sexta-feira, 26 de outubro de 2012

DEUS TUDO



Deus será tudo em todos I Cor 15, 29-28


20 Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos como primeiro fruto dos que morreram.
21 De fato, já que a morte veio através de um homem, também por um homem vem a ressurreição dos mortos.
22 Como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos receberão a vida.
23 Cada um, porém, na sua própria ordem: Cristo como primeiro fruto; depois, aqueles que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda.
24 A seguir, chegará o fim, quando Cristo entregar o Reino a Deus Pai, depois de ter destruído todo principado, toda autoridade, todo poder.
25 Pois é preciso que ele reine, até que tenha posto todos os seus inimigos debaixo dos seus pés.
26 O último inimigo a ser destruído será a morte,
27 pois Deus tudo colocou debaixo dos pés de Cristo. Mas, quando se diz que tudo lhe será submetido, é claro que se deve excluir Deus, que tudo submeteu a Cristo.
28 E quando todas as coisas lhe tiverem sido submetidas, então o próprio Filho se submeterá àquele que tudo lhe submeteu, para que Deus seja tudo em todos.

Entendendo melhor o texto: Dois estados da humanidade se opõem: o pecado e a morte, dos quais Adão é o símbolo; a graça e a vida, realizadas em Cristo (cf. Rm 5,17-21). A partir do pecado, existem na sociedade forças e estruturas que invertem o destino humano, desagregando, pervertendo, e até mesmo levando os homens à morte. Cristo foi morto por essas estruturas, mas Deus o ressuscitou e lhe deu poder de destruí-las. Após vencer essas forças, também a morte será vencida; então, o triunfo será definitivo. Unida a Cristo, a humanidade estará de novo submetida a Deus e o Reino de Deus se manifestará completamente.

SEMELHANTES À CRISTO



Seremos semelhantes a Cristo ressuscitado I Cor 15, 35-49

35 Todavia, alguém dirá: Como é que os mortos ressuscitam? Com que corpo voltarão?
36 Insensato! Aquilo que você semeia não volta à vida, a não ser que morra.
37 E o que você semeia não é o corpo da futura planta que deve nascer, mas simples grão de trigo ou de qualquer outra espécie.
38 A seguir, Deus lhe dá corpo como quer: ele dá a cada uma das sementes o corpo que lhe é próprio.
39 Nenhuma carne é igual às outras: a carne dos homens é de um tipo, a dos animais é de outro, e de outro a dos pássaros e de outro ainda a dos peixes.
40 Há corpos celestes e há corpos terrestres. O brilho dos celestes, porém, é diferente do brilho dos terrestres.
41 Uma coisa é o brilho do sol, outra o brilho da lua, e outra o brilho das estrelas. E até de estrela para estrela há diferença de brilho.
42 O mesmo acontece com a ressurreicão dos mortos: o corpo é semeado corruptível, mas ressuscita incorruptível;
43 é semeado desprezível, mas ressuscita glorioso; é semeado na fraqueza, mas ressuscita cheio de força; 44 é semeado corpo animal, mas ressuscita corpo espiritual. Se existe um corpo animal, também existe um corpo espiritual, pois a Escritura diz que
45 Adão, o primeiro homem, tornou-se um ser vivo, mas o último Adão tornou-se espírito que dá a vida.
46 Primeiro, não foi feito o corpo espiritual, mas o animal, e depois o espiritual.
47 O primeiro homem foi tirado da terra e é terrestre; o segundo homem vem do céu.
48 O homem feito da terra foi o modelo dos homens terrestres; o homem do céu é o modelo dos homens celestes.
49 E assim como trouxemos a imagem do homem terrestre, assim também traremos a imagem do homem celeste.

Entendendo melhor o texto:

Não se pode imaginar a ressurreição como simples reviver, ou simples volta às condições da vida terrestre. 
O ser humano passará para uma condição inteiramente nova: este corpo "animal", mortal, que nos foi transmitido pelos nossos pais, torna-se «espiritual», isto é, recebe vida nova do Espírito que Cristo nos dá. 
Paulo usa diversas imagens para nos dar a idéia da transfiguração pela qual passaremos. Nenhuma delas, porém, é capaz de dar uma idéia completa da misteriosa e real transformação que nos tornará semelhantes ao próprio Cristo ressuscitado.

sábado, 20 de outubro de 2012

MORTE



20 de outubro de 2012

MORTE

1018 – Em conseqüência do pecado original, o homem deve sofrer “a morte corporal, à qual teria sido subtraído se não tivesse pecado”.(GS 18)

1006 - “É diante da morte que o enigma da condição humana atinge o seu ponto mais alto” (GS, 18). Em certo sentido, a morte corporal é natural; mas para a fé ela é na realidade “salário do pecado” (Rom 6, 23; Gen 2, 17). E, para os que morrem na graça de Cristo, é uma participação na morte do Senhor, a fim de poder participar também de sua Ressurreição (Rom 6, 3-9).

1008 – A morte é conseqüência do pecado. Embora o homem tivesse uma natureza mortal, Deus o destinava a não morrer (Sab 2, 23). A morte foi, portanto, contrária aos desígnios de Deus criador e entrou no mundo como conseqüência do pecado. “A morte corporal, à qual o homem teria sido subtraído se não tivesse pecado”(GS, 18), é, assim, o “último inimigo” do homem a ser vencido (1Cor 15,26).

1009 – A morte é transformada por Cristo. Jesus, o Filho de Deus, sofreu Ele também a morte, própria da condição humana. Todavia, a pesar do seu pavor diante dela (Mc 14, 33-34), assumiu-a em um ato de submissão total e livre à vontade de seu Pai. A obediência de Jesus transformou a maldição da morte em bênção (Rom 5, 19-21).

1010 – O sentido da morte cristã – Graça a Cristo a morte cristã tem um sentido positivo. “Para mim, a vida é Cristo, e morrer é lucro” (Fl 1, 21). “Fiel é esta palavra: se com Ele morremos, com Ele viveremos” (2Tm 2, 11). A novidade essencial da morte cristã está nisto: pelo Batismo, o cristão já está sacramentalmente “morto com Cristo” para viver uma vida nova; e, se morrermos na graça de Cristo, a morte física consuma esse “morrer com Cristo” e completa, assim, nossa incorporação a ele em seu ato redentor.

1011 – Na morte, Deus chama o homem a si. É por isso que o cristão pode sentir, em relação à morte, um desejo semelhante ao de S. Paulo: “O meu desejo é partir e estar com Cristo” (Fl 1, 23) e pode transformar sua própria morte em um ato de obediência e de amor ao Pai, a exemplo de Cristo. (Lc 23, 46)

1013 – A morte é o fim da peregrinação terrestre do homem, do tempo de graça e de misericórdia que Deus lhe oferece para realizar sua vida terrestre segundo o projeto divino e para decidir seu destino último. Quando tiver terminado “o único curso de nossa vida terrestre” (LG, 48), não voltaremos mais a outras vidas terrestres. “Os homens devem morrer uma só vez” (Hb 9,27). Não existe reencarnação depois da morte.

1014 – A Igreja nos encoraja à preparação da hora da nossa morte (“Livra-nos Senhor, de uma morte súbita e imprevista”: antiga ladainha de todos os santos), a pedir à Mãe de Deus que interceda por nós “na hora da nossa morte” (Ave-Maria) e a entregar-se a São José, padroeiro da boa morte.

1055 – Em virtude da “comunhão dos santos”, a Igreja recomenda os defuntos à misericórdia de Deus e oferece em favor deles sufrágios, particularmente o santo sacrifício eucarístico.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

IMAGEM E ÍDOLO




DIFERENÇA ENTRE IMAGEM E ÍDOLO

Imagem não é o mesmo que ídolo.
Chama-se ídolo: uma imagem falsa, um simulacro a que se atribui vida própria, conforme explica o profeta Habacuc (2, 18).

Eis o que claramente indica Habacuc, dizendo: "Ai daquele que diz ao pau: Acorda, e a pedra muda: Desperta" (Hc 2, 19)

A Bíblia reza no livro de Josué: "Josué prostrou-se com o rosto em terra diante da arca do Senhor, e assim permaneceu até à tarde, imitando-o todos anciãos de Israel" (Jos 7, 6).

Terão sido idólatras Josué e os anciãos de Israel?

Foi Deus ainda que ordenou a Moisés levantar uma "serpente" de metal (Nm 21, 8) e todos os que olhassem para ela seriam curados. Ora, que "olhar" é esse que confere uma cura milagrosa diante de uma estátua de metal?
Temos as provas de como esse culto era já uma pré-figura do culto à Deus nas palavras de S. João, que diz que tal "serpente" era o símbolo do Cristo crucificado: "Bem como ergueu Moisés a serpente no deserto, assim cumpre que seja levantado o Filho do Homem" (Jo 3, 14). Por acaso caíram também Moisés e S. João, e até o Espírito Santo (autor da Sagrada Escritura) em crime de idolatria? É claro que não.

A idolatria consistiria em achar que a divindade está em uma estátua, por exemplo. Ou seja, teríamos que colocar alimentos para as imagens, como faziam os romanos, os egípcios e os demais povos idólatras. Teríamos que achar que Deus e o santo são a mesma pessoa.
No fundo, seria dizer que S. Benedito não é e nem foi S. Benedito, mas foi Deus, etc.

Nunca se ouviu algum católico defendendo que o Santo era Deus! Mesmo porque isso seria cair em um panteísmo (defendido por Calvino e Lutero em algumas de suas obras). Para se dizer que os católicos adoram os santos, eles teriam que dizer que S. Benedito, por exemplo, não é S. Benedito, mas Deus. E, ainda mais difícil, os católicos teriam que afirmar que S. Benedito é a estátua, uma espécie de amuleto mágico... Nenhum católico acredita que o santo seja Deus ou que ele seja a madeira da estátua (como uma divindade).

Logo, não há idolatria possível, visto que esta consiste em adorar um falso deus. Alguns protestantes argumentam que só é possível fazer imagens quando Deus expressamente permite.
Pergunta-se: onde está essa norma na Bíblia? É uma contradição dos protestantes, pois tudo para eles está na Bíblia, todavia, para condenar os católicos, não é necessária a Bíblia...

Deus proíbe a idolatria e não o uso de imagens 

O mesmo Deus, no mesmo livro do Êxodo em que proíbe que sejam feitas imagens, manda Moisés fazer dois querubins de ouro e colocá-los por cima da Arca da Aliança (Ex 25, 18-20).
Manda-lhe, também, fazer uma serpente de bronze e colocá-la por cima duma haste, para curar os mordidos pelas serpentes venenosas (Num 21, 8-9). Manda, ainda, a Salomão enfeitar o templo de Jerusalém com imanges de querubins, palmas, flores, bois e leões (I Reis 6, 23-35 e 7, 29).

Ora, se Deus manda fazer imagens em várias passagens das Sagradas Escrituras (Ex 25, 17-22; 1Rs 6, 23-28; 1 Rs 6, 29s; Nm 21, 4-9; 1Rs 7, 23-26; 1 Rs 7, 28s; etc) e proíbe que se façam imagens em outra, de duas uma, ou Deus é contraditório ou fazer imagens não é idolatria! Portanto, fica claro que o erro não está nas imagens, mas no tipo de culto que se presta à elas.

Os Judeus, saindo da dominação egípcia, um povo idólatra, tinham muita tendência à idolatria. Basta ver o que aconteceu quando Moisés desceu do Monte Sinai com as Tábuas da Lei e encontrou o povo adorando o "Bezerro de Ouro" como se ele fosse uma divindade, um amuleto. É claro, como permitir que um povo tendente à idolatria fosse fazer imagens.

Nas imagens católicas se representam os santos, que são pessoas que possuem virtudes que os tornam "semelhantes" a Deus, como afirmou S. Paulo: "já não sou eu quem vivo, mas é Cristo que vive em mim". 

Nas catacumbas encontram-se, em toda parte, imagens e estátuas da Virgem Maria; prova de que tal culto existia no tempo dos apóstolos e foi por eles praticado, ensinado e transmitido à posteridade. Uma das imagens de Nossa Senhora, segundo a tradição, foi pintada pelo próprio S. Lucas e está na catedral de Loreto, exposto à veneração dos fiéis.

As imagens católicas representam pessoas virtuosas. Virtude essa que provém da graça de Deus. O mesmo não se dava na idolatria, pois os povos idólatras representavam as virtudes e os vícios em seus ídolos. O Concílio de Trento formalmente legitimou o uso das imagens: As imagens de Jesus Cristo, da Mãe de Deus, e dos outros santos, podem ser adquiridas e conservadas, sobretudo nas Igrejas, e se lhes pode prestar honra e veneração; não porque há nelas qualquer virtude ou qualquer coisa de divino, ou para delas alcançar qualquer auxílio, ou porque se tenha nelas confiança, como os pagãos de outrora, que colocavam a sua esperança nos ídolos, mas, sim, porque o culto que lhes é prestado dirige-se ao original que representam, de modo que nas imanges que possuímos, diante das quais nos descobrimos ou inclinamos a cabeça, nós adoramos Cristo, e veneramos os santos que elas representam (Sess XXV).

O Concílio de Nicéia, o primeiro celebrado na Igreja, no ano de 325, sob o Papa S. Silvestre I e o imperador Constantino, defende o culto das imagens contra os iconoclastas, com um vigor admirável.
Lê-se nos atos deste concílio: Nós recebemos o culto das imagens, e ferimos de anátema os que procedem de modo contrário.
Anátema a todo aquele que aplica às santas imagens os textos da escritura contra os ídolos. Anátema a todo aquele que as chama ídolos. Anátema àqueles que ousam dizer que a Igreja presta culto a ídolos.

Fonte: Padre Crystian Shankar

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O POBRE É FIEL?




Jó 2, 1-10


Até onde o pobre é fiel ? 1 Certo dia,os anjos se apresentaram a Javé e, entre eles, foi também Satã.
2 Então Javé perguntou a Satã: De onde você vem? Satã respondeu: Fui dar uma volta pela terra.
3 Javé lhe disse: Você reparou no meu servo Jó? Na terra não existe nenhum outro como ele: é um homem íntegro e reto, que teme a Deus e evita o mal. Ele continua firme na sua integridade. E você, a troco de nada, me lançou contra ele para o aniquilar.
4 Satã respondeu a Javé: Pele por pele! O homem dá tudo o que tem para manter a vida.
5 Estende, porém, a mão e o atinge na carne e nos ossos. Garanto que ele te amaldiçoará na cara!
6 Então Javé disse a Satã: Faça com ele o que você quiser, mas poupe a vida dele.
7 E Satã saiu da presença de Javé.
Fidelidade até o fim:  Satã feriu Jó com feridas graves, desde a planta do pé até a cabeça.
8 Então Jó pegou um caco de telha para se coçar, sentado no meio da cinza.
9 Sua mulher lhe disse: E você ainda continua em sua integridade? Amaldiçoe a Deus e morra de uma vez! 10 Jó respondeu: Você está falando como louca! Se aceitamos de Deus os bens, não devemos também aceitar os males?

E, apesar de tudo isso, Jó não ofendeu a Deus com palavras.

Entendendo o Texto.... "

Mesmo empobrecido, o homem continua fiel a Deus. Pele por pele, era um provérbio usado entre comerciantes que trocavam peles. Satã insinua ironicamente que Jó ainda está sendo fiel a Deus por um interesse: conservar a integridade física. O que acontecerá, porém, se o pobre for atingido no seu próprio corpo e perder a saúde?
Para os antigos, doenças de pele eram sempre sinal de lepra, e o doente deveria afastar-se do convívio social e familiar. Empobrecido, doente e marginalizado, Jó é o retrato da miséria humana. Tem sentido viver assim?
A mulher o aconselha a que apresse a morte, amaldiçoando a Deus. Jó, porém, continua fiel: Deus sabe o que faz.

Fonte Bíblia Sagrada