domingo, 30 de junho de 2013

MORTE E INFERNO




Não podemos estar unidos a Deus se não fizermos livremente a opção de amá-lo. Mas não podemos amar a Deus se pecamos gravemente contra Ele, contra nosso próximo ou contra nós mesmos:

"Aquele que não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia seu irmão é homicida; e sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele" (1 Jo 3,14-15). Nosso Senhor adverte-nos de que seremos separados dele se deixarmos de ir ao encontro das necessidades graves dos pobres e dos pequenos que são seus irmãos morrer em pecado mortal sem ter-se arrependido dele e sem acolher o amor misericordioso de Deus significa ficar separado do Todo-Poderoso para sempre, por nossa própria opção livre. E é este estado de auto-exclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados que se designa com a palavra "inferno".

Jesus fala muitas vezes da "Geena", do "fogo que não se apaga", reservado aos que recusam até o fim de sua vida crer e converter-se, e no qual se pode perder ao mesmo tempo a alma e o corpo. Jesus anuncia em termos graves que "enviar seus anjos, e eles erradicarão de seu Reino todos os escândalos e os que praticam a iniquidade, e os lançarão na fornalha ardente" (Mt 13,41-42), e que pronunciar a condenação: "Afastai-vos de mim malditos, para o fogo eterno!" (Mt 25,41).

O ensinamento da Igreja afirma a existência e a eternidade do inferno. As almas dos que morrem em estado de pecado mortal descem imediatamente após a morte aos infernos, onde sofrem as penas do Inferno, "o fogo eterno". A pena principal do Inferno consiste na separação eterna de Deus, o Único em quem o homem pode ter a vida e a felicidade para as quais foi criado e às quais aspira.

As afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja acerca do Inferno são um chamado à responsabilidade com a qual o homem deve usar de sua liberdade em vista de seu destino eterno. Constituem também um apelo insistente à conversão: "Entrai pela porta estreita, porque largo e espaçoso é o caminho que conduz à perdição. E muitos são os que entram por ele. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho que conduz à vida. E poucos são os que o encontram" (Mt 7,13-14): Como desconhecemos o dia e a hora, conforme a advertência do Senhor, vigiemos constantemente para que, terminado o único curso de nossa vida terrestre, possamos entrar com ele para as bodas e mereçamos ser contados entre os benditos, e não sejamos, como servos maus e preguiçosos, obrigados a ir para o fogo eterno, para as trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes.

Deus não predestina ninguém para o Inferno; para isso é preciso uma aversão voluntária a Deus (um pecado mortal) e persistir nela até o fim. Na Liturgia Eucarística e nas orações cotidianas de seus fiéis, a Igreja implora a misericórdia de Deus, que quer "que ninguém se perca, mas que todos venham a converter-se" (2Pd 3,9): Recebei, ó Pai, com bondade, a oferenda de vossos servos e de toda a vossa família; dai-nos sempre a vossa paz, livrai-nos da condenação e acolhei-nos entre os vossos eleitos.

A ressurreição de todos os mortos, "dos justos e dos injustos" (At 24,15), antecederá o Juízo Final. Este será "a hora em que todos os que repousam nos sepulcros ouvirão sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para uma ressurreição de vida; os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de julgamento" (Jo 5,28-29). Então Cristo "virá em sua glória, e todos os anjos com Ele. (...) E serão reunidas em sua presença todas as nações, e Ele há de separar os homens uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos, e por as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. (...) E irão estes para o castigo eterno, e os justos irão para a Vida Eterna" (Mt 25,31-33.46).

É diante de Cristo - que é a Verdade - que será definitivamente desvendada a verdade sobre a relação de cada homem com Deus. O Juízo Final há de revelar até as últimas conseqüências o que um tiver feito de bem ou deixado de fazer durante sua vida terrestre:

Todo o mal que os maus praticam é registrado sem que o saibam. No dia em que "Deus não se calará" (Sl 50,3), voltar-se-á para os maus: "Eu havia", dir-lhes-á, "colocado na terra meus pobrezinhos para vós. Eu, seu Chefe, reinava no céu à direita do meu Pai, mas na terra os meus membros passavam fome. Se tivésseis dado aos meus membros, vosso dom teria chegado até a Cabeça. Quando coloquei meus pobrezinhos na terra, os constituí meus tesoureiros para recolher vossas boas obras em meu tesouro; vós, porém, nada depositastes em suas mãos, razão por que nada possuís junto a mim"

O Juízo Final acontecerá por ocasião da volta gloriosa de Cristo. Só o Pai conhece a hora e o dia desse Juízo, só Ele decide de seu advento. Por meio de seu Filho, Jesus Cristo, Ele pronunciará então sua palavra definitiva sobre toda a história. Conheceremos então o sentido último de toda a obra da criação e de toda a economia da salvação, e compreenderemos os caminhos admiráveis pelos quais sua providência terá conduzido tudo para seu fim último. O Juízo Final revelará que a justiça de Deus triunfa de todas as injustiças cometidas por suas criaturas e que seu amor é mais forte que a morte.

A mensagem do Juízo Final é apelo à conversão enquanto Deus ainda dá aos homens "o tempo favorável, o tempo da salvação" (2Cor 6,2). O Juízo Final inspira o santo temor de Deus. Compromete com a justiça do Reino de Deus. Anuncia a "bem-aventurada esperança" (Tt 2,13) da volta do Senhor, que "virá para ser glorificado na pessoa de seus santos e para ser admirado na pessoa de todos aqueles que creram (2Ts 1,10).

segunda-feira, 24 de junho de 2013

FESTA JUNINA - OS SANTOS

 Conheça Santo Antônio, São João e São Pedro


"Com a filha de João/Antônio ia se casar/mas Pedro fugiu com a noiva/na hora de ir para o altar."

Esta e outras cantigas de roda são característica marcante das Festas Juninasrealizadas em todo o país. Especialmente no interior, as homenagens a Santo Antônio, São João Batista e São Pedro mobilizam a população e levam visitantes às pequenas e grandes cidades, nos dias 13, 24 e 29 de junho.

Que tal conhecer o que diz a tradição católica sobre esses santos?


Santo Antônio
Para seguir a ordem cronológica das festas, pode-se começar por Santo Antônio. Ele nasceu em Lisboa, em data incerta, entre 1190 e 1195. Seu nome de batismo era Fernando. Pertencia a uma família de posses, chamada Bulhão ou Bulhões. No entanto, abdicou da riqueza por volta de 1210, ingressando na ordem dos franciscanos.

Seguiu para o atual Marrocos para desenvolver trabalho missionário, mas sua saúde não se adaptou ao clima africano. Adoeceu e regressou à Europa, fixando-se na Itália. Lá, demonstrou grande talento para a oratória, o qual desenvolveu praticando ao máximo durante nove anos.

Possuía grande conhecimento da Bíblia e seus sermões impressionavam tanto os intelectuais quanto as pessoas simples. Alguns de seus escritos foram conservados e são conhecidos ainda hoje. Seu carisma conquistava multidões. A saúde, porém, continuava frágil e ele morreu com cerca de 35 anos, em 13 de junho de 1231, sendo canonizado no ano seguinte. Está enterrado em Pádua (Itália) e sobre seu túmulo ergueu-se uma basílica, que é lugar de grande peregrinação.


São João Batista
Em geral, os dias consagrados aos santos são aqueles em que eles morreram. No caso de São João Batista, acontece o contrário: comemora-se o seu nascimento, que teria sido em 24 de junho de ano desconhecido. João Batista foi profeta e precursor de Jesus Cristo. Era filho de Zacarias, um sacerdote de Jerusalém, e de Isabel, parente da mãe de Jesus.

João apareceu como pregador itinerante em 27 d.C. Aqueles que confessavam seus pecados eram por ele lavados no rio Jordão, na cerimônia do batismo. Atualmente, Israel e a Jordânia disputam a posse do local exato do rio onde São João batizava, já que isso atrai uma imensa quantidade de peregrinos e turistas.

João teve muitos discípulos e batizou o próprio Jesus. Porém, logo depois, foi atirado na prisão por haver censurado o rei Herodes Antipas, quando este se casou com Herodíades, a mulher de seu meio-irmão.

De acordo com a Bíblia, Herodes prometeu à jovem Salomé, filha de Herodíades e execelente dançarina, o que ela lhe pedisse, depois de tê-la visto dançar. Instigada pela mãe, Salomé pediu a cabeça de João Batista, que lhe foi entregue numa bandeja. O episódio teria ocorrido em 29 d.C.


São Pedro
São Pedro também tem parte de sua vida registrada pelo Novo Testamento. Era um pescador no mar da Galiléia, casado, irmão de Santo André. Juntamente com este, foi chamado por Cristo para tornar-se "pescador de homens". Seu nome original era Simão, mas Jesus deu-lhe o título de Kephas, que, em língua aramaica, significa "pedra", e cujo equivalente grego tornou-se Pedro.

O nome se origina quando Simão declarou "Tu és Cristo, o filho de Deus vivo", ao que Jesus respondeu "Tu és Pedro e sobre essa Pedra edificarei minha Igreja", entregando-lhe as "chaves do reino do Céu" e o poder de "ligar e desligar". Os evangelhos dão testemunho da posição de destaque ocupada por Pedro entre os discípulos de Jesus. No entanto, mesmo assegurando que jamais trairia Cristo, negou conhecê-lo por três vezes, quando seu mestre foi preso. Após a ressurreição, Pedro foi o primeiro apóstolo a quem Cristo apareceu e, depois disso, ele se tornou chefe da comunidade cristã.

A tradição, que não está relatada explicitamente no Novo Testamento, conta que Pedro teria sido crucificado em Roma. O fato tem sido muito questionado, mas as pesquisas arqueológicas têm contribuido para confirmar a tradição, deixando claro que Pedro foi martirizado a mando de Nero.

Conta-se que ele pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, para não igualar-se a Jesus. No local onde foi sepultado, segundo a tradição, ergueu-se a basílica do Vaticano, mas as escavações feitas no local não são conclusivas quanto ao fato de ali ser ou não o túmulo do santo.


Quo vadis?
Das várias histórias que surgiram em torno de São Pedro, uma delas conta que o santo, fugindo da perseguição, estava deixando Roma, quando encontrou-se com Cristo e perguntou-lhe: "Onde vais, Senhor?" (em latim, Quo vadis, Domine?). Jesus disse que voltava para Roma, onde seria novamente crucificado. Pedro então voltou para Roma e acabou martirizado.

Este episódio deu origem ao romance "Quo Vadis", do escrito polonês Henrik Sienkiewicz, Prêmio Nobel de 1905, adaptado pelo cinema norte-americano num filme de 1951, dirigido por Mervin LeRoy, que se tornou um clássico de Hollywood.

Para encerrar, uma curiosidade linguística. Você sabe o que significa comemoração? Comemorar, junta o prefixo latino "co" (uma redução de "com") com "memorar" que significa trazer à memória, lembrar. Ou seja, trata-se de lembrar com os outros alguma pessoa ou fato importante para a comunidade.

domingo, 23 de junho de 2013

A CELEBRAÇÃO DA BENÇÃO




Estrutura típica

A celebração típica da bênção consta de duas partes: a primeira é a proclamação da palavra de Deus, a segunda é o louvor da bondade divina e a petição do auxílio celeste.

Normalmente a celebração começa e conclui com alguns ritos breves.
A primeira parte tem o objectivo de fazer com que a celebração seja verdadeiramente um sinal sagrado, que toma o seu pleno sentido e efi cácia da proclamação da palavra de Deus
.
Portanto, o centro desta primeira parte é a proclamação da palavra de Deus, à qual se referem tanto a admonição introdutória co mo a breve explicação ou exortação ou homilia que, conforme as cir cunstâncias, se podem acrescentar.

Para estimular a fé dos participantes, pode intercalar-se um salmo ou um cântico ou um tempo de silêncio sagrado, sobretudo se se fazem várias leituras.

A segunda parte tem por objectivo, mediante ritos e preces, louvar a Deus e obter o seu auxílio por Cristo no Espírito Santo. O centro desta parte é constituído pela fórmula de bênção, ou oração da Igreja, acompanhada geralmente de um sinal ou gesto pe culiar.
Para fomentar a oração dos presentes, pode acrescentar-se a oração comum, que normalmente precede a oração de bênção, mas por vezes diz-se depois dela.

Nas celebrações propostas, os elementos principais, isto é, a proclamação da palavra de Deus e a oração da Igreja, que nunca podem ser omitidos, mesmo nas celebrações mais breves, devem distinguir-se cuidadosamente dos outros elementos, ao or denar a celebração.

Além disso, ao ordenar a celebração, deve ter-se em conta sobretudo o seguinte:

a) geralmente deve preferir-se a forma comunitária, de tal modo que exerçam nela as suas funções próprias o diácono, o leitor, o salmista e o coro;
b) atenda-se à norma fundamental sobre a consciente, ativa e apropriada participação dos fiéis;
c) tenham-se em conta oportunamente as circunstâncias do momento e das pessoas presentes, observando os princípios que inspiram a reforma destes ritos e as normas dadas pela autoridade competente.

Os sinais a utilizar

Os sinais visíveis que frequentemente acompanham as orações têm a finalidade principal de evocar as acções salvífi cas do Senhor, mostrar uma certa relação com os principais sacramen tos da Igreja e, deste modo, alimentar a fé das pessoas presentes e despertar a sua atenção para que participem na celebração
.
Os sinais que mais frequentemente se utilizam são os seguintes: braços abertos, braços erguidos, mãos juntas, imposição das mãos, o sinal da cruz, a aspersão com água benta e a incensação.

a) Dado que a fórmula de bênção é antes de mais «oração», o ministro, conforme se indica em cada uma das celebrações, re cita-a de braços abertos, ou erguidos, ou estendidos sobre as pessoas, ou de mãos juntas
b) Entre os sinais de bênção tem lugar destacado a impo sição das mãos, como costumava fazer o próprio Cristo, que, re ferindo-Se aos discípulos, disse:
«Imporão as mãos sobre os doentes e serão curados» (Mc 16, 18). Este sinal continua a realizar-se na Igreja e pela Igreja.
c) Com frequência, segundo a antiga tradição da Igreja, propõe-se o sinal
da cruz.
d) Em algumas celebrações da bênção propõe-se a aspersão com água benta. Nesse caso, os ministros devem exortar os fiéis para que recordem o Mistério Pascal e renovem a fé do seu Baptismo.
e) Em algumas celebrações da bênção utiliza-se a incensa ção, que é um sinal de veneração e honra e simboliza por vezes a oração da Igreja.

Embora os sinais utilizados nas bênçãos, sobretudo o si nal da cruz, exprimam uma certa evangelização e comunica ção da fé, para tornar mais activa a participação e evitar o pe rigo de superstição, normalmente não é permitido abençoar coisas e lugares só com um sinal externo, sem nenhum recurso à palavra de Deus ou a alguma prece.

Modo de articular a celebração da bênção com outras celebrações ou com outras bênçãos

Algumas bênçãos têm uma relação especial com os sacramentos e, por isso, podem por vezes unir-se à celebração da Missa.
 No Ritual das Bênçãos indica-se quais são estas bênçãos e com que parte ou rito devem unir-se; e para cada caso dão-se normas rituais que não é licito negligenciar. Outras bênçãos, porém, de nenhum modo podem unir-se à celebração da Missa.

Algumas bênçãos podem unir-se a outras celebrações, como se indica em
cada rito correspondente.

Por vezes pode ser oportuno efectuar várias bênçãos numa única celebração. Ao ordenar a celebração, tenha-se em conta o seguinte: utiliza-se o rito que se refere à bênção principal, acrescentando na admonição e nas preces as palavras e si nais que manifestam a intenção de realizar também as outras bênçãos.

Função do ministro na preparação e ordenamento da celebração

O ministro deve lembrar-se que as bênçãos se dirigem primariamente aos fiéis, mas podem também celebrar-se para os catecúmenos e, tendo em conta as normas do cânone 1170, também para os não católicos, a não ser que obste alguma proibição da Igreja.Nas bênçãos a celebrar comunitariamente com os irmãos se parados, devem observar-se em cada caso as normas dadas pelo Ordinário do lugar.

O celebrante ou ministro, ponderando todas as circunstâncias e tendo escutado também as sugestões dos fiéis, usará as faculdades concedidas nos diversos ritos de bênção, observando contudo a sua estrutura e sem alterar de modo algum a ordem das suas partes principais.

Na celebração comunitária, procure-se que todos, ministros e fiéis, ao exercerem as funções próprias de cada um, rea lizem com decoro, ordem e piedade tudo o que lhes corresponde.

Atenda-se também à indole peculiar do tempo litúrgico, de modo que as admonições e as preces dos fiéis exprimam a relação com o ciclo anual do mistério de Cristo.

As vestes litúrgicas

O Bispo, quando preside às celebrações mais importantes, usa as vestes
que são indicadas no Cerimonial dos Bispos.

O presbítero e o diácono, quando presidem às bênçãos de for ma comunitária, sobretudo se são celebradas na igreja ou com alguma solenidade externa, usam alva e estola. A alva pode ser substituída pela sobrepeliz, quando se usa hábito talar. Nas celebrações mais solenes, pode usar-se o pluvial.

Os paramentos são branco ou da cor que estiver mais em consonância com o tempo ou festa litúrgica.

Os ministros devidamente instituídos, quando presidem às celebrações da comunidade, usam as vestes prescritas pela Conferência Episcopal ou pelo Ordinário do lugar para as celebrações litúrgicas.

ADAPTAÇÕES QUE COMPETEM ÀS CONFERÊNCIAS EPISCOPAIS

Compete às Conferências Episcopais, em virtude da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, elaborar o Ritual particular correspondente a este título do Ritual Romano, adaptando-o contudo às necessidades de cada região, de tal modo que, quando os textos estiverem aprovados pela Sé Apostólica, possam entrar em uso nas regiões a que se referem.Nesta matéria, compete à Conferência Episcopal:

a) Determinar as adaptações, segundo os princípios estabelecidos neste livro, conservando porém a estrutura própria dos ritos ou formulários.
b) Considerar com prudência e cuidado o que pode ser oportunamente admitido das tradições e índole de cada povo e, consequentemente, propôr outras adaptações que pareçam úteis ou necessárias.
c) Conservar as bênçãos próprias porventura já existentes nos Rituais particulares ou as do antigo Ritual Romano, se ainda está em uso, contanto que sigam a mentalidade da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, com os princípios expostos no presente título e com as necessidades do tempo atual; ou adaptá -las.
d) Nos vários ritos de bênção, sobretudo quando se apresentam várias fórmulas à escolha, acrescentar outras do mesmo gênero, além daquelas que se encontram no Ritual Romano.
e) Traduzir integralmente os preliminares que estão contidos neste livro, tanto os gerais como os particulares de cada rito de bênção, mas também, se o caso o exigir, completá -los, de modo que os ministros compreendam mais plenamente o significado das celebrações e a participação dos fiéis se torne mais consciente e ativa.
f) Completar o que faz falta em algumas partes deste livro, p. ex., apresentar outras leituras que possam ser úteis; in dicar os cânticos mais apropriados.
g) Preparar as traduções dos textos, de maneira que se acomodem à índole das diversas línguas e das diversas culturas.
h) Nas edições do livro, ordenar o material do modo que parecer mais apto para o uso pastoral; editar separadamente as diversas partes do livro, fazendo-as preceder sempre das principais introduções.

sábado, 22 de junho de 2013


APRESENTAÇÃO DO MEU NETO NA ESCOLA, COM DIVERSAS APRESENTAÇÕES JUNTAS





MEU NETO MATHEUS E MINHA FILHA CRISLEINE MÃE DELE KKK



MEU NETO MATHEUS COM, AVO, MÃE, TIA E BISA




MEU NETO MATHEUS, EU E MINHA FILHA MÃE DELE KKKKK



PESSOAL DA TERCEIRA IDADE



CRIANÇAS DO BALÉ




AMIGUINHA TOCANDO VIOLINO


BEBES DA CRECHE CANTANDO


MEU NETO MATHEUS E AMIGUINHOS CANTANDO NA APRESENTAÇÃO












MEU NETO MATHEUS E A PRO VIVIANE



PROFESSORAS CANTANDO KKKK




PÃES E MÃES AVOS, TIAS, TIOS E MUITO MAIS




quarta-feira, 19 de junho de 2013

AS BENÇÃOS NA VIDA DA IGREJA




Fiel à recomendação do Salvador, a Igreja participa do cálice de bênção 14 dando graças a Deus pelo seu dom inefável, adqui rido pela primeira vez no Mistério Pascal e em seguida comunicado a nós na Eucaristia. Efetivamente, a Igreja recebe no mistério eucarístico a graça e a virtude pelas quais se torna ela mesma uma bênção no mundo: como sacramento universal de salvação 15 , exerce sempre entre os homens e em favor dos homens a obra da santificação e simultaneamente, unida a Cristo sua cabeça, glorifica o Pai no Espírito Santo.

A Igreja, pelo poder do Espírito Santo, exprime de diversos modos este seu ministério e por isso instituiu diversas formas de bênção; com elas convida os homens a louvar a Deus, anima-os a pedir a sua proteção, exorta-os a tornarem-se dignos da sua misericórdia pela santidade de vida, utiliza fórmulas de oração para implorar os seus benefícios, a fi m de alcançar bom êxito naquilo que suplica.
A isto se destinam as bênçãos instituídas pela Igreja, sinais sensíveis que «significam e realizam, cada um a seu modo, a santificação dos homens em Cristo»16 e a glorificação de Deus, que é o fi m para o qual se orientam todas as outras ações da Igreja 17
.
As bênçãos, como sinais que se fundamentam na palavra de Deus e se celebram à luz da fé, pretendem ilustrar e devem manifestar a vida nova em Cristo, que tem a sua origem e crescimento nos sacramentos da nova aliança instituídos pelo Senhor. Além disso, as bênçãos, que foram instituídas imitando de certo modo os sacramentos, significam sempre efeitos principalmente espirituais, que se alcançam graças à súplica da Igreja 18
.
Com esta convicção, a Igreja manifesta sempre a sua solicitude para que a celebração da bênção se oriente verdadeiramente para o louvor e glorificação de Deus e se ordene ao proveito espiritual do seu povo.
Para que isto apareça com mais clareza, as fórmulas de bênção, segundo a antiga tradição, têm como objectivo principal glorificar a Deus pelos seus dons, implorar os seus benefícios e afastar do mundo o poder do Maligno.

Glorificando a Deus em todas as coisas e procurando principalmente a manifestação da glória de Deus aos homens  tanto os já renascidos como os que vão renascer pela graça  a Igreja, celebrando as bênçãos, louva o Senhor por eles e com eles nas diversas circunstâncias da vida e invoca para eles a sua graça. Por vezes a Igreja abençoa também as coisas relacionadas com a atividade humana ou com a vida litúrgica e também com a piedade e o culto, mas tendo sempre em conta os homens que utilizam essas coisas e atuam nesses lugares. Na verdade, o homem, em cujo favor Deus quis todas as coisas boas, é o receptáculo da sua sabedoria, e por isso, com a celebração da bênção, o homem pretende manifestar que utiliza de tal modo as coisas criadas que, com o seu uso, busca a Deus, ama a Deus e serve fielmente o único Deus.

Os cristãos, guiados pela fé, fortalecidos pela esperança e movidos pela caridade, não só são capazes de reconhecer sabiamente os vestígios da bondade divina em todas as coisas criadas, mas também buscam implicitamente o reino de Cristo nas obras da atividade humana e, além disso, consideram todos os acontecimentos do mundo como sinais da providência paterna com que Deus dirige e ori enta todas as coisas.
Por isso, sempre e em toda a parte se nos apresenta ocasião para louvar, invocar e dar graças a Deus por Cristo no Espírito Santo, contanto que se trate de coisas, lugares e circunstâncias que não estejam em contradição com as normas e o espírito do Evangelho. Portanto, cada celebração de bênção deve submeter-se sempre ao cri tério pastoral, sobretudo se pode provocar estranheza entre os fi éis ou outras pessoas.

Este modo pastoral de considerar as bênçãos está em sintonia com as palavras do Concílio Ecumênico Vaticano II: «A liturgia dos sacramentos e dos sacramentais faz com que, para os fiéis que os celebram nas devidas disposições, quase todos os atos da vida sejam santificados pela graça divina que emana do Mistério Pascal da paixão, morte e ressurreição de Cristo, do qual todos os sacramentos e sacra mentais recebem o seu poder, e faz também com que o uso honesto de quase todas as coisas materiais possa ordenar-se à santificação do homem e ao louvor de Deus»19 Assim, com as celebrações das bênçãos, os homens dispõem-se para receber o fruto superior dos sacramentos e são santificadas as diversas circunstâncias da vida.

Para conseguir esta plena eficácia, é necessário que os fiéis participem na sagrada liturgia com recta disposição de espírito»20. Por isso, aqueles que pedem a bênção de Deus por meio da Igreja devem fortalecer a sua disposição de espírito naquela fé para a qual nada é impossível 21; apoiem-se na esperança, que não ilude 22; e sobretudo sejam vivificados na caridade, que impele a observar os mandamentos de Deus 23. Assim, os homens que buscam o beneplácito divino 24 compreenderão plenamente e alcançarão de facto a bênção do Senhor.

A BENÇÃO NA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO




A fonte e origem de toda a bênção 1 é Deus bendito sobre todas as coisas 2 que, como único e sumo bem, tudo fez bem feito, para encher de bênçãos as suas criaturas 3 e, mesmo depois da queda do homem, continua a derramar essas bênçãos, como sinal da sua misericórdia.

Mas quando chegou a plenitude dos tempos, o Pai enviou o seu Filho e por Ele - ao assumir a condição humana - de novo abençoou os homens com
todas as bênçãos espirituais 4. E assim se converteu em bênção a antiga maldição, quando «nasceu o Sol de justiça,5 Cristo nosso Deus, que destruiu a maldição e nos trouxe a bênção».3. Cristo, a maior bênção do Pai, apareceu no Evangelho abençoando os irmãos, principalmente os mais humildes 6 , e ele vando ao Pai uma oração de bênção 7.

Finalmente, tendo sido glorificado pelo Pai e subido ao Céu, derramou sobre os irmãos, remidos com o seu Sangue, o dom do Espírito, para que, movidos pelo seu poder, pudessem louvar e glorificar em todas as coisas a Deus Pai, adorá--lo e dar-Lhe graças, e, praticando obras de caridade, merecessem ser contados entre os benditos do seu reino.

É pelo Espírito Santo que a bênção de Abraão 9  se realiza cada vez mais plenamente em Cristo, na medida em que vai passando aos fi lhos que são chamados a uma vida nova «na plenitude da bênção»10, para que, convertidos em membros de Cristo, difundam por toda a parte os frutos do mesmo Espírito para salvar o mundo pela bênção divina.

O Pai, tendo em sua mente divina a Cristo Salvador, tinha já confirmado a primeira aliança do seu amor para com os homens pela efusão de múltiplas bênçãos. Deste modo, reparava o povo eleito para receber o Redentor e tornava--o cada vez mais digno da aliança. E o povo, seguindo os caminhos da justiça, pôde honrar a Deus com os lábios e o coração, tornando-se sinal e sacramento da bênção divina no mundo.

Deus, de quem desce toda a bênção, concedeu já naquele tempo aos homens, principalmente aos patriarcas, aos reis, aos sacerdotes, aos levitas, aos pais 11 , que, louvando e bendizendo o seu nome, em seu nome abençoassem os outros homens e as coisas criadas com bênçãos divinas.
 Quando é Deus que abençoa, por Si mesmo ou por outros, promete -se sempre o auxílio do Senhor, anuncia-se a sua graça, proclama-se a sua fidelidade à aliança. Quando são os homens que abençoam, louvam a Deus, proclamando a sua bondade e misericórdia.
 Na verdade, Deus dá a sua bênção comunicando ou anunciando a sua bondade. Os homens bendizem a Deus proclamando os seus louvores, dando--Lhe graças, prestando-Lhe culto de piedade e adoração, e quando abençoam os outros homens, invocam o auxílio de Deus sobre cada um deles ou sobre as assembleias reunidas.

Como consta na Sagrada Escritura, todas as coisas que Deus criou e sustenta no mundo com a sua graça providente dão testemunho da bênção de Deus e nos convidam a bendizê-lo 12. Isto alcançou o maior sentido quando o Verbo Encarnado começou a santificar todas as coisas do mundo, graças ao mistério da encarnação.
As bênçãos referem-se primária e principalmente a Deus, cuja grandeza e bondade exaltam; mas, na medida em que comunicam os benefícios de Deus, referem-se também aos homens, que Deus governa e protege com a sua providência; mas também se dirigem às coisas criadas, por cuja abundância e variedade Deus abençoa o homem 13

ORAÇÃO DO TERÇO E SEUS BENEFICIOS





No dia 16 de Outubro, Sua Santidade o Papa João Paulo II ao comemorar o 24º aniversário de Pontificado, proclamou através da Carta Apóstolica Rosarium Virginis Mariae o Ano do Rosário: de Outubro de 2002 a Outubro de 2003 e anexou os " Mistérios Luminosos", as orações do Santo Terço.

Irmã Lúcia, única sobrevivente das Aparições de NOSSA SENHORA em Fátima, no livro "Apelos da Mensagem de Fátima", dedica muitas páginas ao pedido da VIRGEM SANTÍSSIMA: "Rezem o Terço todos os dias" . Esta recomendação, nossa MÃE SANTÍSSIMA a repetiu em todas as Aparições, suplicando a humanidade que rezasse o Terço, que não se preocupasse somente com o trabalho.

Qual terá sido o motivo porque NOSSA SENHORA nos mandou rezar o Terço ou Rosário todos os dias, com tanta insistência, e não nos mandou ir participar da Santa Missa todos os dias?

Sem considerarmos o valor da Santa Missa, que é incomensurável por ser a Oração mais completa, porque é o memorial da Vida, Paixão, Morte e Gloriosa Ressurreição do SENHOR JESUS, a resposta é simples e compreensível: NOSSA SENHORA nos convida a rezar o Terço ou Rosário diariamente, porque DEUS quer e ELE é um PAI amoroso, repleto de misericórdia e bondade. Se por meio de NOSSA SENHORA o SENHOR nos pedisse para participarmos todos os dias da Santa Missa, por certo haveria muitos que iam apresentar motivos, para justificar a ausência, dizendo que para eles não seria possível. Ao contrário, a oração do Terço é acessível a todos: a pobres, ricos, sábios, ignorantes, homens, mulheres, jovens, grandes e pequenos, sem exceções.

Todas as pessoas de boa vontade, podem rezar o Terço ou Rosário na Igreja, diante do Santíssimo, ou no lar, em família ou sozinho, no quarto, no trabalho, no transporte e até na rua. O horário também não importa. Ele pode ser rezado pela manhã, a tarde ou a noite. Por isso mesmo, todos, estão convidados a reza-lo, inclusive aquelas pessoas que tem a possibilidade de frequentar a Santa Missa diariamente; elas também, não devem descuidar da reza do Terço ou Rosário. Bem entendido, em outro horário apropriado ao longo do dia. Evidentemente não rezar o Terço exatamente no momento em que está participando de uma Santa Missa.

A meditação dos Mistérios do Rosário nos transporta para junto de DEUS e de nossa MÃE SANTÍSSIMA, revestindo o espírito das pessoas de uma profunda confiança e muita tranquilidade, revigorando a disposição e estimulando a vontade, além de proporcionar uma agradável alegria interior.

Aos que dizem que o Terço é uma prece antiquada e monótona, devido à repetição das orações que o compõe, seria bom que estas pessoas recordassem que na vida tudo acontece numa continua repetição dos mesmos atos. DEUS quis assim! Para vivermos, aspiramos e expiramos o ar dos pulmões sempre do mesmo modo; o coração bate continuamente no mesmo ritmo; o sol, as estrelas e todos os astros, seguem rigorosamente a sua trajetória durante os séculos; o dia sucede à noite, ano após ano, do mesmo modo; as plantas brotam na primavera, cobrem-se de flores, dão frutos; enfim, tudo na vida obedece a um ritmo, funcionando em perfeita sintonia com a Vontade de DEUS! Entretanto, nunca ninguém disse que isso é monótono! E realmente não pode dizer, porque tudo isso é parte da maravilhosa Obra Divina. Pois bem, na vida espiritual também é assim, temos a necessidade de repetir continuamente as mesmas orações, os mesmos atos de fé, de esperança e caridade, para nos sentirmos ligados a DEUS e termos vida em plenitude, visto que a nossa vida é uma continuada participação na Vida de DEUS.

Rezar e pedir sempre não significa imaginar que desconfiamos da bondade Divina, que estamos recordando ao SENHOR para que ELE não se esqueça de nosso pedido. Não! Não é assim! Ao contrário, repetir a oração é gesto de humildade, e de muita confiança. É ter a certeza de que DEUS é tão bom, que apesar de nossos muitos pecados, ELE aceita aquele insignificante sacrifício de repetir orações, como se fosse uma grandiosa e eloquente demonstração de nosso amor. Assim, os que rezam diariamente o Terço, são como filhos carinhosos que todos os dias dispõe de alguns minutos de seu tempo para visitar o PAI ETERNO, para LHE fazer companhia, manifestar-LHE gratidão por tudo o que ELE nos proporciona. E também é o momento para nos colocarmos a disposição DELE, recebermos os conselhos Paternos e a orientação necessária a nossa existência.

Alguém poderia dizer: isto é fantasia, como isto é possível se não vemos DEUS? Não vemos o CRIADOR com os olhos da carne, mas sempre podemos ouvi-LO e enxerga-LO com os ouvidos e os olhos da alma. É preciso crer e ter fé.
Quanto maior for a sua fé e sua confiança em DEUS, mais nítida e melodiosa ouvirá em seu coração os acordes da Voz do SENHOR. Assim, no momento das orações, devemos permanecer humildes e unidos ao SENHOR. E por isso, devemos pedir também a benção Divina, porque ela guardará a nossa vida e encherá o nosso espírito com graças e virtudes, a fim de destemidamente continuarmos com a missão que ELE mesmo nos confiou.
Estas providências são necessárias, porque naqueles minutos maravilhosos de oração, acontece o precioso e inefável intercâmbio de amor, que une a criatura ao CRIADOR, promovendo a união do filho ao PAI ETERNO e do PAI ETERNO a todos os seus filhos numa sobrenatural corrente de esperança e fé.
E o SENHOR sempre repleto de bondade, naquele momento especial derrama torrencialmente o seu infinito Amor no interior do coração daqueles que buscam a sua tão carinhosa e paternal proteção.

BENEFÍCIOS

Rezar o Terço ou Rosário, é uma prática que só apresenta vantagens, muito embora seja constituído por um conjunto de orações simples, repetidas quase que mecanicamente. Na verdade ele tem na sua simplicidade uma força extraordinária, demonstrada de modo impressionante no decorrer dos séculos, afugentando Satanás de modo direto e admirável.

Aconteceram muitos fatos que atestam o valor do Terço e do Rosário, como auxiliar preponderante para vencer as forças do mal, além de revelar como sendo um instrumento eficaz para alcançar do SENHOR, os objetivos na vida, uma vigorosa proteção contra as catástrofes e auxílio precioso na solução das dificuldades e dos problemas que acontecem.
Por outro lado, são muitas as indulgências concedidas pela Igreja à todas as pessoas que recitam o Terço no cotidiano:

1) É concedido Cinco anos de indulgência a cada recitação particular do Rosário ou Dez anos, se for feita por um grupo de pessoas.

2) É concedida Indulgência Plenária, no último domingo de cada mês, para aqueles que anteriormente, em grupo, tiverem recitado o Rosário três vezes, em qualquer das semanas precedentes, e também, que se Confessarem ou estiverem em "estado de graça" , receberem a Sagrada Eucaristia e fizerem visita a uma Igreja ou Oratório do Santo Padre, rezando um PAI NOSSO, uma AVE MARIA e um GLÓRIA, pelas intenções do Papa, no dia mencionado.

3) Durante o mês de Outubro, uma indulgência de sete anos é concedida, a cada dia, pela recitação de um Terço.

4) Confessando ou estando em "estado de graça", comungando e visitando uma Igreja ou Oratório Público, rezando pelo Papa as orações recomendadas acima, receberão uma indulgência plenária, se o Terço for rezado na Festa do Rosário (dia 7 de Outubro), ou se for rezado durante a oitava da Festa, ou seja, (numa data, até o oitavo dia após a Festa).

5) Diante do Santíssimo Sacramento exposto publicamente, ou mesmo encerrado no Sacrário dentro de uma Igreja, as pessoas que recitarem piedosamente o Terço, é concedido uma Indulgência Plenária, a cada vez que o fizerem.

Dessa forma torna-se evidente, que a devoção ao Santo Terço ou Santo Rosário, é uma providência louvável e de valor inquestionável, que somente beneficia o fiel.

A Igreja pela voz de seus Pastores, atribui os seus maiores triunfos à piedosa recitação do Rosário de NOSSA SENHORA. E por isso mesmo, a gratidão da cristandade é expressada pela boca dos Sumos Pontífices:

- O Papa Urbano IV disse: "Pelo Rosário, todos os dias desce dos Céus uma chuva de bênçãos sobre o povo cristão"; o Papa Sixto IV falou: "O Rosário é a oração oportuna para honrar a DEUS e a VIRGEM MARIA, assim como afastar para bem longe os iminentes perigos do mundo." 

- O Papa Pio V disse: "Propagando-se esta devoção entre os cristãos, irá propicia-los à meditação dos mistérios inflamados por esta oração, e assim, começarão a transformar-se em outros homens, enquanto as trevas das heresias dissipar-se-ão e difundir-se-á a luz da fé católica". 

- O Papa Leão XIII disse: "... de modo que, ao recitarmos bem o Rosário, sentimos em nossa alma uma unção suavíssima, como se ouvíssemos a própria voz da MÃE celestial, que amavelmente nos ensina os Divinos Mistérios e nos indica o caminho da salvação". 

- O Papa João Paulo II disse: "Com o Rosário, o povo cristão frequenta a escola de MARIA, para deixar-se introduzir na contemplação da beleza do rosto de CRISTO e na experiência da profundidade do seu amor." 

O Papa João Paulo II ainda disse: "O Rosário é o compêndio da Bíblia. Nele meditamos, em cada mistério, todas as passagens bíblicas: 

- Os Mistérios da Alegria (ou Gozosos da Anunciação do Anjo até o encontro do Menino JESUS no Templo);
- Mistérios da Luz (ou Luminosos - do Batismo de JESUS até a Instituição da Eucaristia);
- Mistérios da Dor (ou Dolorosos - da Agonia de JESUS no horto até a sua Crucificação)
- Mistérios da Glória (ou Gloriosos - da Ressurreição de JESUS até à coroação de NOSSA SENHORA no Céu)".

terça-feira, 18 de junho de 2013

A assistência à missa, fonte de santificação




A santificação de nossa alma se encontra em uma união, cada dia, mais íntima com Deus, união de fé, de confiança e de amor. Por isso um dos maiores meios de santificação é o ato mais elevado da virtude de religião e do culto cristão: a participação no sacrifício da Missa.
Para toda alma interior, a Missa deve ser, cada manhã, como a fonte eminente, de onde derivam todas as graças de que temos necessidade durante o curso do dia, fonte de luz e de calor, semelhante na ordem espiritual, ao que é o nascer do sol na ordem da natureza. Depois da noite e do sono que são como uma imagem da morte, o sol reaparecendo cada manhã, dá, de alguma maneira, vida a tudo o que acorda na superfície da terra. Se conhecêssemos profundamente o preço da missa quotidiana, veríamos que ela é como um nascer do sol espiritual, para renovar, conservar e aumentar em nós a vida da graça, que é a vida eterna começada. Mas muitas vezes o habito de assistir a missa, por falta de espírito de fé, degenera em rotina e não recebemos mais então do santo sacrifício todos os frutos que deveríamos receber.

Este então deveria ser o maior ato de nossos dias e na vida de um cristão, sobretudo de um religioso, todos os outros atos quotidianos só deveriam ser o acompanhamento daquele, ou seja, todas as outras orações e pequenos sacrifícios que devemos oferecer ao Senhor durante o dia.

Lembremos aqui: 1º. o que dá  valor ao sacrifício da missa, 2º qual é a relação de seus efeitos com nossas disposições interiores, 3º  como devemos nos unir ao sacrifício eucarístico.

A oblação sempre viva do coração do Cristo

A excelência do sacrifício da Missa vem, diz o Concilio de Trento1, do fato de ser o mesmo sacrifício em substancia que o sacrifício da Cruz, porque é o mesmo sacerdote  que continua atualmente a se oferecer por seus ministros, é a mesma vítima, realmente  presente no altar, que é realmente ofertada; só difere a maneira de oferecer: enquanto há na Cruz uma imolação cruenta, na Missa há uma imolação sacramental pela separação, não física, mas sacramental do corpo e do sangue do Salvador, em virtude da dupla consagração. Assim o sangue de Jesus sem ser fisicamente derramado é sacramentalmente derramado2.

Esta imolação sacramental é um sinal3da oblação interior de Jesus, à qual devemos nos unir; é também o memorial da imolação cruenta do Calvário. Apesar dela ser somente sacramental, esta imolação do Verbo de Deus feito carne, é mais expressiva do que a imolação cruenta do cordeiro pascal e de todas as vítimas do Antigo Testamento. Um sinal tira, com efeito, seu valor expressivo da grandeza da coisa significada; a bandeira que nos lembra a pátria, de tecido comum, tem maior preço a nossos olhos do que a flâmula de uma companhia ou do que a insígnia de um oficial.  A imolação cruenta das vitimas do Antigo Testamento, figura longínqua do sacrifício da Cruz, exprimia somente os sentimentos interiores dos sacerdotes e dos fieis da antiga Lei; enquanto que a imolação sacramental do Salvador sobre nossos altares exprime, sobretudo, a oblação interior sempre viva do coração do “Cristo que não cessa de interceder por nós” (Hebr., VII, 25).

Ora, essa oblação que é como a alma do sacrifício da Missa, tem um valor infinito, que emana da pessoa divina do Verbo feito carne, sacerdote principal e vítima, cuja imolação continua sob uma forma sacramental.

São João Crisóstomo escreveu: “Quando virem no altar o ministro sagrado elevando para o céu a santa hóstia, não creiam que este homem seja o verdadeiro padre (principal), mas, elevando o pensamento acima daquilo que atinge os sentidos, considerem a mão de Jesus Cristo invisivelmente estendida”4. O padre que vemos com nossos olhos de carne não pode penetrar em toda a profundeza desse misterio, mas acima dele está a inteligência e a vontade de Jesus sacerdote principal. Apesar do ministro não ser sempre o que deveria ser, o sacerdote principal é infinitamente santo; o ministro, mesmo quando é bom, pode estar ligeiramente distraído ou ocupado com as cerimônias exteriores do sacrifício, sem penetrar no sentido intimo, mas acima dele há alguém de um valor infinito, uma suplica e uma ação de graças sem limite de tamanho.

Esta oblação interior sempre viva no coração do Cristo é, por assim dizer, a alma do sacrifício da Missa.
É a continuação daquela pela qual Jesus se ofereceu como vítima entrando neste mundo e em todo o curso de sua existência terrestre, sobretudo na Cruz.Quando o Salvador estava sobre a terra, essa oblação era meritória; agora continua sem essa modalidade de mérito. Continua sob a forma de adoração reparadora e de súplica, para nos aplicar os méritos passados da Cruz. Mesmo quando a última Missa acabar no fim do mundo e que não houver mais sacrifício propriamente dito, mas sua consumação, a oblação interior do Cristo para seu Pai durará, não mais sob a forma de reparação e de súplica, mas sob a forma de adoração e de ação de graças. É o que nos faz prever o Sanctus, Sanctus, Sanctus, que dá uma idéia do culto dos bem-aventurados na eternidade.

Se nos fosse dado a conhecer, imediatamente, o amor que inspira esta oblação interior, que dura sem cessar no coração do Cristo, “sempre vivo para interceder por nós”, qual não seria nossa admiração!

A Bem-aventurada Ângela de Foligno nos diz5: “Não tenho um vago pensamento, mas a certeza absoluta que, se uma alma visse e contemplasse algum dos esplendores íntimos do sacramento do altar, incendiaria, pois veria o amor divino. Parece-me que aqueles que oferecem o sacrifício, ou que nele tomam parte, deveriam meditar profundamente sobre a verdade profunda do mistério três vezes santo, na contemplação do qual deveríamos permanecer imóveis e absorvidos”.

Os efeitos do sacrifício da missa e nossas disposições interiores.

A oblação interior do Cristo Jesus, que é a Alma do sacrifício eucarístico, tem os mesmos fins e os mesmos efeitos que o sacrifício da Cruz, mas importa distinguir, entre esses efeitos, aqueles que são relativos a Deus e os que nos concernem.

Os efeitos da Missa imediatamente relativos a Deus, como a adoração reparadora e a ação de graças, se produzem sempre infalivelmente e plenamente com seu valor infinito, mesmos sem nosso concurso, mesmo que a Missa seja celebrada por um ministro indigno, desde que seja válida. De cada Missa se eleva, então, para Deus uma adoração e uma ação de graças de um valor sem limites, em razão da dignidade do Sacerdote principal que oferece e do preço da vitima ofertada. Esta oblação “agrada mais a Deus do que todos os pecados reunidos lhe desgostam”; é isso que constitui a própria essência do mistério da Redenção por modo de satisfação6.

Quanto aos efeitos da Missa,  relativos a nós, só nos são dispensados na medida de nossas disposições interiores.

É assim que a Missa, como sacrifício propiciatório, obtém, ex opere operato, para os pecadores que não resistem, a graça atual que os leva a se arrependerem e que os inspira a confessar suas faltas7. As palavras do Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, parce nobis Domine, produzem nesses pecadores que não põem obstáculos aos sentimentos de contrição, o que o sacrifício da Cruz produziu na alma do bom ladrão. Trata-se aqui, sobretudo, dos pecadores que assistem a Missa ou daqueles por quem ela é dita.

O sacrifício da Missa, como satisfatório, apaga também, infalivelmente aos pecadores arrependidos, ao menos uma parte da pena temporal devida pelo pecado e isso em proporção às disposições mais ou menos perfeitas com as quais a assistem. É por isso que o Concílio de Trento diz que o sacrifício eucarístico pode ser oferecido também pelo sufrágio das almas do purgatório8.

Enfim como sacrifício impetratório ou de Súplica, a Missa nos obtém ex opere operato todas as graças que temos necessidade para nos santificar. É a grande oração do Cristo sempre vivo que continua para nós, acompanhado da oração da Igreja, Esposa do Salvador. O efeito desta dupla oração é proporcionado ao nosso fervor e aquele que se uni o melhor que pode, está certo de obter para ele e para aqueles que lhes são caros, as mais abundantes graças.

Segundo Santo Tomas e muitos teólogos, esses efeitos da Missa relativos a nós são limitados apenas pela medida de nosso fervor9. A razão é que a influência de uma causa universal só é limitada pela capacidade dos sujeitos que a recebem. Assim o sol clareia e aquece em um só lugar tanto mil pessoas como a uma só. Ora o sacrifício da Missa, sendo substancialmente o mesmo que o da Cruz é, por modo de reparação e de oração, uma causa universal de graças, de luz, de atração e de força. Sua influência sobre nós só é, pois, limitada pelas disposições ou pelo fervor daqueles que a recebem. Assim uma única missa será tão proveitosa para um grande numero de pessoas como se fosse oferecida para uma só entre elas; assim como o sacrifício da Cruz rendeu ao bom ladrão tanto proveito quanto teria rendido se oferecido por ele só. Se o sol aquece, em um só lugar, mil pessoas como a uma, a influência desta fonte de calor espiritual que é a Missa não é menor em sua ordem. Quanto mais se assiste a Missa com fé, confiança, religião e amor, maiores serão os frutos que dela se retira.

Tudo isso nos mostra porque os santos, à luz dos dons do Espírito Santo, sempre tanto apreciaram o Sacrifício da Missa. Alguns, ainda que enfermos e doentes, queriam se arrastar até a missa, porque ela vale mais do que todos os tesouros. Santa Joana d’Arc, indo para Chinon, importunava seus companheiros de armas e obtinha deles, a força de insistência, que assistissem a missa todos os dias. Santa Germana Cousin era fortemente atraída para a Igreja quando escutava o sino anunciar o santo sacrifício, deixava suas ovelhas na guarda dos anjos e corria para assistir a missa; seu rebanho era bem guardado. O santo Cura d’Ars falava do valor da Missa com tal convicção, que tinha obtido que todos ou quase todos os seus paroquianos a assistissem.  Inúmeros outros santos derramavam lágrimas de amor ou caíam em êxtase durante o sacrifício eucarístico; alguns viram no lugar do celebrante o próprio Nosso Senhor, o Sacerdote principal. Outros, na elevação do cálice, viram o precioso sangue transbordar, escorrendo pelos braços do padre e pelo santuário e anjos virem recolhê-lo em taças de ouro como para levá-lo por toda parte onde houvesse homens para salvar. São Felipe de Néri recebeu graças desse gênero e se escondia para celebrar por causa dos arrebatamentos, que muitas vezes, era tomado no altar.

Como nos unir ao sacrifício eucarístico?

Pode-se aplicar a isso o que Santo Tomás10 diz sobre a atenção na oração vocal: “A atenção pode estar ou bem nas palavras para bem pronunciá-las, ou no sentido das palavras, ou no fim da oração, quer dizer em Deus e naquilo pelo que se reza... Esta ultima atenção, que os mais humildes, sem cultura podem ter, é algumas vezes tão grande que é como se o espírito fosse elevado para Deus e se esquecesse de todo o resto”.

Assim também para bem assistir a missa, com fé, confiança, verdadeira piedade e amor, podemos segui-la de maneiras diferentes. Podemos estar atentos às preces litúrgicas, geralmente tão belas e tão cheias de unção, de elevação e de simplicidade. Podemos lembrar a Paixão e a Morte do Salvador, cuja missa é o memorial e se considerar como estando ao pé da Cruz com Maria, João, as santas mulheres. Podemos ainda nos aplicar  a render a Deus, em união com Jesus, os quatro deveres que são os fins do Sacrifício: adoração, reparação, pedido e ação de graças11. Desde que se reze, mesmo recitando piedosamente seu terço, assistimos com frutos à missa. Podemos também com grande proveito, como santa Joana de Chantal e muitos santos, continuar com a sua oração, sobre tudo se somos levados a um puro e intenso amor, um pouco como são João na Ceia repousando sobre o Coração de Jesus.

Mas de qualquer maneira que se siga a Missa, é preciso insistir em uma coisa importante. É preciso sobretudo nos unirmos profundamente à oblação do Salvador, o sacerdote principal: com ele, é preciso oferecê-lo a seu Pai,  nos lembrando que esta oblação agrada mais a Deus do que todos os pecados lhe desagradam. É preciso nos oferecer, cada dia, mais profundamente, oferecer particularmente as penas e contrariedades que costumamos ter e aquelas que se apresentarão durante o dia.

É assim que no ofertório o padre diz: “In spiritu humilitatis et in animo contrito suscipiamur a te, Domine: É com espírito de humildade e coração contrito que vos pedimos, Senhor, de nos receber”.

O autor da Imitação, I. IV, cap. VIII, insiste com razão sobre este ponto: O Senhor diz: “ Como me ofereci voluntariamente a meu Pai por vossos pecados, na cruz..., assim deveis todos os dias, no sacrifício da Missa, vos oferecer a mim, como uma hóstia pura e santa, do mais profundo do vosso coração... É a vos que eu quero e não vossos dons... Se permanecerdes em vós mesmos, se não vos abandonardes  sem reserva a minha vontade, vossa oblação não será completa e não estaremos unidos perfeitamente”.

No capitulo seguinte, o fiel responde: “Na simplicidade de meu coração, eu me ofereço a vós meu Deus, para vos servir para sempre... Recebei-me com a oblação santa de vosso precioso Corpo... Ofereço-vos também tudo o que há de bom em mim, por mais imperfeito que seja, para que vós a torne mais digna de vós. Ofereço-vos ainda todos os piedosos desejos das almas fieis, a oração por aqueles que me são queridos... A súplica por aqueles que me ofenderam ou entristeceram, por aqueles também que eu mesmo afligi, feri, escandalizei, sabendo ou não, afim de que nos perdoeis todas nossas ofensas mútuas... e fazei que sejamos dignos de gozar aqui na terra dos vossos dons e alcançar a vida eterna.”

A missa assim compreendida é uma fonte fecunda de santificação, de graças sempre renovadas; por ela pode-se realizar cada vez melhor para nós a oração do Salvador: Dei-lhes a luz que vós me destes, para que sejam um como nós somos um, Eu neles e vós em mim, afim de que eles sejam perfeitamente um e que o mundo saiba que vós me enviastes e que vós os amastes como vós me amais” (João, XVII, 23).

A visita ao Santíssimo Sacramento deve nos recordar a missa da manhã e devemos pensar que no Tabernáculo, se não há sacrifício propriamente dito, que cessa com a missa, no entanto Jesus realmente presente continua a adorar, orar e render graças. Deveríamos nos unir a essa oblação do Salvador a qualquer hora do dia. Como diz a oração do Coração Eucarístico: “Ele é paciente a nos esperar, apressado em nos atender; é a sede de todas as graças sempre renovadas, o refúgio da vida escondida, o mestre dos segredos da união divina”. Devemos junto ao Tabernáculo, “calar-nos para escutar, e abandonar-nos para nele nos perder”12.



Fonte de pesquisa: Roma, Angélico; (Tradução: Permanência. Originalmente publicado em “La Vie Spirituel” n º 187, 1º - 04 – 1935); Traduzido a partir de www.salve-regina.com

quinta-feira, 13 de junho de 2013

DISPOSIÇÃO DO PRESBITÉRIO PARA A ASSEMBLÉIA SAGRADA



O presbitério é o lugar, onde se encontra localizado o altar, é proclamada a palavra de Deus, e o sacerdote, o diácono e os demais ministros exercem o seu ministério. Convém que se distinga do todo da igreja por alguma elevação, ou por especial estrutura e ornato. Seja bastante amplo para que a celebração da Eucaristia se desenrole comodamente e possa ser vista por todos 115.

O altar e sua ornamentação

O altar, onde se torna presente o sacrifício da cruz sob os sinais sacramentais, é também a mesa do Senhor na qual o povo de Deus é convidado a participar por meio da Missa; é ainda o centro da ação de graças que se realiza pela Eucaristia.

A celebração da Eucaristia, em lugar destinado ao culto, deve ser feita num altar; fora do lugar sagrado, pode se realizar sobre uma mesa apropriada, sempre, porém, com toalha e corporal, cruz e castiçais.

Convém que em toda igreja exista um altar fixo, que significa de modo mais claro e permanente Jesus Cristo, Pedra vida (1Pd 2,4; cf. Ef 2, 20); nos demais lugares dedicados às sagradas celebrações, o altar pode ser móvel.

Chama-se altar fixo quando é construído de tal forma que esteja unido ao pavimento, e não possa ser removido; móvel, quando pode ser removido.

O altar seja construído afastado da parede, a fim de ser facilmente circundado e nele se possa celebrar de frente para o povo, o que convém fazer em toda parte onde for possível. O altar ocupe um lugar que seja de fato o centro para onde espontaneamente se volte a atenção de toda a assembléia dos fiéis116. Normalmente seja fixo e dedicado.

Tanto o altar fixo como o móvel seja dedicado conforme o rito apresentado no Pontifical Romano; contudo, o altar móvel pode também ser apenas abençoado.

Segundo tradicional e significativo costume da Igreja, a mesa do altar fixo seja de pedra, e mesmo de pedra natural. Contudo, pode-se também usar outro material digno, sólido e esmeradamente trabalhado, a juízo da Conferência dos Bispos. Os pés ou a base de sustentação da mesa, podem ser feitos de qualquer material, contanto que digno e sólido.

O altar móvel pode ser construído de qualquer material nobre e sólido, condizente com o uso litúrgico e de acordo com as tradições e costumes das diversas regiões.

Se for oportuno, mantenha-se o uso de depositar sob o altar a ser dedicado relíquias de Santos, ainda que não sejam mártires. Cuide-se, porém, de verificar a autenticidade de tais relíquias.

Nas novas igrejas a serem construídas, convém erigir um só altar, que na assembléia dos fiéis signifique um só Cristo e uma só Eucaristia da Igreja.

Contudo, nas igrejas já construídas, quando o altar antigo estiver colocado de tal maneira que torne difícil a participação do povo, nem puder ser transferido sem detrimento de seu valor artístico, construa-se outro altar fixo com valor artístico e a ser devidamente dedicado; e somente nele se realizem as sagradas celebrações. Para não distrair a atenção dos fiéis, do novo altar, o altar antigo não seja ornado de modo especial.

Em reverência para com a celebração do memorial do Senhor e o banquete em que se comungam o seu Corpo e Sangue, ponha-se sobre o altar onde se celebra ao menos uma toalha de cor branca, que combine, por seu formato, tamanho e decoração, com a forma do mesmo altar.

Na ornamentação do altar observe-se moderação.

No Tempo do Advento se ornamente o altar com flores com moderação tal que convenha à índole desse tempo, sem contudo, antecipar aquela plena alegria do Natal do Senhor. No Tempo da Quaresma é proibido ornamentar com flores o altar. Excetuam-se, porém, o domingo "Laetare" (IV na Quaresma), solenidades e festas.

A ornamentação com flores seja sempre moderada e, ao invés de se dispor o ornamento sobre o altar, de preferência seja colocado junto a ele.

Sobre a mesa do altar podem ser colocadas somente aquelas coisas que se requerem para a celebração da Missa, ou seja: o Evangeliário, do início da celebração até a proclamação do Evangelho; desde a apresentação das oferendas até a purificação dos vasos sagrados, o cálice com a patena, o cibório, se necessário, e, finalmente, o corporal, o purificatório, a pala e o missal.

Além disso, se disponham de modo discreto os aparelhos que possam ajudar a amplificar a voz do sacerdote.

Os castiçais requeridos pelas ações litúrgicas para manifestarem a reverência e o caráter festivo da celebração (cf. n. 117), sejam colocados, como parecer melhor, sobre o altar ou junto dele, levando em conta as proporções do altar e do presbitério, de modo a formarem um conjunto harmonioso e que não impeça os fiéis de verem aquilo que se realiza ou se coloca sobre o altar.

308.     Haja também sobre o altar ou perto dele uma cruz com a imagem do Cristo crucificado que seja bem visível para o povo reunido. Convém que tal cruz que serve para recordar aos fiéis a paixão salutar do Senhor, permaneça junto ao altar também fora das celebrações litúrgicas.

O ambão

A dignidade da palavra de Deus requer na igreja um lugar condigno de onde possa ser anunciada e para onde se volte espontaneamente a atenção dos fiéis no momento da liturgia da Palavra117.

De modo geral, convém que esse lugar seja uma estrutura estável e não uma simples estante móvel. O ambão seja disposto de tal modo em relação à forma da igreja que os ministros ordenados e os leitores possam ser vistos e ouvidos facilmente pelos fiéis.

Do ambão são proferidas somente as leituras, o salmo responsorial e o precônio pascal; também se podem proferir a homilia e as intenções da oração universal ou oração dos fiéis. A dignidade do ambão exige que a ele suba somente o ministro da palavra.

Convém que o novo ambão seja abençoado antes de ser destinado ao uso litúrgico conforme o rito proposto no Ritual Romano 118.

A cadeira para o sacerdote celebrante e outras cadeiras

A cadeira do sacerdote celebrante deve manifestar a sua função de presidir a assembléia e dirigir a oração. Por isso, o seu lugar mais apropriado é de frente para o povo no fundo do presbitério, a não ser que a estrutura do edifício sagrado ou outras circunstâncias o impeçam, por exemplo, se a demasiada distância torna difícil a comunicação entre o sacerdote e a assembléia, ou se o tabernáculo ocupar o centro do presbitério atrás do altar. Evite-se toda espécie de trono119. Antes de ser destinada ao uso litúrgico, convém que se faça a bênção da cadeira da presidência segundo o rito descrito no Ritual Romano 120.

Disponham-se também no presbitério cadeiras para os sacerdotes concelebrantes, bem como para presbíteros que, revestidos de veste coral, participem da concelebração, sem que concelebrem.

A cadeira para o diácono esteja junto da cadeira do celebrante. Para os demais ministros, as cadeiras sejam dispostas de modo que se distingam claramente das cadeiras do clero e eles possam exercer com facilidade a função que lhes é confiada 121.


Fonte: Missal Romano

segunda-feira, 10 de junho de 2013

DISPOSIÇÃO E ORNAMENTAÇÃO



DISPOSIÇÃO E ORNAMENTAÇÃO DAS IGREJAS PARA A CELEBRAÇÃO DA EUCARISTIA

PRINCÍPIOS GERAIS

Para celebrar a Eucaristia o povo de Deus se reúne geralmente na igreja, ou na falta ou insuficiência desta, em outro lugar conveniente, digno de tão grande mistério. As igrejas e os demais lugares devem prestar-se à execução das ações sagradas e à ativa participação dos féis. Além disso, os edifícios sagrados e os objetos destinados ao culto sejam realmente dignos e belos, sinais e símbolos das coisas divinas108.

Por isso, a Igreja não cessa de solicitar a nobre contribuição das artes e admite as expressões artísticas de todos os povos e regiões 109. Ainda mais, assim como se esforça por conservar as obras e tesouros artísticos legados pelos séculos precedentes 110 e, na medida do necessário, adaptá-las às novas necessidades, também procura promover formas novas que se adaptem à índole de cada época 111.

Portanto, nos programas propostos aos artistas, bem como na seleção de obras a serem admitidas na igreja, procure-se uma verdadeira qualidade artística, para que alimentem a fé e a piedade e correspondam ao seu verdadeiro significado e ao fim a que se destinam 112.

Todas as igrejas sejam dedicadas ou ao menos abençoadas. Contudo, as igrejas catedrais e paroquiais sejam solenemente dedicadas.

Para edificar, reformar e dispor convenientemente os edifícios sagrados, consultem os responsáveis a Comissão diocesana de Liturgia e Arte Sacra. O Bispo diocesano recorra também ao parecer e auxílio da mesma Comissão, quando se tratar de estabelecer normas nesta matéria, de aprovar projetos de novos edifícios sagrados ou resolver questões de certa importância113.

A ornamentação da igreja deve visar mais a nobre simplicidade do que a pompa. Na escolha dessa ornamentação, cuide-se da autenticidade dos materiais e procure-se assegurar a educação dos fiéis e a dignidade de todo o local sagrado.

Para corresponder às necessidade de nossa época, a organização da igreja e de suas dependências requer que não se tenha em vista apenas o que se refere às ações sagradas, mas também tudo o que contribua para uma justa comodidade dos fiéis, como se costuma providenciar nos lugres onde se realizam reuniões.

O povo de Deus, que se reúne para a Missa, constitui uma assembléia orgânica e hierárquica que se exprime pela diversidade de funções e ações, conforme cada parte da celebração. Por isso, convém que a disposição geral do edifício sagrado seja tal que ofereça uma imagem da assembléia reunida, permita uma conveniente disposição de todas as coisas e favoreça a cada um exercer corretamente a sua função.

Os fiéis e o grupo dos cantores ocuparão lugares que lhes favoreçam uma participação ativa114.

O sacerdote celebrante, o diácono e demais ministros tomarão lugar no presbitério. Aí se prepararão as cadeiras dos concelebrantes; se, porém, seu número for grande, as cadeiras serão dispostas em outro lugar da igreja, mas próximo do altar.

Tudo isso, além de exprimir a ordenação hierárquica e a diversidade das funções, deve constituir uma unidade íntima e coerente pela qual se manifeste com evidência a unidade de todo o povo de Deus. A natureza e beleza do local e de todas as alfaias alimentem a piedade dos fiéis e manifestem a santidade dos mistérios celebrados.


Fonte: Missal Romano