quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O QUE E CONCLAVE, E A HISTÓRIA


Conclave (do latim cum clave, que significa com chave) é a reunião em clausura muito rigorosa dos cardeais aquanto da eleição do Papa. Os cardeais permanecem incomunicáveis com o exterior até haver um Papa escolhido.


História

O conclave é um ritual praticamente inalterado desde há oito séculos: foi o Papa Gregório X que usou pela primeira vez a palavra em1274 e instituiu a base dos actuais conclaves. Isto deveu-se à demorada sucessão do Papa Clemente IV, que demorou mais de um ano e meio. O Papa quis então prevenir que a escolha do Sumo Pontífice não demorasse tanto tempo, obrigando que a reunião tivesse de ser conclusiva.
Um conclave deve começar entre 15 e 20 dias depois da renúncia ou morte do Papa. Este prazo foi fixado na época medieval, quando viajar até Roma a partir de qualquer parte do mundo cristão era tarefa para demorar semanas, e embora hoje em dia os Cardeaispossam fazê-lo em questão de poucas horas, manteve-se este intervalo para que os Cardeais aproveitem esse tempo para fazer reuniões entre si nas quais se debate o estado da Igreja ou, embora esteja teoricamente proibido, sondar alianças e candidatos. O intervalo denomina-se novemdiales. Este período termina com a missa Pro Eligendo Papa, com a presença de todos os Cardeais naBasílica de São Pedro na mesma manhã em que começa o conclave. Depois, os membros do Colégio Cardinalício dirigem-se à Capela Sistina, onde se fazem as votações.

[editar]Procedimento

O Cardeal Camerlengo certifica-se da morte do Papa.
Assim que ocorre o falecimento ou a renúncia de um Papa, a Sé Apostólica é considerada vacante (vaga) até à data da eleição do novo pontífice. Neste período, os assuntos da Igreja são entregues ao Cardeal Decano, ou Camerlengo, ao qual compete comprovar oficialmente a morte do Papa, fazendo-o na presença do Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, dos Prelados Clérigos e dos Secretário e Chanceler da Câmara Apostólica. O Camerlengo também redige a ata referente ao falecimento do Papa. Cumpre-lhe ainda a missão de convocar o Sagrado Colégio dos Cardeais, para que se reúnam em Conclave, o qual elegerá o novo Papa. O Camerlengo tem igualmente o encargo de recolher o selo e o anel pontifícios, encerrando os aposentos e dependências onde o pontífice defunto viveu e trabalhou, para que ninguém possa ter acesso aos mesmos. Se o Papa for sepultado na Basílica vaticana, cabe ao notário do capítulo da Basílica, ou ao cónego arquivista, a redação do documento oficial comprovativo.
Após a morte do Papa, e durante nove dias, os Cardeais celebram exéquias de sufrágio pela sua alma, de acordo com o que está estabelecido no documento Ordo Exsequiaram Romani Pontifici. O direito de eleger o Papa é exclusivo dos Cardeais, exceptuando-se aqueles que tenham cumprido os 80 anos antes do anúncio da Sé Apostólica vacante (o último Papa que não era Cardeal foi Urbano VI, em 1378; os últimos Papas que eram laicos à data da eleição datam do século X - João XII e Leão VIII). O número total de Cardeais eleitores não pode ser superior a 120. O Conclave realiza-se obrigatoriamente dentro do Estado do Vaticano (Capela Sistina), decorrendo as suas sessões no meio do maior secretismo e isolamento.
Papa Paulo VI reformulou as regras de eleição do Papa, através do Motu Proprio Ingravescentem Aetatem, de 21 de novembro de1970. A 1 de outubro de 1975, Paulo VI fez ainda publicar a Constituição Apostólica Romano Pontífice Eligendo, documento de 62 páginas, em que reafirma o disposto naquele Motu Proprio de 1970. Nesse documento, decretou três modalidades para a eleição do Papa: 'por aclamação' (um Cardeal propõe um nome e os outros Cardeais aceitam-no imediatamente); 'por compromisso', isto é, por aceitação do nome decidido por um grupo de Cardeais, e 'por votação'. Neste último caso, o nome do Cardeal mais votado tinha que somar dois terços dos votos. As normas de eleição do Pontífice Romano seriam revistas por João Paulo II, num documento de 34 páginas, a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, de 22 de fevereiro de 1996, a qual modifica certos pontos do disposto sobre a reunião plenária dos Cardeais para a eleição do Sumo Pontífice. No entanto, foi mantido o antigo princípio de que, durante o Conclave, Espírito Santo guia as decisões de cada Cardeal. A Constituição Apostólica de João Paulo II introduziu uma grande novidade, ao restringir a eleição do Papa a uma só modalidade: 'por votação', ou seja, per scrutinium, post-scrutinium, que compreende três passos. O primeiro é a contagem dos votos, o segundo a sua verificação e o terceiro a sua destruição pelo fogo.
Todos os Cardeais eleitores estão obrigados a manter segredo absoluto sobre tudo quanto respeite às sessões do Conclave. É-lhes vedado comunicar com o exterior por correio, via telefónica ou qualquer outro meio. A regra do sigilo é extensiva a todas as pessoas chamadas a prestar apoio técnico ou logístico às sessões do Conclave: alguém apanhado a utilizar um receptor ou transmissor, será imediatamente expulso e punido com sanções morais que podem chegar à gravidade da excomunhão, a qual não se aplica aos Cardeais eleitores, uma vez que estão obrigados, em consciência, a respeitar a regra do sigilo (graviter onerata ipsorum conscientia).
É normal que os conclaves durem entre 2 a 5 dias (entre os do século XX o mais rápido foi o de 1939 que elegeu Pio XII em dois dias e três votações e o mais demorado o de 1922 que elegeu Pio XI em cinco dias e catorze votações. Os conclaves mais antigos tanto poderiam arrastar-se longamente (como o da eleição do Papa Celestino V entre 1292 e 1294 que demorou 27 meses) ou ficar decididos em poucas horas, como o de 1503 de onde saiu eleito o Papa Júlio II.

[editar]Preparação

Uma vez celebradas as exéquias do Pontífice falecido, prepara-se o Conclave, o qual poderá ter início no 15.º dia seguinte à morte do Papa, nunca ultrapassando o 20.º dia. Como já se disse, o Conclave tem lugar dentro do Vaticano. O local deve proporcionar um adequado isolamento dos Cardeais em relação ao exterior e também o seu alojamento em dependências próximas do Conclave. Há cerca de um século, passou a realizar-se naCapela Sistina, antes a capela primitiva dos Papas e 'coração' da Basílica de São Pedro e da própria Cidade de Vaticano.
O Conclave é antecedido de missa solene em que participam todos os Cardeais. Finda a liturgia, duas mesas são introduzidas na Capela Sistina, sendo colocadas na zona do altar-mor. A primeira é coberta com um pano de cor púrpura e sobre ela são colocados três grandes vasos de vidro transparente e uma bandeja de prata. A segunda é reservada aos três Cardeais escrutinadores.
Posto isto, os Cardeais eleitores dirigem-se às suas cadeiras, marcadas com os seus nomes. Estando todos nos seus lugares, o Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, encarregue de dirigir todo o cerimonial e protocolo do Conclave, profere a frase latinaExtra omnes. É a ordem para que todos os estranhos abandonem rapidamente a Capela Sistina. Os elementos do coro que participaram na missa, jornalistas, equipas de televisão, etc., saem então da Capela, cujos acessos são fechados a sete chaves.

[editar]Início do Conclave

Interior da Capela Sistina, mostrando o local onde se realiza o Conclave.
O Camerlengo lê o juramento solene que obriga todos os Cardeais eleitores a aceitar as condições do eligendo, a rejeitar todas as influências externas e a manter secretas as suas deliberações. Feita esta leitura, o Camerlengo procede à chamada dos eleitores. Ao ouvir o seu nome, cada Cardeal levanta-se e dirige-se para a mesa onde estão os três vasos de vidro e a bandeja de prata, perante a qual, em voz alta, declara: "Eu (diz o seu nome) prometo, obrigo-me e juro". Pondo a mão direita sobre as Escrituras, acrescenta: "E Deus me ajude e estes Evangelhos que toco com a minha mão". Findo o juramento por parte de todos os eleitores, O Camerlengo chama a atenção dos Cardeais para a importância das suas decisões e a necessidade de guardarem bem vivo "o bem da Igreja". Conclui: "Que o Senhor vos abençoe a todos!"
Depois, por sorteio, efectua-se a eleição dos três Cardeais escrutinadores, os quais assumem a responsabilidade de verificar e contar os votos; passam a receber, por ordem de eleição, a designação de 1.º, 2.º e 3.º escrutinador. Pelo mesmo método são sorteados os três Cardeais infirmarii. Compete-lhes recolher os votos dos Cardeais que adoeceram, eventualmente, durante o Conclave. Ficam recolhidos em aposentos contíguos à Capela Sistina, na Casa de Santa Marta, dirigida por religiosas, onde também se alojam os restantes Cardeais eleitores. Por fim, sorteiam-se os três Cardeais revisores, encarregues de fiscalizar os trabalhos dos Cardeais escrutinadores. Para cada um dos três sorteios utilizam-se tiras de papel que são depositadas nos três vasos de vidro que, como referido, se encontram sobre a mesa situada junto do altar-mor da Capela Sistina.

[editar]Votação

Chegada a hora da votação, cada Cardeal pega num boletim, de papel branco e forma retangular, que tem escrito na parte superiorEligo in summum pontificem (Elejo como Sumo Pontífice), com espaço para escrever o nome escolhido. Exige-se caligrafia clara e em letras maiúsculas, mas impessoais. O voto deve ser dobrado ao meio, e, com este apertado entre as mãos, recolhe-se em oração silenciosa: "Chamo como testemunho Jesus Cristo, o Senhor, que seja meu juiz, que o meu voto seja dado àquele que perante Deus considero dever ser eleito".
Votam primeiramente os Cardeais mais idosos. Um a um, os Cardeais dirigem-se para a mesa junto ao altar-mór, depositam o seu voto na bandeja de prata, e depois levantam-na até a altura da boca do primeiro vaso de vidro. Inclinam a bandeja e o voto cai dentro do vaso. Acabada a votação, o 1.º Cardeal escrutinador agarra no vaso de vidro e leva-o para a mesa de escrutínio. Uma vez aí, agita-o energicamente, para que os votos fiquem bem misturados. Logo a seguir, deita os votos no segundo vaso de vidro. Um a um, conta-os em voz alta, como mandam as normas canónicas, para que todos ouçam distintamente e sem qualquer dúvida (caso os votos contados não correspondam ao total de Cardeais eleitores, serão queimados e passar-se-á a segunda votação).
Assim, o primeiro escrutinador pega no vaso de vidro e tira um voto. Desdobra-o e anota numa folha de papel o nome do candidato a Papa que dele consta. Passa o voto ao segundo escrutinador, que procede de igual modo, entregando o voto ao terceiro escrutinador.Em voz alta e de maneira inteligível, como manda o eligendo, este lê cada nome votado. A operação repete-se até que todos os votos estejam escrutinados (contados e anunciados).
Após todos os votos estarem escrutinados, o terceiro escrutinador fura e cose cada boletim de voto com agulha e linha. Com diz o eligendo, a agulha tem que perfurar a palavra latina eligio (elejo) impressa no voto. Quando todos os votos estiverem cosidos, mete-os no terceiro vaso de vidro. Aqui chegados, cabe a cada um dos três escrutinadores somar os votos constantes do papel em que os foi anotando.
Chega a vez dos Cardeais revisores. Dirigem-se à mesa de escrutínio e, cada um por seu lado, contam os votos cosidos à linha e conferem o número total de votos com o registo feito por cada escrutinador. Devem cumprir a sua tarefa exata e fielmente, como diz o eleigendo.

[editar]Pós-votação não concludente

Fumo negro saindo da chaminé do fogão da Capela Sistina.
Se o escrutínio não for concludente, isto é, se o nome de um candidato não somar dois terços dos votos, volta tudo à primeira forma. O Camerlengo pede aos eleitores as notas pessoais que porventura tomaram durante a eleição. Tais notas, juntamente com a totalidade dos votos, são metidas numa caixa onde já se encontram as tiras de papel respeitantes ao sorteio dos Cardeais escrutinadores, infirmarii e revisores. A caixa é conduzida para o fogão contíguo à Capela Sistina, onde tudo é queimado. Para que o fumo saia negro, sinal de que ainda não foi eleito Papa, junta-se um pouco de palha molhada.
A votação, se tal for necessário, pode repetir-se até sete vezes por períodos de três dias. No caso de três dias sem resultados, suspendem-se os escrutínios durante o máximo de um dia, com o fim de criar uma pausa para oração e livre colóquio entre os Cardeais eleitores.

[editar]Pós-votação concludente

Uma vez realizada canonicamente a eleição do novo Papa, o último dos Cardeais Diáconos chama dois Cardeais: o Secretário do Colégio dos Cardeais e o Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias. Então, o Cardeal Diácono, em nome de todo o Colégio de eleitores, pede o consentimento do Cardeal que foi eleito Papa com as seguintes palavras:
- Reverendo Cardeal, aceitas a tua eleição canónica como Sumo Pontífice?
- Aceito em nome do Senhor (o Cardeal pode rejeitar e volta-se a fazer uma nova votação).
O Decano volta a inquirir:
- Como queres que te chamemos?
O novo Papa diz o nome que deseja adotar. A seguir, recebe o 'acto de obediência' por parte de todos os Cardeais. Um a um, prostram-se diante dele e osculam-lhe o pé direito.
Fumo branco saindo da chaminé do fogão da Capela Sistina.
A caixa que contém os votos, os apontamentos dos Cardeais e as tiras do sorteio dos escrutinadores é levada a queimar dentro do fogão da Capela Sistina, sem palha molhada. Sai fumo branco, sinal de que foi eleito um novo Papa. Pouco depois, o primeiro dos Diáconos vai à varanda da Basílica de São Pedro anunciar a boa nova:
Annuntio vobis gaudium magnum:
Habemus Papam!
Eminentissimum ac Reverendissimum Dominum,
Dominum [primeiro nome],
Sanctæ Romanæ Ecclesiæ Cardinalem [apelido],
qui sibi nomen imposuit [nome papal].
"Anuncio-vos com a maior alegria!:
Temos Papa!
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor,
Senhor [primeiro nome],
Cardeal da Igreja Católica Romana [apelido],
que escolheu para si o nome de [nome papal]."
Mais tarde, o Papa recém eleito assomar-se-á à varanda da Basílica. O seu primeiro gesto é a Bênção Urbi et Orbi, lançada sobre a cidade de Roma e o Mundo.





Na última audiência, Bento XVI diz que papado teve ´águas agitadas



Falando a milhares, Papa disse que Deus não deixará que a Igreja ´afunde´. Ele vai renunciar ao pontificado nesta quinta (28) e se tornar ´Papa Emérito´.

O Papa Bento XVI disse nesta quarta-feira (27) que tem grande confiança no futuro da Igreja e afirmou que seu papado teve águas agitadas, ao falar publicamente pela última vez como pontífice, um dia antes de sua renúncia.
Milhares de fiéis se reuniram na Praça de São Pedro, para ver a última audiência pública do pontificado de Bento XVI.
Bento XVI afirmou que seu papado, iniciado em abril de 2005, teve alegrias, mas também muitas dificuldades.
O pontífice disse que enfrentou águas agitadas e vento contrário.
O Senhor nos deu muitos dias de sol e ligeira brisa, dias nos quais a pesca foi abundante, mas também momentos nos quais as águas estiveram muito agitadas e o vento contrário, como em toda a história da Igreja e o Senhor parecia dormir, disse.
Mas ele afirmou ter fé em que Deus não vai deixar a Igreja afundar.
Assista ao lado ao resumo em português da fala de Bento XVI
Estou realmente emocionado e vejo uma Igreja viva, disse o Papa, sempre bastante aplaudido pela multidão.
Ele voltou a afirmar que sua renúncia, anunciada em 11 de fevereiro, foi decidida não para seu bem, mas para o bem da Igreja, e reiterou que sabe da gravidade e da novidade da decisão que tomou.
Amar a Igreja significa também ter a valentia de tomar decisões difíceis, tendo sempre presente o bem da Igreja, e não o de si próprio, disse.
O Pontífice afirmou que não vai abandonar a Cruz e que, pela oração, vai continuar a serviço da Igreja.
Minha decisão de renunciar ao ministério petrino não revoga a decisão que tomei em 19 de abril de 2006 (ao ser eleito Papa), disse.
Não abandono a cruz, sigo de uma nova maneira com o Senhor Crucificado, sigo a seu serviço no recinto de São Pedro, completou.
Bento XVI também pediu que os fiéis orem pelos cardeais que, após a renúncia, terão de eleger seu sucessor, em uma tarefa que ele considera difícil.
Orem pelo meu sucessor! Que Deus os acompanha,disse o Papa.
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O Papa Bento XVI saúda os fiéis na audiência pública desta quarta-feira (27) no Vaticano (Foto: AFP)
´Viva o Papa!´
O Papa apareceu para o público, no Papamóvel, por volta das 10h40 locais (6h40 de Brasília). Ao longo de um passeio de cerca de 15 minutos pela praça, ele foi cumprimentado com gritos de Bento! Bento! e Viva o Papa!.

O Vaticano distribuiu 50 mil entradas para a audiência, mas havia cerca de 100 mil pessoas na praça para acompanhar a última aparição pública do Papa, um dia antes de sua renúncia.
Vários grupos de pessoas, entre religiosos, seminaristas e estudantes, com bandeiras amarelas (cor do Vaticano) e de países, estavam na Praça.
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O Papa Bento XVI chega à Praça de São Pedro, no Vaticano, nesta quarta-feria (27) (Foto: AFP)
 
Fiéis
Fiéis reúnem-se na Praça de São Pedro para ouvir e ver o Papa Bento XVI em sua última audiência pública nesta quarta-feira (27) (Foto: AFP)
Depois da cerimônia, acontecerá uma breve audiência na Sala Clementina, com algumas personalidades para o tradicional beija mão, em que o Papa é cumprimentado.
Quinta-feira, último dia
Na quinta-feira (28), ele deixará o posto e passará a ser chamado de Papa Emérito.

Na manhã de quinta, no Palácio Papal, o decano do Colégio de Cardeais, Angelo Sodano, fará um pequeno discurso de despedida, e então cada cardeal poderá separadamente se despedir do pontífice.
Durante a tarde, no Tribunal de Saint-Damase, no coração do pequeno Estado, a Guarda Suíça carregará suas bandeiras em saudação.
Em seguida, por volta das 13h (horário de Brasília),  Bento XVI irá para o heliporto do Vaticano para viajar a Castel Gandolfo, 25 quilômetros ao sul de Roma, a residência de verão do Papa, onde passará dois meses, antes de se estabelecer em um mosteiro no Monte do Vaticano.
Bento XVI chegará à residência de verão e saudará os fiéis a partir da varanda. Esta será sua última aparição como chefe da Igreja. Nada de especial está previsto quando o relógio badalar oito horas da noite (hora local), momento em que oficialmente termina o pontificado. Ele provavelmente estará em oração na capela neste momento.
Às 20h, o pequeno destacamento da Guarda Suíça, em frente à residência, fechará a porta e colocará assim um fim ao seu serviço, reservado exclusivamente ao Papa. Mas a polícia vai continuar a garantir a segurança de Sua Santidade, o Papa Emérito.
No Vaticano, a Guarda Suíça continuará a fazer a proteção, apesar do trono vacante.
Conclave
No dia seguinte à renúncia, o cardeal Angelo Sodano enviará os convites aos cardeais eleitores -- atualmente 115 -- para as congregações que precedem o conclave. Essas reuniões, durante as quais os prelados procuram definir o perfil do futuro Papa, não devem começar antes de segunda-feira.

Papa Emérito
Nesta terça (26), o Vaticano anunciou que  Bento XVI vai manter o nome e o título honorífico de Sua Santidade  após a renúncia. Ele será chamado de Papa Emérito ou Pontífice Romano Emérito.O anel papal vai ser destruído, de acordo com a tradição do Vaticano, segundo o porta-voz.

Bento XVI passará a trajar a batina branca papal clássica, sem mantelete, segundo o padre Federico Lombardi. Ele também não deve mais usar sapatos vermelhos.
O porta-voz afirmou que Bento 16 tinha tomado as decisões sobre seus títulos após consulta com as autoridades do Vaticano.
O Papa alemão, de 85 anos,  disse que vai renunciar por conta de sua frágil saúde. O anúncio, surpreendente, foi feito em 11 de fevereiro. Joseph Ratzinger será o primeiro pontífice a renunciar em mais de seis séculos, o que cria situações praticamente inéditas para a Igreja Católica Apostólica Romana.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

DIVORCIADO




É possível se casar com alguém que é divorciado?

A Palavra de Deus diz:

"Os fariseus vieram perguntar-lhe para pô-lo à prova: "É permitido a um homem rejeitar sua mulher por um motivo qualquer?" 
Respondeu-lhes Jesus: "Não lestes que o Criador, no começo, fez o homem e a mulher e disse: 'Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma só carne?´ Assim, já não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu".
Disseram-lhe eles: "Por que, então, Moisés ordenou dar um documento de divórcio à mulher, ao rejeitá-la?"
Jesus respondeu-lhes"É por causa da dureza de vosso coração que Moisés havia tolerado o repúdio das mulheres; mas no começo não foi assim. Ora, eu vos declaro que todo aquele que rejeita sua mulher, exceto no caso de matrimônio falso, e desposa uma outra, comete adultério. E aquele que desposa uma mulher rejeitada, comete também adultério". (Mateus 19, 3-9)

Temos que diferenciar se a pessoa foi casada somente no civil ou viveu em união estável (que para a Igreja não é casamento nenhum) ou se foi casada também na Igreja Católica.

Se a pessoa com quem você quer casar foi casada somente no civil (união estável) e está divorciada, você pode sim contrair matrimônio na Igreja Católica com ela, uma vez que para a Igreja ela nunca foi casada.

Se a pessoa com quem você quer casar já foi casada na Igreja Católica (recebeu o sacramento do matrimônio), temos duas possibilidades:

a)  Você não pode casar na Igreja Católica com essa pessoa pois ela já recebeu o sacramento do matrimônio e na Igreja Católica NÃO HÁ a figura do divórcio (presente somente no âmbito civil);

b) Você pode sim contrair matrimônio na Igreja Católica com ela,DESDE QUE, o matrimônio anterior dessa pessoa na Igreja Católica tenha sido DECLARADO NULO (ou seja, que nunca existiu perante a Igreja) pelo Tribunal Eclesiástico.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

SÍMBOLOS E SINAIS





Podemos dizer que o Símbolo é a linguagem do mistério, ou seja, a comunicação do mistério. Os Símbolos na Liturgia contém, ocultam, e ao mesmo tempo revelam e comunicam o mistério. Por isso dizemos que na Liturgia todos os Sinais são Sinais Simbólicos, e serão Sinais Litúrgicos na medida em que forem capazes de ocultar, conter, revelar e comunicar os mistérios de Cristo.
O Símbolo Batismal mais importante é a “Água”.
No início do mundo o Espírito de Deus pairava sobre as águas, das quais emergem a terra e todos os seres vivos. À semelhança do que aconteceu na criação, das águas do Batismo santificadas pelo Espírito Santo emerge uma nova criatura. A Mãe Igreja, pelas águas do Batismo, fecundadas pelo Espírito Santo, dá à luz novos filhos. Jesus fala deste novo nascimento no diálogo com Nicodemos. (Jo 3, 1-13)
A imagem do dilúvio e do Mar Vermelho confere outro significado à água do Batismo: a água destrói, mata, mas ao mesmo tempo é meio de salvação. Como as águas do dilúvio submergiram um mundo pecador, e como as águas do Mar Vermelho afogaram a cavalaria do Faraó que perseguia o povo que fugia da escravidão, assim também as águas batismais destroem o pecado, afogam o inimigo, exterminam e cancela o mal.
A destruição por sua vez é via para a libertação. No dilúvio foram poupados os justos; e das águas do Mar Vermelho saiu um povo livre e em festa. Da mesma forma, das águas do Batismo sai uma pessoa purificada das culpas, libertada da escravidão do pecado e do demônio (terá as tentações do maligno como todas as criaturas, mas não será escravo de satanás).
Assim, a “Água” é apenas um Símbolo, ela não tem a força e nem o poder de purificar o pecado. É o Espírito Santo que nela atua em todos os acontecimentos e no momento do Batismo, Ele, com a força e o poder Divino destrói todo o mal que existe e proporciona a alegria de uma nova vida.
“Sinal da Cruz”.
Após o diálogo introdutório em que os Pais pedem o Batismo para a criança, o sacerdote convida-lhes a traçarem o “Sinal da Cruz” na fronte da criança. Este gesto tem grande significação. Ele quer exprimir o primeiro encontro da criança com a fé em Jesus Cristo e na Salvação pela morte redentora do Senhor na Cruz. Porque foi pela morte Dele que nos reconciliamos com o Pai Eterno e fomos inseridos na amizade da Santíssima Trindade. O Sinal da Cruz relembra esta verdade histórica.
Assim, convidando os Pais a realizarem aquele gesto, o sacerdote está dizendo que a salvação de Deus vem à criança através da fé dos pais, pois eles, pelo Sacramento do Matrimônio, são constituídos mediadores entre Deus e o filho, exercendo a função sacerdotal. Os Pais receberam de Deus pela própria missão criadora e pela graça do Sacramento do Matrimônio, o poder de abençoar os filhos. Por isso, eles são convidados por Deus a adquirirem o costume de abençoarem os seus filhos enquanto pequenos e quando crescidos.
“Anúncio da Palavra de Deus”:
Ela ilumina com a verdade revelada os candidatos e a assembléia, suscitando uma resposta de fé. Como o Batismo significa libertação do pecado e do demônio, durante a celebração o celebrante pronuncia um ou vários exorcismos sobre o candidato.
“Unção com Óleo”.
Há dois ritos de Unção no Batismo. A primeira “Unção” é feita antes da “infusão da água”, durante as preces após a Liturgia da Palavra. É a Unção com óleo chamado dos Catecúmenos. O sacerdote unge o peito da criança, dizendo: “O Cristo Salvador te dê sua força. Que ela penetre em tua vida como este óleo em teu peito”.
Este rito pode ser substituído por uma imposição das mãos do celebrante, sobre a cabeça da criança, dizendo as palavras: 
“O Cristo Salvador te dê Sua força”. É uma invocação ao Espírito Santo para que o batizando renuncie ao mal e faça uma boa profissão de fé.
Na parte final do Batizado é feita a segunda “Unção com Óleo da Crisma”. No Antigo Testamento era comum ungir os sacerdotes, reis e profetas. Também Cristo foi ungido pelo Espírito Santo de um modo muito especial. Então esta Unção quer significar que pelo Batismo nos tornamos participantes do poder messiânico de Jesus. E também, conforme a primeira epístola de São Pedro (1 Pedr 2, 9-10) nos tornamos raça eleita com Cristo, reis (rainhas), sacerdotes (sacerdotisas) e profetas (profetisas).
Profetas, porque participantes da salvação em Cristo, que deveremos anunciar a humanidade por palavras e exemplos de vida. Mostrar que Deus é Amor através do verdadeiro amor pessoal. Tornamo-nos sacerdotes. Não possuímos o sacerdócio ministerial com o poder de fazer a Consagração na Santa Missa. Mas nos tornamos participantes do sacerdócio de Jesus, pois participamos do novo povo de Deus na Nova Aliança, sendo assim, parte de um povo sacerdotal capaz de oferecer sacrifícios com Cristo. Isto porque, recebemos nossa vida como precioso dom de Deus e assim, devemos oferecê-la em retribuição, em ação de graças ao Criador. Todo cristão pode e deve, em sua vida, orientar todas as coisas para Deus.
Por fim, pelo Batismo nos tornamos reis, possuidores do Reino de Deus. Com Jesus vencemos a morte e o pecado e podemos participar da própria vida de Deus.
“Veste Branca”.
Entre os gestos complementares do Batismo encontramos a entrega da veste branca. Este gesto tem sua origem no Batismo dos Adultos na Igreja primitiva. Ao chegarem à fonte, antes de descerem à água, as pessoas se despiam de suas vestes e eram ungidas. Após professarem sua fé e serem batizadas na piscina, saíam da água e eram revestidas de uma veste branca, simbolizando uma vida nova, despidos de seus pecados e paixões, tornando-se uma criatura nova em Cristo.
A veste branca ou a veste nova no Batismo quer expressar que pelo Sacramento entramos numa nova vida e esperamos levar esta nova vida até a participação do banquete celestial, onde o Senhor nos quer encontrar com a veste nupcial da amizade de Deus.
“A Vela Acesa”.
É um gesto muito significativo. Na cerimônia do Batizado, o celebrante convida os Pais a acenderem no Círio Pascal a vela da sua criança e ele reza a oração: “Pais e Padrinhos, esta luz vos é entregue para que a alimenteis. Por isso, esforçai-vos para que esta criança caminhe na vida iluminada por Cristo, como filho da luz. Perseverando na fé, possa com todos os santos ir ao encontro do Senhor, quando Ele vier. Recebei a luz de Cristo!”
Pelo Batismo somos iluminados, participamos da Luz que é Cristo. Não mais andamos nas trevas, pois somos filhos de Deus. A vela acesa pode significar também a nossa fé. Ela mantendo-se acesa mostra que não caminhamos nas trevas do inimigo.
Os Pais se tornam responsáveis para que a criança se torne luz para os outros em sua vida.
“Rito do Éfeta”.
É um rito facultativo, realizado logo após a entrega da vela acesa. É uma palavra aramaica que significa “abre-te”. O Celebrante toca os ouvidos e a boca da criança, dizendo: “O Senhor Jesus que fez os surdos ouvir e os mudos falar, te conceda que possas logo ouvir a sua palavra e professar a fé, para louvor e glória de Deus Pai”.
Pelo Batismo, o Senhor através do Espírito Santo, abre os ouvidos do batizando para que ouça e entenda a Palavra de Deus, solta a sua língua e lhe abre a boca para poder professar a sua fé. Os Pais são os instrumentos desta mensagem, que por sua mediação deverão fazê-la chegar às crianças. Na continuidade, os filhos atingindo o uso da razão poderão dizer: agora eu creio, porque eu mesmo conheço o Senhor Jesus Cristo.
“O Sal”.
Na vida das famílias o Sal tem duas grandes finalidades: “dar sabor” “conservar” os alimentos. Como Símbolo religioso o Sal significa: “ser o tempero, ser o exemplo” que estimulará os irmãos a caminhar na estrada do direito, da justiça e do amor fraterno; “dando sabor” ao apetite humano, para ter fome da Palavra de Deus.
Todavia, o novo Rito do Batismo de Crianças aboliu o Rito do Sal. A razão principal foi por motivo higiênico.
Como derradeira notícia, no Catecismo da Igreja Católica está escrito: “Jesus mesmo afirma que o Batismo é necessário para a salvação”. Tanto é verdade que Ele ordenou a seus Discípulos que anunciassem o Evangelho e batizassem todas as nações conforme está escrito no Novo Testamento (Mt 28, 18-20)(Mc 16, 15-16) (Lc 24, 46-47).
A Igreja não conhece outro meio senão o Batismo para garantir êxito aos que querem entrar na bem-aventurança eterna.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

O OLHAR MISERICORDIOSO DE JESUS





Jesus não olha a multidão, Ele olha a pessoa que é única. Ele não vê a aparência, e sim a alma, o coração. É pena que muitas pessoas estejam com o coração fechado, mascarado. E no coração endurecido, Deus não pode agir. Mas o seu olhar está sempre sobre nós, nos observando, porque nos ama.

Jesus nos olha com compaixão e não nos julga quando vê nossa fraqueza. E que profundidade tem esse olhar! Ele fala conosco através do seu olhar. Ele nos protege com seu olhar.


A sua atitude de não condenar a mulher adúltera (Jo 8, 1-11), nos revela o seu propósito de nos salvar. Diante daquela mulher com medo, pois a morte era a punição pelo crime de adultério, Jesus fixa nos acusadores o seu olhar penetrante e desarma-os com apenas uma pergunta. Logo após acontece a retirada dos verdadeiros culpados. O seu olhar de bondade e misericórdia para com aquela mulher a levou ao arrependimento. Enxergou nela o que ela viria a ser, a sua seguidora.
Todos os que seguem a Jesus, os olhos se abrem e são libertos das trevas do pecado.

Precisamos aprender a olhar como Jesus nos olha.
Padre Léo, dentro da pregação: “Você nasceu para ser livre”, partilha conosco sobre como ele começou a trabalhar com meninos e meninas prostituídas. Foi em 1991, quando era diretor do Colégio São Luiz, em Brusque SC.
"Uma menina prostituída me procurou desesperada no colégio. Ela tinha me escutado na rádio. Estava de cinco meses de gravidez, não tinha para onde ir, ninguém a acolhia. 
Só havia uma possibilidade: voltar para a Zona que a tia mantinha entre Brusque e Blumenau. 
A tia fez essa proposta: voltar para a Zona e até que o filho nascesse ela trabalharia no bar. E depois daria a criança, porque a rede de traficantes já esperava. E pagaria a “caridade” da tia, transando. Mas ela não queria perder o filho, nem voltar para aquela vida. O que fazer? Levá-la para onde? Não tinha nem um ano de padre, morava no Convento. 
Comecei a procurar um lugar para acolhê-la. Liguei para muitas famílias e recusavam. 
Finalmente consegui uma senhora. A Ana aceitou, porque também foi mãe solteira e sabia o quanto penou. Mas ela não tinha condições de sustentá-la. Aí fui conseguindo ajuda financeira, de um, de outro. Depois foi aumentando o número, porque uma conta para a outra. Elas querem sair dessa vida". 

Em nenhum momento padre Léo condenou aquela menina, apenas ofereceu-lhe a liberdade, devolvendo-lhe a dignidade de filha de Deus. Após alguns anos, trabalho árduo, encontrou um lugar, fundou a Comunidade Bethânia, à todos aqueles (as) que aceitam o convite de uma vida nova, a vida plena que é Jesus.
Quem tem Jesus vê a luz! Quem tem Jesus enxerga com os olhos de Jesus!

BENTO XVI



Bento XVI no último Angelus : “Não abandono a Igreja”


– “Não abandono a Igreja, pelo contrário. Continuarei a servi-la com a mesma dedicação e o mesmo amor”: palavras de Bento XVI pronunciadas em seu último Angelus como Pontífice.
O Senhor me chama a "subir o monte”, para me dedicar ainda mais à oração e à meditação. Mas isto não significa abandonar a Igreja, ao contrário, se Deus me pede isso é precisamente para que eu possa continuar a servi-la com a mesma dedicação e o mesmo amor com o qual eu fiz até agora, mas de um modo mais adequado à minha idade e às minhas forças. A Praça S. Pedro estava lotada este domingo para este evento histórico. Faixas e cartazes em várias línguas demonstraram o carinho dos fiéis.

A Praça desde as primeiras horas da manhã aos poucos foi sendo tomada por religiosas, sacerdotes, turistas, mas principalmente por famílias com crianças e muitos jovens. Ao meio-dia, assim que a cortina da janela de seus aposentos se abriu, Bento XVI foi aclamado pela multidão. Comentando o Evangelho da Transfiguração do Senhor, o evangelista Lucas ressalta o fato de que Jesus se transfigurou enquanto rezava: a sua é uma experiência profunda de relacionamento com o Pai durante uma espécie de retiro espiritual que Jesus vive sobre um alto monte na companhia de Pedro, Tiago e João. Meditando sobre esta passagem do Evangelho, explicou o Pontífice, podemos tirar um ensinamento muito importante. Antes de tudo, a primazia da oração, sem a qual todo o trabalho de apostolado e de caridade se reduz ao ativismo.

Na Quaresma, aprendemos a dar o justo tempo à oração, pessoal e comunitária, que dá fôlego à nossa vida espiritual. Além disso, a oração não é um isolar-se do mundo e de suas contradições.
A existência cristã – disse o Papa, citando sua Mensagem para a Quaresma –, consiste num contínuo subir o monte do encontro com Deus, para depois descer trazendo o amor e a força que dele derivam, a fim de servir nossos irmãos e irmãs com o mesmo amor de Deus.

“Queridos irmãos e irmãs, esta Palavra de Deus eu a sinto de modo particular dirigida a mim, neste momento da minha vida.
O Senhor me chama a "subir o monte”, para me dedicar ainda mais à oração e à meditação.
Mas isto não significa abandonar a Igreja, ao contrário.
Se Deus me pede isso, é precisamente para que eu possa continuar a servi-la com a mesma dedicação e o mesmo amor com o qual eu fiz até agora, mas de um modo mais adequado à minha idade e às minhas
forças.”


sábado, 23 de fevereiro de 2013

2 DOMINGO DA QUARESMA



DIA 24 DE FEVEREIRO – DOMINGO 
II DOMINGO DA QUARESMA 
Evangelho (Lucas 9,28-36) 
9 28 Passados uns oitos dias, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e subiu ao monte para orar.
29 Enquanto orava, transformou-se o seu rosto e as suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura.
30 E eis que falavam com ele dois personagens: eram Moisés e Elias,
31 que apareceram envoltos em glória, e falavam da morte dele, que se havia de cumprir em Jerusalém.
32 Entretanto, Pedro e seus companheiros tinham-se deixado vencer pelo sono; ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois personagens em sua companhia.
33 Quando estes se apartaram de Jesus, Pedro disse: “Mestre, é bom estarmos aqui. Podemos levantar três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias!” Ele não sabia o que dizia.
34 Enquanto ainda assim falava, veio uma nuvem e encobriu-os com a sua sombra; e os discípulos, vendo-os desaparecer na nuvem, tiveram um grande pavor.
35 Então da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho muito amado; ouvi-o!”
36 E, enquanto ainda ressoava esta voz, achou-se Jesus sozinho. Os discípulos calaram-se e a ninguém disseram naqueles dias coisa alguma do que tinham visto.
Palavra da Salvação.
Meditando a Palavra
Viram a glória de Jesus… (Lc 9,28b-36))
Já ouvimos muitos sermões sobre a Transfiguração de Jesus no Tabor. Vale a pena conhecer a visão dos cristãos ortodoxos, como o iconógrafo Bernard Frinking…
“O Reino se revela àquele que, pela fé em Cristo, aceitou verdadeiramente levar o jugo que virá, e que desde agora vive conforme sua fé. Galgando a Montanha da Transfiguração, ao colocarem seus pés nos passos de seu Mestre, os discípulos são elevados acima de sua condição simplesmente humana. O Senhor os prepara para receber a revelação de sua divindade fazendo-os subir, tal como sobre as vítimas sobre o altar do Templo. Eles serão definitivamente arrancados do mundo da ilusão, da obscuridade e da ignorância. Entrarão em um espaço que se situa além da morte e, ali, verão a manifestação da Vida incorruptível ao tomar parte nela.
Nossos Pais na fé nos fazem compreender que, quando o Senhor assim se mostra no esplendor de sua divindade, os Apóstolos, por sua vez, tornaram-se capazes de ver com os olhos da carne a Luz incriada de Deus. O lugar da visão é a Montanha Santa tão frequentemente representada nos ícones. Galgá-la significa separar-se do que está lá em baixo. Lembremo-nos de que os três apóstolos Pedro, Tiago e João foram escolhidos entre os Doze. E os Doze não foram escolhidos entre os demais discípulos? E os discípulos não foram escolhidos em Israel, e Israel entre as nações? Quatro separações, postas à parte, precederam a manifestação do Senhor do Universo, sumo sacerdote da Nova Aliança. Mais do que explicar, a Igreja canta os mistérios da fé. A cada festa ou celebração, ano após ano, nós nos impregnamos dessas realidades que ninguém pode explicar e que fazem com que os sábios percam a razão. [...]
O ícone, que nos mostra a verdade de fé, tem extraordinária missão: mostrar o Reino da Luz. Neste mundo, nós somos cada vez mais invadidos pelas trevas, pela angústia da morte. Os jovens e as crianças estão cada vez mais angustiados com o conteúdo do mundo e todas as ameaças que pesam sempre mais sobre seu futuro. As crianças conhecem as misérias do mundo por todos os poros de seu ser.
Não é isto que devemos mostrar, mas a Luz, pessoas transfiguradas, a paz e a harmonia do Reino. É importante que elas possam ver que a Luz existe, que há seres que a vivem e testemunham a alegria do perdão, da misericórdia, da Salvação, da Transfiguração.A Luz é uma realidade para aqueles que vivem dela: ela expulsa todas as trevas.”


Quaresma mergulho no coração de Jesus



A paz meus amados irmãos! Quanto tempo não apareço por aqui não é? Não haveria momento melhor para retomar minhas atividades aqui no blog que não a Quaresma... 


O Padre Léo nos diz: "Precisamos mergulhar o mundo no coração transpassado de Cristo na cruz". Esse é o meu desejo para todos nós nessa Quaresma. Que Deus nos dê a graça de mergulhar toda a nossa vida, todo o nosso coração dentro do coração transpassado de Cristo na cruz. 

Quaresma não é um momento em que nós revermos a nossa vida, as nossas dores, os nossos pecados para sofrermos novamente. Pelo contrário, precisamos ter a coragem de rever a nossa vida com os olhos de Cristo. Nada de sofrer novamente, pois 'Ele tomou sobre si as nossas dores'. 

Que nessa quaresma você possa se colocar diante do coração transpassado de Cristo na cruz, onde jorrou sangue e água. Como o Padre Léo nos diz: "Do coração transpassado de Cristo na cruz, nasce o novo homem, a nova mulher, a nova humanidade". Tome posse dessa verdade e se permita nascer novamente em Cristo Jesus.

Que você possa entregar a Cristo cada pecado, cada sofrimento, cada dor, cada trauma, cada angústia a Cristo. Que cada dia dessa quaresma seja como um passo dado a caminho da cura interior. Que sejam quarenta dias  de 'deserto em Deus e com Deus'. 

"Deus nos prova não para nos perder, mas para nos purificar" (Márcio Mendes), que essa Quaresma seja um momento de purificação de seu coração, de sua vida, de seus relacionamentos, de seus sonhos.

Esse é o meu desejo para você e para cada um de nós. Que caminhemos juntos nessa caminhada rumo a Ressurreição de nosso amado Cristo!