que supera as nossas barreiras terrenas, os nossos limites.
Os nossos voluntariados nos hospitais, nos centros de saúde, clínicas, lares de primeira e terceira idade, até nos domicílios particulares, aceitam e querem, abnegada e desinteressadamente, trabalhar para servir a vida humana em sofrimento.

DOENÇA DOM DE DEUS?




A necessidade de ver a doença como dom de Deus

De início, é difícil aceitar que a doença seja dom de Deus. Aprendemos que Ele nos criou para sermos felizes e o que podemos acreditar é que Ele nos envia somente o que é bom.

Entretanto, seu Filho, justo, perfeito, se fez homem, assumindo o nosso modo de ser, exceto no pecado. E como Ele sofreu!

Poderíamos pensar:

Ah! Mas Ele é Deus e Deus suplanta os sofrimentos. Ou ainda retrucar que Ele, como Deus, sabia que iria ressuscitar. Então já fica mais fácil suportar um mal se sabemos que ele terá fim e que, no terceiro dia, é o céu, céu de paz, de amor, de alegria.

Mas nos esquecemos de que Ele assumiu a nossa humanidade e de que Ele sofreu como pessoa humana. Tanto que Ele murmurou: “Pai, por que me abandonaste?” É o seu lado humano gritando a sua dor.

Certa vez, ouvimos de uma pessoa muito sensata e boa que “os eleitos é que sofrem mais”.
E ficávamos a pensar que a sabedoria de Deus é bem diferente da pobre “sabedoria” dos homens.
Os homens favorecem aqueles que estimam e, à vezes, que até perseguem os seus desafetos.

De qualquer forma, ficávamos a imaginar, como é que Deus pode dar aos seus eleitos à dor?

Mas São Paulo vem nos ajudar a raciocinar, a sentir como Jesus Cristo, quando ele nos diz que aprecia a sua fraqueza porque, quando se sente fraco, aí é que ele se fortalece, porque Deus vem em seu socorro.

A imagem do rio também nos ajuda a pensar na dor como um dom de Deus, quando nos lembramos de que “é nas quedas que o rio adquire força”.

Seria bom se pessoas íntegras, de boa vontade, que são formadoras de opinião, pudessem alertar as pessoas a sua volta e (quem sabe?) tentassem reverter essa situação calamitosa.

Precisamos ter esperança de que isto aconteça, com a graça de Deus. E olhar para aqueles que sofrem a doença física como preferidos e amados por Deus. Porque Deus somente dá o sofrimento àqueles  que tem um coração aberto e puro para experimentar o que faltou na paixão de Jesus Cristo.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

BEM AVENTURADOS OS POBRES

BEM AVENTURADOS


"Bem-aventurados os pobres em espírito" (Mt 5,3). As bem-aventuranças revelam uma ordem de felicidade e de graça, de beleza e de paz. Jesus celebra a alegria dos pobres, a quem já pertence o Reino:

O Verbo chama "pobreza em espírito" â humildade voluntária de um espírito humano e sua renúncia; o Apóstolo nos dá como exemplo a pobreza de Deus quando diz: "Ele se fez pobre por nós" (2 Cor 8,9).

O Senhor se queixa dos ricos porque encontram na profusão dos bens o seu consolo (Lc 6,24). "O orgulhoso procura o poder terreno, ao passo que o pobre em espírito busca o Reino dos Céus." O abandono nas mãos da Providência do Pai do Céu liberta da preocupação do amanhã. A confiança em Deus predispõe para a bem-aventurança dos pobres. Eles verão a Deus.

De [§1] Cristo, durante seu ministério, os evangelistas conservaram duas orações mais explícitas, que começam ambas com uma ação de graças. Na primeira[a2] , Jesus glorifica o Pai, agradece-lhe e o bendiz porque escondeu os mistérios do Reino aos que se julgam doutos e revelou-os aos "pequeninos" (os pobres das Bem-aventuranças). Sua exclamação emocionada, "Sim, Pai!", exprime o fundo de seu coração, sua adesão ao "beneplácito" do Pai, como num eco ao "Fiat" de Sua Mãe em sua concepção e como prelúdio àquele sim que dirá ao Pai em sua agonia. Toda a oração de Jesus está nesta adesão amorosa de seu coração de homem ao "mistério da vontade" do Pai[a3] .

Orar nos acontecimentos de cada dia e de cada instante é um dos segredos do Reino revelados aos "pequeninos", aos servos de Cristo, aos pobres das bem-aventuranças. E justo e bom orar para que a vinda do Reino de justiça e de paz influa na marcha da história, mas é também importante modelar pela oração a massa das humildes situações do cotidiano. Todas as formas de oração podem ser esse fermento ao qual o Senhor compara o Reino.

Trata-se de "nosso" pão, "um" para "muitos". A pobreza das bem-aventuranças é a virtude da partilha que convoca a comunicar e partilhar os bens materiais e espirituais, não por coação, mas por amor, para que a abundância de uns venha em socorro das necessidades dos outros

GRUPO DE ORAÇÃO




Como conduzir um grupo de oração

Eis a razão porque muitos grupos de oração acabam se fragmentando e outros, inclusive, fechando. 
É porque não temos humildade suficiente e, por vezes, nos achamos "donos" do grupo ou disputamos espaço dentre dele.
Isso serve de lição para nos. Aprendamos, pois:


"O mundo é tão árido e a guerra espiritual que enfrentamos diariamente é tão dura, que se não tivermos, ao menos uma vez por semana, a graça de poder mergulhar no Espírito Santo com os irmãos, orando com eles livremente na linguagem dos anjos, louvando e cantando juntos, fatalmente vamos viver como quem vive no deserto.Nossos grupos de oração precisam ser quentes, não barulhentos. 

Precisam ser cheios da presença de Deus, do Espírito Santo, plenos de oração. Precisam ser lugares onde realmente ajudemos uns aos outros e nos animemos com o canto, com a música, com o louvor, com a oração espontânea, com gestos. 
Alguém conduzindo e ajudando, cheio de louvor, cheio de alegria, cheio da Palavra de Deus, de maneira que possamos ter, a cada semana, um grupo sobre o qual o Espírito Santo se derrame! 
O grupo de oração precisa ser leve, espontâneo.

 Há pessoas que o conduzem, porque é preciso condução; mas essas pessoas devem ser dóceis, não autosuficientes nem orgulhosas. Nunca se deve dizer: 

“A oração de cura sou eu quem vai fazer”; ou então: 

“Quem vai conduzir a intercessão sou eu”. Não, não deve ser assim! Vamos supor que, em determinado dia, uma pessoa esteja encarregada de conduzir a oração de cura, mas o Senhor começa a trazer curas antes, por intermédio de outra pessoa no grupo. Se você não precisar proclamar nesse dia cura nenhuma, nem dirigir a oração, dê glória a Deus! 
É preciso acabar com os vícios de posse e de posição, com pensamentos deste tipo: 
“Esse lugar no grupo de oração é meu!” ou “Sou eu que vou fazer e mais ninguém”.

 O (a) coordenador (a) não é o dono do grupo! Ele (ela) é a pessoa que está vendo a ação do Espírito Santo, pois quem sopra no grupo é o Paráclito. 
Por isso, deixe que Ele conduza, sopre e faça a limpeza e tudo o que for necessário inspiradamente.

De modo que quem coordena um grupo de oração deve ser alguém de discernimento e dócil à condução do Espírito Santo. 
Não deve ser alguém que queira ter “rédeas curtas” segurando tudo nas mãos. 
O Divino Amigo anda depressa; se você segurá-las [rédeas], irá deter a ação d'Ele.
Pois é fundamental que nossos grupos de oração sejam locais de derramamento do Espírito Santo Paráclito, porque precisamos de mais força do Alto, pois a vida nos deixa secos e duros; o próprio cotidiano nos desgasta.

Clamemos o dia todo: Vem, Espírito Santo! Vem, Espírito Santo! 


Fonte: Pe. Jonas Abib 

quarta-feira, 3 de abril de 2013

FELIZ PÁSCOA




 

1 de abril de 2013

Os sinais da Páscoa

Páscoa significa passagem, ou agradecimento por um caminho de libertação percorrido. Já no Antigo Testamento isto estava muito presente na vida do Povo de Deus. A Páscoa era sinalizada por diversas passagens: da Caldeia para Canaã, daí para o Egito e, do Egito, para a Terra Prometida, atravessando o Mar Vermelho e o Deserto. Todas foram marcas delibertação.
Hoje, o grande sinal da Páscoa é a ressurreição de Jesus Cristo, o milagre da vida, realizando a grande aliança de Deus com seu povo, sinalizando a passagem do Antigo para o Novo Testamento.

Após a morte de Cristo e seu sepultamento, os discípulos encontraram o sepulcro vazio, sinal “ainda duvidoso” de ressurreição, que foi confirmado mais tarde com as aparições, tornando fonte de fé para os cristãos.

Para entender os sinais do mistério da ressurreição é preciso acompanhar os primeiros tempos da Igreja. É fundamental compreender a Sagrada Escritura para entender o fato da morte gerar vida.
Não é necessário ver para crer, mas o amor conduz o discípulo a ter fé no Cristo ressuscitado.

As cenas da Semana Santa continuam acontecendo ainda hoje. Elas reavivam em nós o caminho da Paixão de Cristo e nos lembram dos sofrimentos de tantas pessoas nas diversas faixas etárias e situações do momento. Além da pobreza vivida por muitos, temos as doenças, a violência no trânsito, nas afrontas à vida etc.

Os sinais da ressurreição estão presentes na sociedade hodierna. Eles podem ser vistos naqueles que conseguem vencer na vida, saindo de uma situação de sofrimento para uma vida mais saudável.
Isto acontece tanto na condição física como também na via espiritual, no caminho de encontro com Jesus Cristo e na convivência comunitária.

Quem faz a experiência da ressurreição, na prática da vida cristã, deve ter uma nova conduta de vida e passar a olhar e cuidar também das coisas do alto, sobrenaturais e dimensões divinas. Digo isto porque nossa vida é regida pela vitória de Cristo na cruz.