quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Saiba como participar das audiências e cerimônias com o Papa Francisco



Saiba como participar das audiências e cerimônias com o Papa Francisco

Cada vez mais gente chega a Roma com o desejo de ver o Papa Francisco. O Pontífice tem dois encontros semanais fixos com os peregrinos: a oração do Ângelus que acontece aos Domingos na Praça de São Pedro e a audiência geral de toda quarta-feira.

A Prefeitura da Casa Pontifícia é o organismo do Vaticano que se encarrega de regular os bilhetes de entrada e informou como fazer para consegui-los. São sempre gratuitos, mas é preciso solicitá-los.

Ao Ângelus que acontecem todos os domingos e dias festivos se pode ir sem necessidade de bilhete. O Papa aparece da janela do apartamento pontifício e realiza uma breve catequese, reza o Ângelus e comenta questões de atualidade.

As audiências gerais das quartas-feiras começam às 10h30. Costumam ser na Praça de São Pedro, mas quando chove ou no inverno, celebram-se na sala Paulo VI.

Se for com um grupo se recomenda informar ao Vaticano a que paróquia, escola ou coletivo pertence para que se possa anunciar em público antes do início.

O Papa Francisco dedica muito tempo antes da audiência a percorrer a Praça de São Pedro cumprimentando os peregrinos, por isso é bom chegar ao lugar ao menos uma hora antes do início da Audiência.

Os peregrinos podem acompanhar o pedido de bilhetes de entrada com cartas de recomendação de seu pároco ou com alguma explicação dos serviços especiais que prestam à Igreja. O Papa, ao final da audiência, costuma cumprimentar pessoalmente alguns dos peregrinos que vão a Roma.

Também a Prefeitura da Casa Pontifícia regula o acesso às cerimônias litúrgicas que o Papa celebra. É bom pedir as entradas com antecipação e confirmar depois as reservas. Há celebrações como o Natal e a Semana Santa nas que a basílica de São Pedro não pode receber a todos os peregrinos que vão para Roma nesses dias.

O Papa Francisco, desde o primeiro dia de seu pontificado, quis estar muito próximo dos peregrinos. É muito fácil estar perto do Papa, mas é preciso estar atentos: Ele passa antes de começar as audiências cumprimentando e abençoando a todos os presentes. Nas cerimônias, antes da Missa vai recolhido e em silêncio até o altar para celebrar a Missa, mas, quando a liturgia termina, sobe ao papamóvel ou passa pelos corredores da basílica para cumprimentar e abençoar a todos os peregrinos.

Para pedir os bilhetes de entrada é necessário escrever para: Prefeitura da Casa Pontifícia. 00120 Cidade do Vaticano. Deverá indicar: data da audiência geral ou celebração litúrgica; quantidade de entradas solicitadas, nome/Grupo; endereço de correio, telefone e fax.

A Prefeitura enviará uma comunicação em resposta escrita, por fax ou correio normal (não eletrônico), somente a quem reside fora de Roma.

Os bilhetes são inteiramente gratuitos?e deverão ser retirados no Serviço instituído para o efeito situado dentro do Portão de Bronze (colunata da direita, na Praça de S. Pedro) a partir das 15h00 à 19h00 no dia anterior ou mesmo na manhã da Audiência das 08h00 às 10h30; para as cerimônias litúrgicas, desde o dia anterior ou por comunicação prévia.

Para baixar o formulário de pedido pode fazê-lo aqui:

http://www.vatican.va/various/prefettura/po/biglietti_po.html

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

SANTO AGOSTINHO



Santo Agostinho, Bispo de Hipona e Doutor da Igreja


Nasceu em 13 de novembro do 354 em Tagaste, ao norte da África. O pai de Agostinho. Patrício, era um pagão de temperamento violento; mas, graças ao exemplo da Mônica, sua esposa, batizou-se pouco antes de morrer.

Embora Agostinho tenha ingressado ao catecumenato desde a infância, não recebeu o batismo, de acordo com os costumes da época. Em sua juventude se deixou arrastar pelos maus exemplos e, até os 32 anos, levou uma vida licenciosa, obstinado à heresia maniqueísta. Disso fala em seus "Confissões", que compreendem a descrição de sua conversão e a morte de Mônica, sua mãe.
Dita obra foi escrita para mostrar a misericórdia de Deus para um grande pecador, que por esta graça, chegou a ser também, e em maior medida, um grande santo. Mônica tinha ensinado a orar a seu filho desde menino, e lhe tinha instruído na fé, de modo que o próprio Agostinho que caiu gravemente doente, pediu que fosse conferido o batismo e Mônica fez todos os preparativos para que os recebesse; mas a saúde do jovem melhorou e o batismo foi diferido.
O santo condenou mais tarde, com muita razão, o costume de diferir o batismo por medo de pecar depois de havê-lo recebido.

Com o saque de Roma pelo Alarico, no ano 410, os pagãos renovaram seus ataques contra o cristianismo, lhe atribuindo todas as calamidades do Império. Para responder a esses ataques, Santo Agostinho escreveu seu grande obra "A Cidade de Deus". Esta obra, é depois de "As Confissões", a obra mais conhecida do santo. Ela é não só uma resposta aos pagãos, mas também trata toda uma filosofia da história providencial do mundo. Logo depois de
"As Confissões" escreveu também "As Retratações", onde expôs com a mesma sinceridade os enganos que tinha cometido em seus julgamentos.
Morreu em 28 de agosto de 430, aos 72 anos de idade, dos quais tinha passado quase 40 consagrado ao serviço de Deus.

NO CENTRO DA FAMÍLIA




Iniciativas e projetos do Pontifício Conselho - No centro da família


Uma feliz confirmação da centralidade da pastoral familiar e, por conseguinte, também da necessidade de defender o matrimonio, a família e a vida, como faz hoje o Papa Francisco e como já fazia o cardeal Bergoglio, quando era arcebispo de Buenos Aires.
Foi quanto comentou D. Vincenzo Paglia, presidente do Pontifício Conselho para a Família, referindo-se às palavras com as quais o Pontífice, falando com os jornalistas durante o voo de regresso do Rio de Janeiro, antecipou de certa forma que o tema da próxima assembleia geral ordinária do Sínodo dos bispos será de carácter «antropológico» e dirá respeito ao papel da fé na formação da pessoa, com uma atenção específica à família e à pastoral matrimonial.
Também à luz desta atenção privilegiada do Papa e da Igreja, o dicastério continua a sua obra de sensibilização e de mobilização das famílias do mundo. Aliás, através de várias iniciativas na rede abriram-se precisamente nestes últimos dias as inscrições da peregrinação para o Ano da fé, que se realizará em Roma no final de Outubro com a presença do Santo Padre.

POBREZA DO HOMEM




Estamos vivendo os últimos suspiros do verão no hemisfério norte do nosso planeta, apesar do calor que ainda está presente, verão aqui na Itália, que como no Brasil, é sinônimo de férias, um período tão esperado, diria agoniado, por quem trabalha o ano inteiro. Diferentemente do que ocorre no Brasil, onde nossas férias, em geral, são no início do ano ou durante o carnaval, aqui na Europa, nos meses de julho e agosto, o “homem urbano” se transfere para a praia ou para a montanha. Como dizia João Paulo II é o momento de retemperar o corpo, sem esquecer o espírito.

Neste período aqui na Itália, onde tudo pára, até a política dá um tempo, - menos a chegada de imigrantes através do Mar Mediterrâneo - a cidade de Rimini, uma cidade de mar, uma espécie de Rio ao diminutivo, hospeda o “Encontro da Amizade entre os Povos”, promovido pelo movimento Comunhão e Libertação.

Todos os anos discute-se sobre um tema, este ano – o encontro se realizou nesta semana – foi dedicado ao tema “Emergência-homem”. Para a ocasião, o Papa Francisco enviou uma mensagem na qual refletiu sobre a grande urgência da evangelização. O Santo Padre recordou que o homem permanece um mistério, irredutível a qualquer imagem que a sociedade possa formar a respeito. Chama a atenção ainda para o fato de que Cristo é a porta, é o caminho e, assim sendo, sem colocá-lo no centro da vida não será possível entender o mistério do homem.

O Papa Francisco faz uma afirmação importante e ampla: “o poder econômico, político, midiático precisa do homem para perpetuar a si mesmo”. É por isto que muitas vezes procura manipular as massas, induzir desejos, apagar aquilo que de mais precioso o homem possui: o relacionamento com Deus. Aí uma constatação do Pontífice de que o poder teme os homens que estão em diálogo com Deus porque isso os torna livres. Eis, então a emergência-homem que o Encontro de Rimini procurou refletir.

Trata-se, segundo Francisco, de restituir o homem a si mesmo, à sua altíssima dignidade, à singularidade e preciosidade de toda a existência humana, desde a concepção até o fim natural. “É preciso voltar a considerar a sacralidade do homem e ao mesmo tempo dizer com força que é somente no relacionamento com Deus, isso é, na descoberta e adesão à própria vocação, que o homem pode alcançar a sua verdadeira estatura”.

E nesse processo, a mensagem lembra que a Igreja tem uma grande responsabilidade. O Santo Padre volta a falar da necessidade de se cultivar uma cultura do encontro, uma cultura que cada vez mais, apesar de toda a facilidade de comunicação do mundo moderno, está cada vez mais difícil de ser atuada, vivida. E o apelo de Francisco, “vamos com coragem ao encontro dos homens e mulheres do nosso tempo, das crianças e dos idosos, dos cultos e das pessoas sem instrução, dos jovens e das famílias. Vamos ao encontro de todos, sem esperar que sejam os outros a nos procurar!”. Em síntese, devemos levar o perfume do amor de Cristo para fora das nossas realidades, para cada ambiente. Essa a tarefa da Igreja, de todos nós, servir o homem indo buscá-lo nos labirintos sociais e espirituais mais escondidos.

O mundo de hoje vive cada vez mais a angústia do nada, da falta de horizontes, de um vazio que se amplia com a violência do forte sobre o fraco, do poderoso sobre o indefeso. Perdido neste início de século o homem grita por socorro, socorro que só pode vir de um amor sem fim que se consumou numa Cruz. A emergência do homem de hoje e a sua pobreza é a falta de Cristo. (Silvonei José)

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

CRISTÃO E QUEIMADO POR PASTOR



Cinquenta cristãos são queimados vivos em casa de pastor na Nigéria

Os ataques a cristãos continuam com força total da Nigéria. Relatórios apontam que mais de 100 pessoas foram mortas por terroristas armados na semana passada e o grupo extremista islâmico Boko Haram, mais uma vez assumiu a responsabilidade por eles.

Enquanto fontes diferentes contabilizam a quantidade de pessoas que perderam suas vidas na semana passada, uma história divulgada pela Baptist Press chamou atenção.

Cerca de 50 membros da Igreja de Cristo na Nigéria, moradores da aldeia de Maseh, foram queimados vivos depois de se refugiarem na casa de seu pastor quando fugiam de mais um ataque terrorista.

“Cinquenta membros de nossa igreja foram mortos no prédio da igreja, onde tinha ido se refugiar [na casa pastoral]. Eles foram mortos junto com o pastor, sua esposa e seus filhos”, explicou Dachollom Datiri, vice-presidente da denominação Igreja de Cristo na Nigéria.

Lideranças da Igreja confirmaram que mais de 100 membros foram mortos em diversas aldeias na Nigéria, incluindo Maseh, Ninchah, Kakkuruk, Kuzen, Negon, Pwabiduk, Kai, Ngyo, Kura Falls, Dogo, Kufang e Ruk.

“A Nigéria está realmente se tornando um novo campo de morte para os cristãos. Centenas de cristãos já foram brutalmente assassinados pelo Boko Haram, incluindo mulheres e crianças”, disse Jerry Dykst, porta-voz do ministério Portas Abertas nos EUA. ”O Boko Haram divulgou, no início desta semana, uma ameaça que todos os cristãos devem se converter ao Islã ou eles nunca terão paz novamente. Seu objetivo é fazer toda a Nigéria um país governado e dominado pela lei sharia”, concluiu.

Innocent Chukwuma, consultor de justiça criminal da Nigéria, vai mais além. “Eu não acho que o Boko Haram poderia, invadir essas aldeias sozinhos. Eles precisam do apoio e colaboração dos moradores locais”, disse.

O pastor Ayo Oritsejafor, presidente da Associação Cristã da Nigéria, fez um apelo, afirmando que o Boko Haram é uma organização terrorista e pedindo que a comunidade internacional lute contra ela como faz com a Al Qaeda.

“Há certos extremistas muçulmanos que acreditam que a Nigéria deve ser uma nação islâmica e o Boko Haram é o principal órgão desse grupo de pessoas… O país sempre teve uma população muito bem dividida entre as duas grandes religiões [cristianismo e islamismo ], então não é possível simplesmente islamizar a Nigéria “, acrescentou o pastor

terça-feira, 20 de agosto de 2013

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA



No final de sua vida, no que a tradição chama de “dormição” de Nossa Senhora, contemplamos o dogma que é celebrado neste final de semana:

A Assunção de Maria. Ela foi levada ao céu após a sua peregrinação terrestre, onde levou a vida acolhendo a vontade do Pai, dizendo “sim” a Deus, mas também entre cuidados, angústias e sofrimentos. Por isso, segundo a profecia do santo velho Simeão, uma espada de dor lhe traspassou o coração, junto da cruz do seu divino Filho e nosso Redentor. Com a Assunção, se crê que o seu sagrado corpo não sofreu a corrupção do sepulcro, nem foi reduzido à cinzas aquele tabernáculo do Verbo Divino. Pelo contrário, os fiéis iluminados pela graça e abrasados de amor para com aquela que é Mãe de Deus e nossa Mãe dulcíssima, compreenderam, cada vez com maior clareza, a maravilhosa harmonia existente entre os privilégios concedidos por Deus àquela que o mesmo Deus quis associar ao nosso Redentor. Esses privilégios elevaram-na a uma altura tão grande que não foi atingida por nenhum ser criado, excetuada somente a natureza humana de Cristo.

São João Damasceno, que entre todos se distingue como pregoeiro dessa grande tradição – que por motivações pastorais no Brasil é transferida para o primeiro domingo após o dia 15 de agosto –, ao comparar a assunção gloriosa da Mãe de Deus com as suas outras prerrogativas e privilégios, exclama com veemente eloquência: "Convinha que aquela que no parto manteve ilibada virgindade, conservasse o corpo incorrupto mesmo depois da morte. Convinha que aquela que trouxe no seio o Criador encarnado, habitasse entre os divinos tabernáculos. Convinha que morasse no tálamo celestial aquela que o Eterno Pai desposara. Convinha que aquela que viu o seu Filho na cruz, com o coração traspassado por uma espada de dor, de que tinha sido imune no parto, contemplasse assentada à direita do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse o que era do Filho, e que fosse venerada por todas as criaturas como Mãe e Serva do mesmo Deus".

O Catecismo da Igreja Católica explica que "a Assunção da Santíssima Virgem constitui uma participação singular na Ressurreição do seu Filho, e uma antecipação da Ressurreição dos demais cristãos" (966).

A Assunção de Maria ocorre imediatamente depois de terminar a sua vida mortal e não pode ser situada no fim dos tempos, como sucederá com todos os homens, mas tem de considerar-se como um evento que já ocorreu. Ensina que a Virgem, ao terminar a sua vida nesse mundo, foi elevada ao céu em corpo e alma, com todas as qualidades e dons próprios da alma dos bem-aventurados, e com todas as qualidades e dotes próprios dos corpos gloriosos. Trata-se, pois, da glorificação de Maria, na sua alma e no seu corpo, quer a incorruptibilidade e a imortalidade lhe tenham sido concedidas sem morte prévia, quer depois da morte, mediante a ressurreição.

O dogma da Assunção nos dá uma certeza: Maria Santíssima já alcançou a realização final. Tornou-se, assim, um sinal para a Igreja que, olhando para ela, crê com renovada convicção nos cumprimentos das promessas de Deus. Também nós somos chamados a estar, um dia, com a Santíssima Trindade. Olhando para o que Deus já realizou em Maria, os cristãos animam-se a lutar contra o pecado e a construir um mundo justo e solidário para participar, um dia, do Reino definitivo.

Uma mulher já participa da glória que está reservada à humanidade. Nasce, para nós, um desafio: lutar em favor das mulheres que, humilhadas, não têm podido deixar transparecer sua grande vocação. Em Maria, a dignidade da mulher é reconhecida pelo Criador. Quanto nosso mundo precisa caminhar e progredir para chegar a esse mesmo reconhecimento!

A Solenidade da Assunção de Nossa Senhora demonstra a delicadeza de Deus em preservar a Virgem Santíssima da corrupção do pecado original – seu corpo é elevado ao céu! Daí vem a dignidade do corpo humano, da vida humana. É para o cristão também um olhar para o seu destino final.

Neste tempo de tantas mudanças é importante que nos elevemos com Maria. Infelizmente, uma lei aprovada procurando coibir com toda a justiça a violência contra a mulher trouxe consigo outra grande violência: contra a vida. Nesse sentido, ao olhar para a Assunção de Maria nós pedimos a Deus que nos faça testemunhas do Ressuscitado em meio a tantos e complexos problemas que aparecem a cada momento. Urge nunca perder de vista a direção e fazer de tudo para que hoje, escutando a voz do Senhor, caminhemos procurando fazer Sua vontade.

† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

A CRISMA




A Crisma: Sacramento, Celebração e Padrinhos

A Crisma, ou Confirmação, é o Sacramento pelo qual o batizado é fortalecido com o dom do Espírito Santo, para que, por palavras e obras, seja testemunha de Cristo e propague e defenda a fé. A Crisma é para nós o que Pentecostes foi para os Apóstolos (cf. At 2,1-12).

Nós recebemos o Espírito Santo no Batismo, mas a plenitude dos seus dons recebemos na Crisma.

Aí é que estes dons se manifestam com toda a força. ..- É como a flor que desabrocha e exala seu perfume.

A matéria da confirmação é a unção do Crisma na testa, junto com a imposição das mãos.

A forma é: "recebe por este sinal o Espírito Santo, dom de Deus". O ministro da Crisma é normalmente o Bispo, mas em casos extraordinários ele pode delegar algum padre para crismar.

O sujeito é todo batizado que ainda não tenha sido crismado, pois o Sacramento da Crisma, por imprimir caráter, é irrepetível.

São três os efeitos deste Sacramento:

• o aumento da graça santificante; 

• a graça sacramental específica, cujo efeito próprio são os 7 dons; 

• o aprofundamento do caráter (marca) na alma, que identifica o soldado de Cristo no combate contra o mal.

Para que o Confirmando com uso da razão possa receber licitamente este sacramento, deve estar adequadamente instruído e em estado de graça e deve ser capaz de renovar as promessas do batismo.

Os padrinhos

Quanto aos padrinhos, cabe a eles procurar que seu afilhado se comporte como verdadeira testemunha de Cristo e cumpra fielmente as obrigações deste sacramento. Seria bom que os padrinhos pudessem colaborar na formação do afilhado e eles devem contribuir depois com seu testemunho e sua palavra, para a perseverança na fé e na vida cristã do afilhado. As condições para que alguém seja padrinho de Crisma são as mesmas para o padrinho de Batismo, a saber: ser batizado e maior de 16 anos, ter feito a Primeira Eucaristia, ser crismado e levar vida de acordo com a fé cristã. Seria até conveniente que o padrinho de Crisma fosse o mesmo do Batismo, embora isto não seja necessário. Também hoje em dia não é mais necessário que o padrinho/madrinha seja do mesmo sexo que o/a afilhado/a. por uma questão de prudência, não convém que seja o/a namorado/a.

A celebração

Quanto à celebração, esta geralmente acontece dentro da missa (embora possa ser celebrada sem missa). Após a leitura do evangelho, o Bispo dirige a palavra aos confirmandos, explicando-lhes brevemente o que irão receber. Em seguida, os confirmandos renovam as promessas batismais que tinham feito seus padrinhos, no Batismo. Renunciam ao pecado e professam a fé em Deus. Vem, a seguir, a imposição das mãos e uma oração do Bispo. O padrinho, apresenta, em nome da Igreja, o candidato à Confirmação. O Bispo impõe a mão sobre ele, ungindo-o com óleo (o Crisma), dizendo a forma. Em seguida é saudado pelo Bispo, que lhe deseja a paz, como Jesus a desejou aos Apóstolos. E a Missa prossegue como de costume.

Os dons do Espírito Santo - O que são os dons?

São qualidades que Deus comunica a alma e que a torna sensível à graça e lhe facilita a prática da virtude. Os dons despertam-nos a atenção para ouvirmos a silenciosa voz de Deus em nosso interior, tomam-nos dóceis aos "toques" divinos.

Eis a relação dos dons: Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor de Deus (cf. Is. 11,2

O dom da Sabedoria: que nos dá o adequado sentido de proporção para sabermos apreciar as coisas de Deus; damos ao bem e à virtude o verdadeiro valor e encaramos os bens do mundo como degraus para a santidade, não como fim em si. Por exemplo, se você perde o capítulo da novela para ir à reunião na igreja, você foi conduzido pelo dom da Sabedoria, mesmo que não saiba (cf. 1Cor 2,6-10).

O dom do Entendimento: É aquele que nos dá a percepção espiritual necessária para entendermos as verdades da fé ( cf 1Cor 2,14- l 6).

O dom da Fortaleza: Ora, uma vida cristã tem de ser, necessariamente, em algum grau, uma vida heróica. É sacrificar-se, mesmo que venha a ter perdas, por amor a Deus. Em uma palavra, é o dom que nos sustenta nos perigos, temores e tentações, a fim de superarmos as dificuldades espirituais (cf. 2Mac 7,1-42).

A Ciência: Não se confunde com a ciência humana, que é adquirida através dos estudos. Esse dom nos faz olhar o mundo com o olhar de Deus, levando-nos a descobrir nas criaturas visíveis os vestígios da Sabedoria e da perfeição do Criador. Também nos ajuda a distinguir o bem do mal.

A Piedade: Não se relaciona com "ter pena" de alguém, mas este dom nos faz conceber afeto filial para com Deus e sentimentos de fraternidade para com todos os homens, filhos do mesmo Pai. O dom da Piedade nos ajuda a ter gosto, a encontrar o sabor das coisas de Deus.

O Conselho: É aquele dom que nos faz descobrir a decisão certa a ser tomada no momento de hesitação, ajudando-nos aperceber a atitude equilibrada entre posições extremadas. Este dom também nos ajuda a orientar a ajudar a quem precisa.

O Temor de Deus: Não é o mesmo que ter medo de Deus, mas ter uma profunda revereência para com Ele, sabendo que nunca o amaremos como Ele merece. Mas por isso devemos nos esforçar ao máximo para não fazer nada que o desagrade.

Como vimos, todos os dons do Espírito Santo têm como finalidade nos ajudar a viver melhor e testemunhar nossa fé. Os sete dons querem ser um resumo de toda a atividade do Espírito em nós. Existe um grande dom que dá sentido aos demais: é o AMOR. Este é o maior presente do Espírito Santo. Sem ele nossa vida não tem sentido. O amor (ou caridade) é a primeira ação de Deus (Ele cria o mundo por amor) e também a última (em Jesus Ele salvou e continua a salvar todos os homens, até o fim dos tempos). Todos os dons que o Espírito concede só têm valor à medida em que são feitos por amor e no amor.

Para concluir, vale dizer que a palavra dom significa presente, dádiva.

Os frutos do Espírito Santo

Depois de tudo que já meditamos acerca da virtudes naturais, das sobrenaturais e dos dons do Espírito santo, é-nos necessário caminhar um pouco mais, pois, assim como não poderíamos deixar de falar de uma árvore citando sua raiz e tronco deixando de falar sobre seu fruto, da mesma forma não podemos falar das virtudes e dos dons sem chegar aos resultados causados por estes, isto é, os frutos do Espírito Santo: frutos exteriores da vida interior, produto externo da habitação do Espírito em nós.

Os doze frutos perfilam o retrato do cristão. Os frutos são: caridade, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, longanimidade mansidão, fidelidade, modéstia, continência e castidade (cf. Gl 5,22s).

Para o homem frutificar exige-se dele duas coisas que nos são apontadas pelo próprio Cristo: a primeira condição é despojar-se de si mesmo (cf Mc 8,34; Jo 12,24). A segunda é estar em Cristo (cf. Jo 15,2.4-5). Com o Espírito Santo tudo se transforma; em nós Ele produz os frutos como resultado de nossa docilidade.

Quem vive na graça, vê Cristo no seu próximo e sempre o trata com respeito e amor e está sempre disposto a ajudá-lo, mesmo à custa de transtornos e aborrecimentos. O fruto do amor é tríplice: é um amor a Deus, a nós mesmos e aos irmãos, amando-os com o amor de Deus. É a Caridade (Mt 22,38-40; Jo 3,16).

Depois, é uma pessoa alegre e otimista. Parece irradiar um resplendor interior. É uma pessoa fala com a maior delicadeza, vive feliz. É a alegria (cf. FI 4,4.6).

Também é uma pessoa serena e tranquila, é uma pessoa equilibrada, não se deixa abalar por aflições ou angústias, é aquela pessoa a quem se recorre em necessidades. É a paz (cf. Jo 20,19).

Depois, não se irrita facilmente; não guarda rancor pelas ofensas, não se perturba quando as coisas lhe correm mal. Poderá fracassar várias vezes e recomeçará sem ranger os dentes. É a paciência (cf. Ex 34,6).

É amável. Todos o procuram em seus problemas e encontram nele o confidente sincero, interessado. Tem uma consideração especial pelos que de alguma forma sofrem. É a benignidade.

Defende com firmeza a verdade e o direito, mesmo que esteja só. Não está orgulhosa de si nem julga os outros; é lenta em criticar e mais ainda em condenar; suporta a ignorância dos outros, mas jamais compromete as suas convicções, jamais contemporiza com o mal. Em sua vida interior é sempre generosa com Deus, sem procurar a atitude mais cômoda. É a bondade (cf. Cl 3,12-13).

Não se revolta com o infortúnio e o fracasso, com a doença e a dor. Desconhece a auto-compaixão: levantará ao céu os olhos cheios de lágrimas, mas nunca cheio de revolta. É a longanimidade.

A mansidão é a virtude dos fortes. Permite-nos aceitar os acontecimentos que magoam. Ser humilde diante de todas as contrariedades, generosos no esquecimento das mágoas, tudo isso requer heroísmo, daí dizer que é a virtude dos fortes. Ser manso é aceitar a Deus, a nós e aos irmãos.

A fidelidade, fruto do Espírito, é a que nos ajuda a cumprir toda a justiça para com Deus (na medida do que é possível ao homem dar a Deus ) e para com os homens. Tudo, todo esforço é pouco para ouvir daquele que é fiel o convite reconfortante: "servo bom e fiel... entra para o gozo do teu Senhor" (cf. Mt 25,21.23).

Seu amor a Jesus o faz recusar o pecado e de ser ocasião de pecado para alguém. Seu comportamento, modo de vestir e linguagem edifica os irmãos. É a modéstia.

É uma pessoa moderada, que tem as paixões controladas pela razão e pela Graça. Tem verdadeiramente domínio de si. É a continência (cf. 1Pd 5,8-11).

Sente uma grande reverencia perante o fato de Deus ter querido compartilhar seu poder criador com os homens, isto é, para com a capacidade que o homem tem para procriar. Vê o sexo como algo precioso e sagrado a ser usado unicamente dentro do âmbito matrimonial e para os fins estabelecidos por Deus; nunca como fonte de prazer egoísta. É a castidade (cf. 1Pd 5,8-11).

Aqui temos o retrato do homem e da mulher cristãos. Estejamos abertos a ação do Espírito Santo para que em nós Ele possa produzir tais frutos.

sábado, 17 de agosto de 2013

BEATA ANNA CATHARINA EMMERICH




A vida da Beata Anna Catharina Emmerich.

Nascimento e sua infância.

Anna Catharina Emmerich, Religiosa Agustina, estigmática e extática, filha de camponeses pobres, mas piedosos, nasceu na aldeia de Flamsche, perto de Coesfeld na Diocese de Muster, em Westphalia Alemanha, no dia 8 de Setembro de 1774, foi batizada no mesmo dia e morreu no dia 9 de fevereiro de 1824 na localidade de Dulmen.

Desde a primeira infância, não cessou de receber do Céu uma direção superior. Via freqüentemente o Anjo da Guarda e brincava com o Menino Jesus, nos prados e no jardim. A Mãe de Deus, a Rainha do Céu, apresentava-se muitas vezes e também os Santos lhe eram bons e afetuosos amigos.

Quando era criança, falava com toda a simplicidade dessas visões e fatos íntimos, pensando que as outras crianças vissem e experimentassem o mesmo; vendo, porém, que se admiravam das suas narrações, começou a guardar silêncio, pensando que era contra a modéstia falar dessas coisas.

Anna Catharina tinha um gênio alegre e amável; andava, porém, quase sempre calada e recolhida. Os pais, julgando que fosse por teimosia, tratavam-na com bastante rigor. Ela conta mais tarde:

“Meus pais muitas vezes me censuravam, mas nunca me elogiavam; como, porém, eu ouvisse outros pais louvarem os filhos, julgava-me a pior criança do mundo”.

Era, contudo, de uma grande delicadeza de consciência; a menor transgressão afligia-a tanto, que lhe perturbava a saúde. Quando fez a primeira confissão, sentia tanta contrição, que chorou alto e foi preciso levá-la para fora do confessionário.
Na Primeira Comunhão, cheia de ardente amor, ofereceu-se de novo, sem reservas, ao seu Deus e Senhor.


Seu trabalho na adolescência.

No auge da mocidade, dos 12 aos 15 anos, Catharina trabalhou, como criada, em casa de um parente camponês, pastoreando rebanhos; depois voltou à casa paterna. Certa vez, trabalhando no campo, ouviu ao longe o toque lento e, sonoro do sino do Convento das Anunciadas, em Coesfeld. Contava então 16 anos apenas. Sentiu-se tão fortemente enlevada com a voz daqueles sinos, que lhe pareciam mensageiros do Céu, convidando-a para a vida religiosa e tão grande lhe foi a comoção, que caiu desmaiada e foi levada para casa, onde esteve, por muito tempo, adoentada.
Para conseguir mais facilmente admissão num convento, foi durante três anos trabalhar na casa de uma costureira, em Coesfeld, economizando assim 20 thalers (cerca de 3 libras Inglesas). Depois se mudou para a casa do piedoso organista Soentgen, esperando que, aprendendo a tocar órgão, se lhe facilitasse a entrada para um Convento. Mas a pobreza da família de Soentgen inspirou-lhe tanta compaixão, que, renunciando a tocar órgão, trabalhava na casa como criada, dando até as suas economias para aliviar a miséria do lar.
“Deus deve ajudar agora”, disse depois à mãe, “dei-lhe tudo. Ele saberá socorrer-nos a todos”. O bom Deus não deixou de ajudá-la, ainda que Anna Catharina só com 29 anos visse realizado o seu desejo de entrar para um convento.


Uma Graça Especial.

Quatro anos antes recebeu da bondade de Deus uma graça especial. Estava de joelhos na Igreja dos padres Jesuítas, em Coesfeld, meditando e rezando diante de um crucifixo.

“Então vi, conta ela mesma, vindo do Tabernáculo, onde se guardava o Santíssimo Sacramento, o meu Esposo celeste em forma de um jovem resplandecente. Na mão esquerda trazia uma grinalda de flores, na direita uma coroa de espinhos; apresentou-as, ambas, para eu escolher. Tomei a coroa de espinhos, Ele a pôs na minha cabeça e eu a apertei com ambas as mãos; depois desapareceu e voltei a mim, sentindo uma dor veemente em torno da cabeça.
No dia seguinte a minha testa e a fontes, até as faces estavam muito inchadas e sofria horrivelmente. Essas dores e a inflamação voltaram muitas vezes. Não notei sangue em volta da cabeça, até que as minhas companheiras me induziram a vestir outra touca, porque a minha já estava cheia de manchas vermelhas, ferrugentas.

Como Anna Catharina não tinha mais dote, ficaram-lhe fechadas as portas dos Conventos, segundo o pensamento dos homens. Mas Deus ajudou-a, como esperava. Clara Soentgen, a filha do organista, sendo também organista perfeita, foi de boa vontade recebida no convento das Agostinhas, em Duelmen. Soentgen, porém declarou então que deixava entrar a filha somente sob a condição de que admitissem também Anna Catharina. Em conseqüência disso, entraram as duas jovens para o Convento, em 18 de Setembro de 1802.


A entrada no convento.

O tempo do noviciado foi para Anna Catharina uma verdadeira escola da cruz, porque ninguém lhe compreendia o estado da alma. Sofria, porém, tudo com paciência e amor, observando conscienciosamente a regra da Ordem.
No dia 13 de Novembro de 1803, um ano depois de começar o noviciado, fez os votos solenes, tornando-se esposa de Jesus. O Esposo divino cumulou-a de novas e abundantes graças.

“Apesar de todas as dores e sofrimentos”, disse ela, “nunca estive tão rica no coração; minha alma transbordava de felicidade. Eu vivia em paz, com Deus e com todas as criaturas.
Quando trabalhava no jardim, vinham avezinhas pousar sobre minha cabeça e meus ombros e cantávamos juntas os louvores de Deus. Via sempre o meu Anjo da Guarda ao meu lado e, ainda que o mau espírito me assustasse e agredisse, não me podia fazer mal.
O meu desejo do Santíssimo Sacramento era tão irresistível, que muitas vezes deixava de noite a minha cela, para ir rezar na Igreja, quando estava aberta; se não, ficava ajoelhada diante da porta ou perto do muro, mesmo no inverno ou prostrada no chão, com os braços estendidos e em êxtase. Assim me encontrava o capelão do convento, Abbé Lambert (sacerdote francês, exilado da pátria, por não prestar juramento exigido pela constituição atéia), que tinha a caridade de vir mais cedo, para dar-me a sagrada Comunhão. Mas, logo que se aproximava para abrir a Igreja, eu voltava a mim, indo depressa à mesa da Comunhão, onde achava o meu Deus e Senhor”.

Com tantos Conventos, no princípio do século 19, também o Convento de Agnetenberg foi fechado a 3 de Dezembro de 1811. As piedosas freiras foram obrigadas a abandonar, uma após outra, o querido mosteiro. Anna Catharina, doente e pobre, ficou até a primavera seguinte, quando se mudou para uma pequena casa em Duelmen.


A Estigmatização.

No outono do mesmo ano (1812), lhe apareceu de novo o Divino Salvador, como um jovem resplandecente e entregou-lhe um crucifixo, que ela apertou com fervor de encontro ao coração. Desde então lhe ficou gravado no peito um sinal da cruz, do tamanho de cerca de três polegadas, o qual sangrava muito, a princípio todas as quartas-feiras, depois nas sextas-feiras, mais tarde menos freqüentemente. A estigmatização deu-se-lhe poucos dias depois, a 29 de Dezembro.

Nesse dia, às 3 horas da tarde, estava deitada, com os braços estendidos, em êxtase, meditando na Sagrada Paixão de Jesus. Viu então, numa luz brilhante, o Salvador crucificado e sentiu um veemente desejo de sofrer com Ele. Satisfez-se-lhe esse desejo, pois saíram logo das mãos, dos pés e do lado do Senhor raios luzidos cor de sangue, que penetraram nas mãos, nos pés e no lado da Serva de Deus, surgindo logo gotas de sangue nos lugares das chagas.


Só se alimentava da Eucaristia.

Abbé Lambert e o confessor da vidente, Pe. Limberg, viram-nas sangrar dois dias depois, mas com sábio propósito fingiram não dar importância ao fato, na presença da Serva de Deus. Ela mesma procurava esconder os sinais das chagas, o que lhe era fácil, porque desde o dia 2 de Novembro de 1812 estava de cama, adoentada. Desde então não pôde mais tomar alimento, a não ser água, misturada com um pouco de vinho, mais tarde só água ou, raras vezes, o suco de uma cereja ou ameixa. Assim vivia só da sagrada Comunhão.


O acompanhamento das autoridades.

Esse estado e a estigmatização tornaram-se públicos na cidade, em Março de 1813. O Vigário de Duelmen, Pe. Rensing, encarregou dois médicos, os Drs. Wesener e Krauthausen, como também o confessor, de fazerem um exame das chagas, que freqüentemente sangravam. Os autos foram mandados à autoridade diocesana de Muenster, a qual enviou o Padre.
Clemente Augusto de Droste Vischering, mais tarde Arcebispo de Colônia, o Don Overberg e o conselheiro medicinal Dr. Von Drueffel a Duelmen, para fazerem outra investigação, que durou três meses. O resultado foi a confirmação da verdade das chagas, da virtude e também o reconhecimento do caráter sobrenatural do estado da jovem religiosa.
Também a autoridade secular, querendo examinar e “desmascarar a embusteira”, mandou, em 1819, uma comissão de médicos e naturalistas; isolaram-na por isso em outra casa, rigorosamente observada, do dia 7 a 29 de Agosto, o que lhe causou muita humilhação e sofrimento; também o resultado desse exame lhe foi favorável.

 O Peregrino.

No ano anterior, viera visitá-la pela primeira vez o poeta Clemente Brentano, recomendado pelo Don Overberg; a 17 de Setembro ele a viu pela primeira vez. Ela, porém, já o tinha visto muito antes, nas visões e recebido ordem do Céu para comunicar-lhe tudo.
“O Peregrino”, como o chamava, ficou até Janeiro de 1819, mas voltou de novo, para ficar com ela, no mês de Maio. Foi para Catharina um amigo fiel até a morte, mas a fez sofrer também às vezes, com seu gênio veemente.
Reconheceu a tarefa que lhe fora dada por Deus, de escrever as visões desta mártir privilegiada e dedicou-se a isso com cuidado consciencioso.

“O Peregrino” escrevia durante as narrações, em tiras de papel, os pontos principais, que imediatamente depois copiava, completando-os de memória. A cópia, a limpo, lia à Serva de Deus, corrigindo, acrescentando, riscando sob a direção de Catharina, não deixando nada que não tivesse recebido a confirmação expressa de fiel interpretação.

Pode-se imaginar a grande facilidade que a prática diária, através de alguns anos, trouxe ao “Peregrino” para esse trabalho, dada a sua extraordinária inteligência e perseverança, como também o fato de ver nesse serviço uma obra santa, para a qual costumava preparar-se com orações e exercícios piedosos; assim podemos confiar que não lhe tenha faltado aos esforços o auxílio de Deus.

O escrúpulo e a consciência com que procedia nesse trabalho, nunca lhe permitiram, durante tantos anos, resposta alguma aos que atribuíam grande parte das visões à imaginação do poeta, o que equivale a dizer que, homem sério que era, na tarde da vida se teria dado a esse incrível trabalho, para enganar conscientemente a si mesmo e aos outros”.

“Ela falava geralmente baixo-alemão, no êxtase, também o idioma mais puro; a sua narração era, ora de grande singeleza, ora cheia de elevação e entusiasmo. Tudo que ouvi e que, nas dadas condições, só raras vezes e apenas em poucas palavras podia anotar, escrevia eu mais extensamente em casa, imediatamente depois.

O Doador de todos os bens deu-me a memória, a aplicação e elevação da alma acima dos sofrimentos, que tornaram possível a obra, como está. O escritor fez tudo que era possível e pede, nesta convicção, ao benévolo leitor a esmola da oração”. Irmã Anna Catharina deu também a este trabalho plena aprovação.

Quando estava num profundo êxtase, a 18 de Dezembro de 1819 e Brentano lhe apresentou uma folha, com as anotações, disse ela:
“Estes são papéis de letras luminosas. O homem (isto é, o Peregrino) não escreve de si mesmo; tem para isto a graça de Deus. Nenhum outro pode fazê-lo; é como se ele mesmo visse”.


As Visões da Irmã Ana Catharina Emmerich.

Irmã Anna Catharina viu no êxtase toda a vida e paixão do Divino Salvador e de sua Santíssima Mãe; viu os trabalhos dos Apóstolos e a propagação da Santa Igreja, muitos fatos do Velho Testamento, como também eventos futuros. Tocando em relíquias, geralmente via a vida, as obras e os sofrimentos dos respectivos Santos. Com certeza reconhecia e determinava as relíquias dos Santos, distinguindo em geral facilmente objetos sagrados de profanos.

Adversários da Serva de Deus querem negar-lhe o caráter sobrenatural das informações recebidas durante o êxtase, alegando que Anna Catharina tirava a maior parte dos conhecimentos de livros, que antes teria lido. Mas isso não está de conformidade com o que Peregrino escreveu, em 8 de Maio de 1819.

Ela me disse que nunca fora capaz de aproveitar coisas de livros e que sempre pensava:
 - Ora, tal livro não há de fazer pecar. Também não pôde guardar na memória coisas da Escritura Sagrada; mas tem da vida do Senhor a graça de tal intuição, que a consciência e certeza, que disso tenho, às vezes me fazem tremer, por manter um trato tão familiar e simples com uma criatura de Deus tão maravilhosa e privilegiada, como talvez não haja outra”.

Em outra ocasião ela disse ao Peregrino:

“Nunca tive lembrança viva de histórias do Antigo Testamento ou dos Evangelhos, pois vi tudo com os meus próprios olhos, durante a minha vida inteira; o mesmo vejo cada ano de novo e nas mesmas circunstâncias, ainda que às vezes em outras cenas. Umas vezes estive naqueles lugares, no meio de espectadores, assistindo aos acontecimentos, acompanhando-os e mudando de lugar; mas não estive sempre no mesmo lugar, pois às vezes fui levada para cima da cena, olhando deste modo para baixo.
Outras coisas, principalmente os mistérios, vi-os mais com vista interior da alma, outras em figuras separadas da cena: em todos os casos se me apresentava tudo transparente, de modo que nenhum corpo cobria o outro, nem havia confusão”.

Com todas estas grandes graças, Anna Catharina permanecia humilde, simples e singela como uma criança. Mostrava-se sempre obediente aos pais e às superioras religiosas, como também ao confessor e diretor espiritual. Se lhe mandavam tomar remédio, consentia, apesar de prever-lhe o mau efeito. Mesmo em êxtase, obedecia imediatamente à chamada do confessor.

Era à dolorosa Paixão de Nosso Senhor que tinha uma devoção especial e rezava por isso muitas vezes, enquanto lhe era possível, a Via Sacra erigida ao longo de um caminho de quase duas léguas, nos arredores de Coesfeld. Nos domingos fazia essa devoção em companhia de algumas jovens piedosas, nos dias úteis a fazia muitas vezes de noite.
Clara Soentgen, sua amiga, conta:

“Muitas vezes ela se levantava de noite, saindo furtivamente de casa e rezava descalça a Via Sacra. Se a porta da cidade estava fechada, pulava os altos muros, para poder ir à Via Sacra; às vezes caía dos muros abaixo, mas nunca se machucava”.

Além dos muitos padecimentos que sofria com paciência e perseverança, exercitava-se constantemente nas mortificações voluntárias. Já na infância costumava privar-se de parte do sono e da comida. Muitas horas da noite passava velando e rezando; comia e bebia o que os outros recusavam, levando as comidas melhores aos doentes e pobres, dos quais tinha muita compaixão.

O amor ao próximo impelia-a a pedir a Deus que, por favor, lhe desse a sofrer as doenças e dores dos outros ou que a deixasse cumprir os castigos merecidos pelos pecadores. Já o fizera na infância e fazia-o depois de um modo muito mais intenso.

“A tarefa principal da sua vida, escreve Clemente Brentano, era sofrer pela Igreja ou por alguns membros da mesma, cuja necessidade lhe era dada a conhecer em espírito ou que lhe pediam a intercessão”.

Anna Catharina aceitava de boa vontade tais sofrimentos e trabalhos.
Muitas vezes, porém, se tornavam estes tão grandes e pesados, que parecia prestes a morrer. Quando um dia, quase sucumbindo ao peso das dores, pediu ao Senhor que não a deixasse sofrer mais do que podia suportar, apareceu-lhe o Esposo Celeste e disse:

“Coloquei-te no meu leito nupcial das dores, com as graças dos sofrimentos, adornada com os tesouros da reconciliação e com as jóias das boas ações. Deves sofrer. Não te abandono; estás amarrada à videira, não perecerás”.

Também as almas do purgatório se lhe dirigiam muitas vezes, pedindo-lhe socorro; e ela provava de boa vontade sua compaixão ativa. “Fiz um contrato com meu doce Esposo do Céu”, conta ela, que cada gota de sangue, cada pulsar do coração, toda a minha vida e todos os meus atos devem sempre clamar: “Almas queridas do purgatório, saúdo-vos pelo doce Coração de Jesus”. “Isso faz bem a essas infelizes e alivia-as, pois são tão pacientes!”


A partida para a pátria Celeste

Depois de muitos e indizíveis sofrimentos, chegou o dia da sua morte a 9 de Fevereiro de 1824. A 15 de Janeiro desse ano dissera a Serva de Deus:

“Na festa de Natal o Menino Jesus me trouxe muitos sofrimentos, hoje me deu ainda maiores, dizendo”:

 “Tu me pertences, és minha esposa: sofre como eu sofri; não perguntes porque, é para a vida e para a morte”.

Ela jaz de febre, com dores reumáticas e convulsões, escreve ao Peregrino, mas sempre em atividade espiritual, em prol da santa Igreja e dos moribundos. O confessor pensa que ela em pouco terminará, porque disse no êxtase, com grande serenidade “Não posso aceitar outro trabalho, já estou próxima do fim”. Ela pronuncia, com voz de moribunda, só o nome de “Jesus”.

A 27 de Janeiro recebeu a Extrema-Unção. Aumentaram-lhe as dores; mas repetia de vez em quando:

“Ai, meu Jesus, mil vezes vos agradeço toda a minha vida; não a minha vontade, mas a Vossa seja feita”.

Na véspera da morte rezou:

“Jesus, para Vós morro; Senhor, dou-Vos graças, não ouço nem enxergo mais”.

Quiseram mudar-lhe a posição, para aliviá-la, mas Anna Catharina disse:

“Estou deitada na cruz; deixem-me, em pouco acabarei”.

Recebeu mais uma vez a sagrada Comunhão, a 9 de Fevereiro. Suspirando pelo Divino Esposo, rezou diversas vezes:

“Oh! Senhor, socorrei-me; vinde, meu Jesus”.

O confessor assistiu à moribunda, dando-lhe muitas vezes o crucifixo para beijar e rezando preces pelos moribundos. Ela ainda lhe disse:

“Agora estou tão sossegada; tenho tanta confiança, como se nunca tivesse cometido pecado”.

Eram justamente 8 horas da noite, quando exclamou três vezes, gemendo:

“Oh! Senhor, socorrei-me, vinde, oh! Meu Senhor!”

E a alma pura voou-lhe ao encontro do Esposo Celeste, para permanecer, como esperamos confiadamente, eternamente unida com Ele, na infinita felicidade do Céu. Com grande concorrência do povo foi sepultado o corpo da Serva de Deus, no cemitério de Duelmen, onde jaz ainda.

As autoridades Eclesiásticas.

Na noite de 21 a 22 de Março de 1824 foram abertos o sepulcro e o caixão, em presença do prefeito da cidade e do delegado de polícia. Viu-se que a decomposição ainda não tinha começado.
Uma segunda abertura do sepulcro foi feita, no dia 6 de Outubro de 1858, pela autoridade eclesiástica.

sábado, 10 de agosto de 2013

A MISSÃO UNIVERSAL DA IGREJA




A missão universal da Igreja nasce do mandato de Jesus Cristo


O Senhor Jesus, antes de subir ao Céu, confiou aos seus discípulos o mandato de anunciar o Evangelho a todo o mundo e de baptizar todas as nações: « Ide a todo o mundo e pregai o Evangelho a todas as criaturas. Quem acreditar e for baptizado será salvo, mas quem não acreditar será condenado » (Mc 16,15-16); « Todo o poder Me foi no céu e na terra. Ide, pois, fazer discípulos de todas as nações, baptizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinai-lhes a cumprir tudo quanto vos mandei. E Eu estou sempre convosco, até ao fim dos tempos » (Mt 28,18-20; cf. ainda Lc 24,46-48; Jo 17,18; 20,21; Actos 1,8).

A missão universal da Igreja nasce do mandato de Jesus Cristo e realiza-se, através dos séculos, com a proclamação do mistério de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, e do mistério da encarnação do Filho, como acontecimento de salvação para toda a humanidade. São estes os conteúdos fundamentais da profissão de fé cristã: « Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos Céus. E encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e Se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras; e subiu aos Céus, onde está sentado à direita do Pai. De novo há-de vir em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu Reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai. Com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos Profetas. Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para a remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos, e a vida do mundo que há-de vir ».1

A Igreja, ao longo dos séculos, proclamou e testemunhou com fidelidade o Evangelho de Jesus. Ao terminar o segundo milenio, porém, esta missão ainda está longe de se cumprir.2 Daí a grande atualidade do grito do Apóstolo Paulo sobre o dever missionário de todo o baptizado: « Anunciar o Evangelho não é para mim um título de glória, é uma obrigação que me foi imposta. Ai de mim se não anunciar o Evangelho! » (1 Cor 9,16). Assim se explica a especial atenção que o Magistério tem posto na motivação e apoio da missão evangelizadora da Igreja, nomeadamente no que diz respeito às tradições religiosas do mundo.3

Tendo em conta os valores que essas tradições testemunham e oferecem à humanidade, com uma atitude aberta e positiva, a Declaração conciliar sobre a relação da Igreja com as religiões não cristãs afirma: « A Igreja Católica não rejeita absolutamente nada daquilo que há de verdadeiro e santo nessas religiões. Considera com sincero respeito esses modos de agir e de viver, esses preceitos e doutrinas que, embora em muitos pontos estejam em discordância com aquilo que ela afirma e ensina, muitas vezes refletem um raio daquela Verdade que ilumina todos os homens ».4 Prosseguindo na mesma linha, o empenho eclesial de anunciar Jesus Cristo, « caminho, verdade e vida » (Jo 14,6), hoje também encontra ajuda na prática do diálogo inter-religioso, que certamente não substitui, mas acompanha a missio ad gentes, graças àquele « mistério de unidade », de que « resulta que todos os homens e mulheres que foram salvos participam, embora de maneira diferente, no mesmo mistério de salvação em Jesus Cristo por meio do seu Espírito ».5 Este diálogo, que faz parte da missão evangelizadora da Igreja,6 comporta uma atitude de compreensão e uma relação de recíproco conhecimento e de mútuo enriquecimento, na obediência à verdade e no respeito da liberdade.7

No exercício e aprofundamento teórico do diálogo entre a fé cristã e as demais tradições religiosas surgem novos problemas, que se tenta solucionar, seguindo novas pistas de investigação, adiantando propostas e sugerindo comportamentos, que carecem de um cuidadoso discernimento. Neste esforço, a presente Declaração entende recordar aos Bispos, aos teólogos e a todos os fiéis católicos alguns conteúdos doutrinais imprescindíveis, que podem ajudar a reflexão teológica a amadurecer soluções de acordo com o dado da fé e em correspondência com as urgências culturais do nosso tempo.

A linguagem expositiva da Declaração está em linha com a sua finalidade. Não se pretende tratar de forma orgânica a problemática da unicidade e universalidade salvífica do mistério de Jesus Cristo e da Igreja, nem apresentar soluções aos problemas e questões teológicos que são objecto de livre debate, mas voltar a expor a doutrina da fé católica em propósito, indicando, ao mesmo tempo, alguns problemas fundamentais que se mantêm abertos a ulteriores aprofundamentos, e confutar algumas posições errôneas ou ambíguas. É por isso que a Declaração retoma a doutrina contida nos anteriores documentos do Magistério, para reafirmar as verdades que constituem o patrimônio de fé da Igreja.

O perene anúncio missionário da Igreja é hoje posto em causa por teorias de índole relativista, que pretendem justificar o pluralismo religioso, não apenas de facto, mas também de iure (ou de principio). Daí que se considerem superadas, por exemplo, verdades como o carácter definitivo e completo da revelação de Jesus Cristo, a natureza da fé cristã em relação com a crença nas outras religiões, o carácter inspirado dos livros da Sagrada Escritura, a unidade pessoal entre o Verbo eterno e Jesus de Nazaré, a unidade da economia do Verbo Encarnado e do Espírito Santo, a unicidade e universalidade salvífica do mistério de Jesus Cristo, a mediação salvífica universal da Igreja, a não separação, embora com distinção, do Reino de Deus, Reino de Cristo e Igreja, a subsistência na Igreja Católica da única Igreja de Cristo.

Na raiz destas afirmações encontram-se certos pressupostos, de natureza tanto filosófica como teológica, que dificultam a compreensão e a aceitação da verdade revelada. Podem indicar-se alguns: a convicção de não se poder alcançar nem exprimir a verdade divina, nem mesmo através da revelação cristã; uma atitude relativista perante a verdade, segundo a qual, o que é verdadeiro para alguns não o é para outros; a contraposição radical que se põe entre a mentalidade lógica ocidental e a mentalidade simbólica oriental; o subjetivismo de quem, considerando a razão como única fonte de conhecimento, se sente « incapaz de levantar o olhar para o alto e de ousar atingir a verdade do ser »;8 a dificuldade de ver e aceitar na história a presença de acontecimentos definitivos e escatológicos; o vazio metafísico do evento da encarnação histórica do Logos eterno, reduzido a um simples aparecer de Deus na história; o ecletismo de quem, na investigação teológica, toma ideias provenientes de diferentes contextos filosóficos e religiosos, sem se importar da sua coerência e conexão sistemática, nem da sua compatibilidade com a verdade cristã; a tendência, enfim, a ler e interpretar a Sagrada Escritura à margem da Tradição e do Magistério da Igreja.

Na base destes pressupostos, que se apresentam com matizes diferentes, por vezes como afirmações e outras vezes como hipóteses, elaboram-se propostas teológicas, em que a revelação cristã e o mistério de Jesus Cristo e da Igreja perdem o seu carácter de verdade absoluta e de universalidade salvífica, ou ao menos se projeta sobre elas uma sombra de dúvida e de insegurança.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O INSENSO




O incenso: oração sensível aos olhos e ao olfato

E o que é o incenso?

Uma pessoa pode até não saber bem o significado do uso do incenso em celebrações da Igreja, mas quando avista aquela fumaça, já percebe que o momento é especialmente solene. Na Igreja Católica, o uso do incenso nas celebrações é um ato de adoração.

Como elemento litúrgico, ele favorece a criação de uma atmosfera sagrada, e inspira em todos uma atitude de reverência.

É um concentrado de resinas de plantas; joga-se o incenso na brasa do turíbulo, e então seu perfume se espalha pelo ambiente por meio da fumaça. Simbolicamente, essa fumaça é a oração do sacerdote e dos fiéis que sobe aos Céus.

Nas celebrações em geral, percebemos a oração do povo somente por meio da audição. Porém, quando se usa o incenso, a oração se torna sensível para nós também por meio de dois outros sentidos: a visão e o olfato.

Assim, além de dar um tom de solenidade e embelezar as cerimônias, o incenso é educativo, pois nos mostra como uma oração deve ser feita para honrar a Deus. O nosso sentimento e as palavras usadas na oração devem subir ao Céu como sobe a fumaça: com respeito, com suavidade, com beleza, com humildade, buscando ser agradável.

Observando como a fumaça do incenso se movimenta e a sensação que produz, um católico percebe que não deve orar de forma desordenada e histérica, como um membro de uma seita neopentecostal. Nada de berros, nada de ficar lançando “desafios” a Deus ou de vomitar palavras de modo acelerado e excitado, como se fosse um locutor de partida de futebol…

Devemos viver a intimidade com Deus, mas essa intimidade não deve se desvirtuar na falta de reverência. Além dos católicos com cacoetes neopentecostais, fica também a dica pros baixinhos-da-Xoxa, que chamam o Senhor do Universo de “cara lá de cima”. O sujeito pode chamar Deus de Pai, mas, em vez disso, prefere usar essa expressão tosca. Tu merece ser chamado por Deus de “cara lá de baixo”. Sem noção!

sábado, 3 de agosto de 2013

PAPA FRANCISCO NO TWITTER




O Papa Francisco é o líder mais influente no Twitter, revela estudo

Um estudo do Projeto Reputation Metrics de Media Reputation Intangibles (MRI) da Universidade de Navarra (Espanha) revelou que embora não seja o usuário com o maior número de seguidores e que só tenha feito 100 publicações nesta rede social, o Papa Francisco definitivamente é o líder mundial com mais influência no Twitter.

Segundo o estudo, os mais de 22 mil retweets (RTs) que recebe cada publicação do Santo Padre no Twitter, convertem-no "com muita diferença", no "líder com maior impacto e influência" nesta rede social.

"O segundo classificado, Nicolás Maduro, gera menos de 5.000 RT por tweet. Barack Obama, que era o líder indiscutível por popularidade (número de seguidores), fica em quarto lugar nesta classificação", assinalou o relatório do projeto da Universidade de Navarra.

O estudo também destacou o aumento em 161 por cento no número de seguidores nas contas do Papa Francisco em diversos idiomas.

"No fim da sede vacante de Bento XVI, as contas @Pontifex somavam 3 milhões de seguidores. As boas-vindas ao novo Papa supôs ganhar 800,000 seguidores em 4 dias (17 de março de 2013). No fim de junho conseguiu dobrar a quantidade inicial de seguidores. No fim de julho quebrou a barreira dos 8 milhões de seguidores".

A investigação encontrou também que o crescimento mais forte de seguidores se apresentou em quem fala espanhol, em 300 por cento, enquanto que os que falam inglês aumentaram em 71 por cento.

Mas a conta que apresentou o maior crescimento foi a de idioma português, que ganhou seguidores na ordem de 500 por cento. Isto certamente pelo efeito da visita do Papa Francisco ao Brasil com ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio 2013.

De acordo com o estudo, o tweet mais popular do Santo Padre foi o realizado depois de sua eleição, em março deste ano.

Nessa ocasião publicou: "Queridos amigos, de coração vos agradeço e peço para continuardes a rezar por mim. Papa Francisco.", alcançando 98.100 retweets e 55.200 marcações como favorito.


fonte: aci digital

PAPA SE DESPEDE E DILMA APROVA LEI DO ABORTO



Papa Francisco se despede do Brasil e depois de 4 dias de sua partida, Dilma aprova lei do aborto no Brasil


Em 1º de agosto, quatro dias depois do final da visita do Papa Francisco ao Rio de Janeiro (Brasil) por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio 2013, a presidente deste país, Dilma Rousseff, aprovou e converteu em lei o projeto PLC 3/2013, que abre as portas à distribuição de um fármaco abortivo em todo o sistema sanitário do país.

Depois de ser publicada a lei ontem, 2 de agosto, no Diário Oficial da União, os centros médicos do Brasil estarão obrigados a administrar a pílula abortiva do dia seguinte às mulheres que tenham sofrido uma violência sexual, até 72 horas depois do crime sem necessidade de que se comprove o fato.

A chefa da secretaria especial de políticas para as mulheres do governo brasileiro, a promotora da legalização do aborto Eleonora Menicucci, defendeu a decisão de Dilma Rousseff, assegurando que esta assinou a lei em sinal de "respeito pelo Congresso e pelas mulheres".

Em declarações à imprensa brasileira nesta sexta-feira, 2 de agosto, Menicucci assegurou que esta norma terá um "impacto positivo na prevenção do aborto nas mulheres vítimas de violência sexual", ao mesmo tempo que admitiu que a norma contempla a abortiva "anticoncepção de emergência".

"Este projeto ajuda a garantir o cumprimento e diminuir o dano causado às vítimas de violência sexual. Devemos ter a solidariedade, a humanidade, o respeito às mulheres e crianças que sofrem a violência sexual", disse a ativista abortista que hoje trabalha no governo do Brasil.

O ministro da secretaria da presidência, Gilberto Carvalho, indicou que com esta nova lei se está legalizando "um apoio humanitário".

No final de julho, mais de 20 organizações defensoras do direito à vida na América Latina enviaram um pronunciamento, pedindo ao povo brasileiro que "não se deixem enganar e façam todo o possível para que o PLC 03/2013 não seja aprovado".

"Estudamos o projeto de lei e reconhecemos a mesma estratégia que se quer aplicar em todos nossos países para o uso maciço e sem prescrição de uma droga abortiva" advertiram as associações defensoras da vida, assegurando que o primeiro passo para que esta estratégia abortista funcione "é que as mulheres possam declarar que sofreram violência sexual e só com sua palavra estejam autorizadas a solicitar um aborto".

Entre os assinantes deste manifesto se encontram HazteOír, com mais de 400 mil sócios na américa de língua espanhola, e a Rede Família do México.

Em declarações, o porta-voz deste coletivo e diretor do escritório para a América Latina do Population Research Institute, Carlos Polo, assinalou que a lei que aprovou ontem a presidente do Brasil é "é a norma com a que sonha todo abortista latino-americano porque permitiria a qualquer mulher obter um aborto com pílulas dizendo somente que a sua gravidez é produto de um estupro".

"As organizações abortistas trabalharam isto durante anos e atualmente promovem abortos com esta droga de maneira clandestina via conselhos pela internet ou telefones celulares", denunciou.

Nessa ocasião, Polo assinalou que "a mesma mão que apertou a do Papa Francisco não deve assinar uma lei que terminaria com a vida de muitos nascituros".

Já em 26 de julho, em uma das catequeses realizadas no marco da JMJ, o bispo brasileiro de Apucarana, dom Celso Antônio Marchiori, advertiu aos peregrinos reunidos perto de Copacabana que deviam estar alertas ante a iminente legalização do aborto no país.

O bispo de Alcalá do Henares (Espanha), dom Juan Antonio Reig Pla, presente na mesma paróquia, disse que "devemos estar alertas ante esta ameaça que faz parte da cultura de morte que está estudada cientificamente com a mentira da superpopulação para que não haja mais filhos".

Fonte: ACI Digital